O surgimento de organizações criminosas com capacidade de enfrentar as forças de segurança do estado vem inspirando bandidos do Distrito Federal. Nesta terça-feira (13), a Polícia Civil do DF realizou a 3ª fase da Operação Rosário cumprindo 49 mandados de prisão preventiva, seis mandados de prisão temporária e 55 mandados de busca e apreensão domiciliar aqui no Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás e Piauí para desarticular a facção criminosa Comboio do Cão (CDC). Foram presas 46 pessoas e 70 quilos de maconha e quatro armas foram apreendidas durante a operação.
A organização acusada de praticar crimes como tráfico de entorpecentes, homicídios, roubos, tráfico de armas e rufianismo. Além disso, nos últimos dois anos, o grupo passou a atuar como uma verdadeira facção no seio do sistema penitenciário do DF.
As duas primeiras fases, desencadeadas nos dias 25 de maio e 20 de julho, visaram à prisão de dois integrantes da liderança da organização. Na primeira ação, F.C.M., vulgo Doidinho, foragido da justiça há 11 anos, foi preso na Cidade Ocidental/GO. Já G.S.B., vulgo Guga, foi preso na cidade de Imperatriz/MA, por policiais civis da CHPP em uma ação que contou com o apoio da Polícia Civil daquele estado.
Os mandados judiciais foram expedidos em dois inquéritos policiais instaurados para apurar a extensão das atividades criminosas dessa organização e a prática de atos de lavagem de dinheiro do crime. Nesse contexto, a justiça do DF decretou, ainda, o sequestro de 11 imóveis, 17 veículos e valores existentes em contas de 60 pessoas vinculadas à organização.
O Comboio do Cão é uma facção criada no Distrito Federal há seis anos, fruto de uma disputa entre as gangues Grupo do Galba, Helinho, Pepita e Irmãos Periquito por pontos de tráfico de drogas. À medida que ia crescendo, o CDC ia exterminando as lideranças dos demais grupos criminosos, até comandar o tráfico da região. Investigações da Divisão de Repressão a Facções Criminosas (Difac) apontam que a gangue do DF procura reproduzir práticas adotadas pelas grandes e conhecidas facções criminosas do país, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O grupo cresceu de forma isolada, sem vínculo com organizações criminosas com atuação nacional, como o Comando Vermelho (CV) e o PCC. Apesar da aparente independência, a quadrilha busca se cacifar perante as demais facções e ganhar o respeito dos rivais.
Enquanto o PCC predomina nas regiões administrativas de Planaltina, São Sebastião, Paranoá, Ceilândia e Samambaia, o Comboio do Cão age no Gama, Santa Maria, Recanto das Emas e Riacho Fundo.
Pouco representativo no Distrito Federal, o Comando Vermelho restringe sua área de atuação à Estrutural e ao Entorno de Brasília.
Com informações adaptadas da PCDF e Metrópoles