Muitos brasilienses decidiram se proteger da gripe logo no primeiro dia da campanha nacional de vacinação, iniciada nesta segunda-feira em todo o país. Pessoas preocupadas com o avanço do vírus influenza — que já matou mais de 60 pessoas no país este ano, sendo um morador do Distrito Federal — correram para os 114 pontos de imunização no DF logo no começo da manhã, o que fez com que longas filas se formassem em alguns locais.
Na Unidade de Saúde 3, na 114/115 Norte, os pacientes precisavam esperar na fila, do lado fora, embaixo do sol quente, o que gerou impaciência em algumas pessoas. Cenas parecidas foram observadas pelo Correio em postos da Asa Sul, como no Centro de Saúde 8. A funcionária pública Miromar Peixoto, 57 anos, chegou ao local às 8h. Quatro horas depois, ainda não tinha recebido a vacina. “É um absurdo. Colocaram apenas uma pessoa para atender todos os pacientes. Faltou planejamento. É a primeira vez que passo por essa situação, nunca havia vivenciado um desrespeito tão grande”, desabafou.
A principal reclamação dos usuários que compareceram ao posto foi a falta de um calendário de vacinação para os grupos de risco. “É apenas uma fila para todo mundo. Idosos, pessoas com doenças crônicas e até crianças. A organização está péssima. Não esperava encontrar isso. Há cinco anos eu me vacino neste posto, e sempre foi tranquilo. Este ano está sendo atípico. Muitas pessoas desistiram”, lamentou o médico Guilherme Benevenuto, 38.
No Cruzeiro, o aposentado Eduardo Vieira, 66, encontrou um posto aonde foi mais calmo. “Esperei apenas 15 minutos para receber a vacina. Há quatro anos, sempre venho no início, com medo de faltar vacina. Sou o primeiro a chegar. Temos que nos prevenir sempre. Então, deixar para a última hora não é bom”, comentou.
A expectativa da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) é que 706.988 moradores de Brasília sejam vacinados. A meta é cobrir 90% de cada um dos grupos prioritários para a vacinação.
Podem se vacinar na rede pública, gratuitamente:
- trabalhadores da área de saúde,
- idosos acima de 60 anos,
- crianças entre 6 meses e 5 anos,
- gestantes e mulheres que deram à luz há 45 dias,
- indígenas,
- pacientes de doenças crônicas,
- adolescentes e jovens do sistema socioeducativo,
- presos e funcionários do sistema penitenciário
- e professores de escolas públicas e privadas
Até o dia 1º de junho, quando acaba a campanha, o Distrito Federal terá 114 salas de vacina de unidades básicas de saúde (UBS) em funcionamento. As salas de vacina estarão disponíveis de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, nas UBS que têm até três equipes da estratégia saúde da família. As unidades com quatro ou mais equipes atenderão das 7h até às 19h.
Pessoas com doenças crônicas e outras categorias de risco clínico podem ser vacinadas em todos os postos disponíveis, desde que apresentem prescrição médica. O mesmo deve ser feito por pacientes atendidos na rede privada ou conveniada.
Vacina em domicílio para idosos
Por sua vez, usuários acamados acima de 60 anos (que durante o período da campanha não poderão se deslocar até os postos de vacinação) terão a oportunidade de agendar a vacina em domicílio a partir do dia 23 de abril, pelo telefone 160 (Disque-Saúde).
Todas as crianças de 6 meses a menores de 5 anos que receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Influenza sazonal após 2010 devem receber apenas uma dose em 2018.
A dose da vacina previne contra H1N1 e H3N2, subtipos do vírus Influenza A, e contra a Influenza B. O Ministério da Saúde deve distribuir 750 mil doses para a SES/DF, sendo que 400 mil já foram recebidas e distribuídas para as salas de vacinação. No Dia D da campanha, previsto para 12 de maio, a pasta espera vacinar aproximadamente 200 mil pessoas no DF. Neste dia, apenas as doses contra gripe serão distribuídas.
Neste ano, um homem de 54 morreu devido ao vírus H1N1. Segundo a SES/DF, ele era portador de doença hematológica não especificada, e não havia se vacinado contra a doença. Outros seis casos da gripe foram registrados no DF. Além disso, a pasta contabilizou seis pessoas infectadas com o vírus Influenza A H3N2 e duas com Influenza B, mas nenhuma morte.
Na semana passada, uma menina de 2 anos foi diagnosticada com a gripe tipo H1N1. Ela não chegou a ser internada, mas o médico a orientou a ficar em casa recebendo a medicação. De acordo com o colégio em que estuda, em Águas Claras, a criança está bem. Antes dela, um estudante do Mackenzie, no Lago Sul, também contraiu a doença.
Matéria do site Correio Braziliense
Foto: Divulgação/Correio Braziliense