Entre as mais de 800 escolas da rede pública de ensino do DF, 14 são voltadas exclusivamente para o processo ensino e aprendizagem dos estudantes da Educação Especial, na perspectiva da inclusão. São essas as escolas de natureza especial que garantem uma educação especializada de crianças, jovens e adultos com diversos tipos de deficiência – intelectual, sensorial, física ou múltiplas. Essas escolas atendem alunos com deficiências e/ou Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mais de 3,5 mil estudantes estão matriculados nos 12 centros de ensino especiais, no Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais e na Escola Bilíngue de Taguatinga.
A Secretaria de Educação do DF tem a missão de implementar políticas educacionais que visam potencializar o desenvolvimento dos alunos e equalizar as oportunidades de acesso e permanência à educação pública e de qualidade. Para a SEEDF, a edificação de uma sociedade livre, justa e solidária faz-se mediante uma educação consistente, pautada pela construção da autonomia, pela inclusão e pelo respeito à diversidade.
“Essas instituições são pilares essenciais na construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva. Elas não apenas proporcionam educação personalizada e acessível, mas também desempenham um papel fundamental na promoção da dignidade, respeito mútuo e valorização da diversidade”, Vera Barros, subsecretária de Educação Inclusiva
Todas as salas de aula nas escolas públicas do DF são inclusivas: alunos com e sem deficiência estudam lado a lado nas unidades escolares, o que permite a integração, a aprendizagem e o acolhimento mútuo. Os estudantes que necessitam de atendimento complementar têm aulas alguns dias da semana, no contraturno, nas salas de Recurso Generalistas ou nas salas de Recursos Específicas. Dependendo das necessidades específicas de cada estudante, eles podem ser matriculados no Centro de Ensino Especial.
Para a subsecretária de Educação Inclusiva, Vera Barros, os centros de ensino especiais são de vital importância para a comunidade. “Essas instituições são pilares essenciais na construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva. Elas não apenas proporcionam educação personalizada e acessível, mas também desempenham um papel fundamental na promoção da dignidade, respeito mútuo e valorização da diversidade”, destaca.
No coração da capital do Brasil, uma instituição de ensino vem se destacando como uma verdadeira referência em educação inclusiva. O Centro de Ensino Especial 02 de Brasília tem se consolidado como um farol de excelência e dedicação no campo da educação, além de proporcionar um ambiente acolhedor e aprendizado de qualidade para estudantes com deficiência da rede pública de ensino do Distrito Federal.
Fundado há mais de três décadas, o CEE 02 tem desafiado estereótipos e barreiras, promovendo a inclusão e a valorização da diversidade, desde alunos com deficiências cognitivas e motoras até aqueles com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Com uma equipe comprometida de educadores especializados, fisioterapeutas e profissionais de apoio, a escola tem se dedicado a oferecer oportunidades educacionais igualitárias para todos os alunos, independentemente de suas necessidades.
“Acreditamos que a inclusão não é apenas colocar os alunos em uma sala de aula comum, mas sim adaptar todo o ambiente escolar para atender às suas necessidades específicas”, Marli de Jesus, diretora do CEE 02
De acordo com a diretora da instituição de ensino, Marli de Jesus, a importância do Centro de Ensino é significativa, pois, muitas vezes, o aluno não consegue ingressar no ensino regular, cujo foco principal são os conteúdos, como português e matemática. “Aqui no CEE 02 nós fazemos toda uma adaptação no currículo para o atendimento específico de cada aluno e de acordo com a sua necessidade. Nossa missão é criar um espaço onde o aluno se sinta valorizado e capaz de alcançar seus objetivos. Acreditamos que a inclusão não é apenas colocar os alunos em uma sala de aula comum, mas sim adaptar todo o ambiente escolar para atender às suas necessidades específicas”, afirma.
E os estudantes demonstram alegria dentro da escola. “Amo muito a minha escola e as professoras que são muito legais”, diz Pietro Muniz, 12 anos. Já Abraão de Jesus, também de 12 anos, foi transferido de uma outra unidade de ensino e está mais feliz agora. “Eu gosto muito desta escola, não gostava muito da outra. Aqui é divertido”, disse.
A escola conta com uma professora para cada três alunos, além dos educadores sociais voluntários e dos monitores que contribuem com o trabalho diário, por meio de materiais didáticos adaptados, tecnologias assistivas, estratégias pedagógicas personalizadas e até mesmo a troca de fraldas. Ainda segundo a diretora, a unidade escolar se esforça para garantir que cada aluno alcance seu potencial máximo, dentro de cada limitação.
A educadora de alunos com deficiências múltiplas Betânia Barreiros considera o ensino especial uma luta diária. “É um dia de cada vez, pois não sabemos o dia de amanhã. Mas, o sentimento é de satisfação e de podermos ver que o mínimo que seja é considerado um avanço, porque os estudantes são muito dependentes e quando eles evoluem é gratificante”, reforça.
Natação adaptada e horta escolar
Além de sua dedicação ao ensino, a instituição destaca-se por iniciativas diferenciadas, como a natação adaptada e a horta escolar cultivada pelos próprios alunos. Através dessas atividades, a escola não apenas proporciona oportunidades para o desenvolvimento físico e social dos estudantes, mas também promove uma aprendizagem prática e interdisciplinar.
A natação adaptada permite que os alunos explorem seu potencial aquático e superem desafios. A prática da natação não apenas contribui para a melhoria da saúde e condicionamento físico, mas também reforça a confiança e a autodeterminação dos estudantes.
Além disso, o local conta com uma horta que é cuidadosamente cultivada pelos próprios alunos, proporcionando-lhes uma experiência prática e educativa. A horta ensina princípios de jardinagem e cultivo e também reforça noções de responsabilidade, trabalho em equipe e sustentabilidade. Os alunos aprendem a cuidar das plantas, acompanhar seu crescimento e colher os frutos do seu trabalho, criando um ambiente de aprendizado que transcende as paredes da sala de aula. Todo o alimento é consumido na merenda escolar da instituição.
(Agência Brasília)
Fotos: Felipe Noronha/SEEDF
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