O Riacho Fundo II é considerado uma das regiões administrativas onde mais se construiu casas e apartamentos por meio da parceria entre o Estado e os movimentos sociais de luta pela moradia. Desde a sua fundação, a cidade é a maior vitrine das entidades e cada uma de suas etapas tem o DNA do trabalho realizado pelas associações e cooperativas habitacionais. Isso já é um fato consumado.
Recentemente, as associações e cooperativas habitacionais deram início a construção de mais 300 casas no Riacho Fundo II. O Expressão Brasiliense esteve na cidade e constatou que ruas foram abertas e já há piquetes demarcando os lotes. A região administrativa passará a ter mais uma quadra, a QS 20 e concluirá a QS 18 com a construção de casas no conjunto 07. Segundo o presidente da Federação dos Inquilinos do DF, Francisco Dorion, uma dessas casas erguidas será doada pelas entidades a uma família que se encontra no acampamento Vila Marielle, em Samambaia. “O grande detalhe é que a família que for sorteada receberá essa casa já mobiliada”, promete Dorion.
As entidades que irão construir no local participaram de um processo seletivo promovido pela Codhab – Companhia de Desenvolvimento Habitacional, por meio do edital nº 03/2017. O edital determinava que 37 entidades, entre associações e cooperativas habitacionais, fossem contempladas por meio de sorteio público. As 300 famílias que irão habitar nessas novas casas devem ter renda familiar até R$ 2.350,00.
Para participar desse projeto, as famílias que serão atendidas foram submetidas aos critérios estabelecidos pela Lei Distrital nº 3.877/06. O governo do Distrito Federal, por meio da Codhab, informou ao Expressão Brasiliense que o Estado ficará responsável por implantar toda a parte de infraestrutura do local como rede de água e esgoto, drenagem, pavimentação asfáltica e rede de distribuição de energia elétrica, além de analisar a documentação de cada família indicada para o projeto. O total do investimento por parte do GDF ultrapassará os R$ 55 milhões.
Já cada associação e cooperativa contemplada deverá pagar por cada lote o menor valor de mercado, conforme estava estipulado pelo edital e será responsável pela execução e construção das casas. O Expressão Brasiliense questionou a Codhab se esse modelo de atendimento não poderia ocasionar num possível superfaturamento ou fraude por parte das entidades. De acordo com a Codhab, o valor de cada unidade habitacional não poderá ultrapassar R$ 135 mil, conforme determina o programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). O tempo de construção das casas será de até 18 meses.
Para o dirigente Gilvan de Sousa Araújo, mais conhecido como Macho, esse modelo de parceria proporciona às associações e cooperativas atender essas famílias de forma mais justa e barata. “A minha entidade irá construir por meio de regime de mutirão. Cada família pagará o valor do lote e arcará com os custos do projeto arquitetônico, alvará de construção e os materiais para construir sua casa”, destaca.
Os associados da entidade do Macho decidiram doar parte do material adquirido para ajudar uma família carente e construir uma casa para eles. Essa doação inclusive faz parte do projeto social apresentado pela associação habitacional à Codhab.
A política habitacional do DF contempla as associações e cooperativas desde os meados dos anos 80, mas somente em 2006 foi efetivado de fato o marco jurídico que assegurou o atendimento às entidades. O movimento social por moradia é sempre muito disputado pelos políticos em época de eleição. Politicamente, a habitação já elegeu deputados distritais e um federal carregando essa bandeira.
Confira a Lista das Cooperativas Contempladas no Riacho Fundo II e o endereço onde cada uma delas irá construir no Riacho Fundo II.
Mais informações sobre o projeto, acesse o link da Codhab http://www.codhab.df.gov.br/pagina/257
Da Redação
Fotos: Divulgação/Expressão Brasiliense