• 6 de outubro de 2024

O Fino da Política – Os Bastidores da Política em Brasília

Gesto de grandeza com os colegas

A vinda do líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Camacho, o Marcola, juntamente com seus comparsas, para a Penitenciária Federal de Brasília, deixou o senador Izalci Lucas (PSDB) preocupado. Durante audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, realizada na última quarta-feira (27), com a participação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o parlamentar fez uma alerta ao ex-juiz federal e questionou os reais motivos de transferir criminosos de tão alta periculosidade para a capital federal.

Moro disse ao senador e demais parlamentares presentes que a ação tinha sido completamente planejada e que tudo estava correndo dentro dos conformes. Izalci disse ao ministro que gostaria de conversar mais sobre o tema com ele. Pois bem. Sérgio Moro convidou o senador para uma conversa e eis que Izalci Lucas, mostrando toda sua nobreza, pediu permissão para levar os colegas da bancada do DF. Como o senador é o primeiro vice-líder do governo na casa, Moro fez questão de atender o pedido dele.

Na sexta-feira (29), os 11 parlamentares da bancada do DF, os três senadores e oito deputados federais foram recebidos pelo ministro. A reunião foi curta, porém o gesto de insatisfação coletiva dos parlamentares do DF com vinda de praticamente a cúpula do PCC para a capital federal, vai passar a ter um peso significativo para o governo federal. Izalci Lucas fez um gesto de grandeza com os seus colegas que deve pesar nos próximos dias quando os parlamentares definirão que será o coordenador da bancada.

Ibaneis mais perto de se tornar presidente do MDB

Com a perda de poder e capital político de velhos caciques do MDB, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB) está cada vez mais se consolidando como um bom nome para resgatar o prestígio do partido que anda muito em baixa. Na Câmara, o partido reduziu sua bancada. No Senado, nomes expressivos da legenda deixaram a casa. Com a prisão do ex-presidente Michel Temer, a coisa piorou mais ainda.

A solução pode ser dar uma chance para o governador do DF, Ibaneis Rocha que está empenhado em se tornar o presidente nacional da legenda. O advogado vem aos poucos conquistando mais espaço no meio político. Tem organizado encontros com governadores, discursou para prefeitos durante um evento realizado em Brasília. Ou seja, Ibaneis está trabalhando sua imagem.

Tornando-se líder máximo do MDB, a construção de uma aliança com o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), para a disputa das eleições de 2022 para a Presidência da República estará praticamente selada. Como disse que não tinha intenções de ser candidato à reeleição, e se tiver bons números para mostrar de seu governo, poderá passar a dar expediente no Palácio do Planalto.

Os desencontros entre a base governista no Congresso Nacional

Os parlamentares da base do governo Bolsonaro andam tendo muitos desencontros. Nos bastidores, a atuação de alguns líderes partidários e os ditos apoiadores fez ligar o alerta no Planalto quanto a fidelidade dos que juram que são da base. Tem político acendendo vela para Deus e para o capeta ao mesmo tempo. Está rolando um disse me disse daqueles pelos corredores. Tem reunião que vaza a informação antes que se termine. Tem parlamentar que posa de santo, mas não passa de um espertalhão. E tem deputado que acha que vai esconder seus feitos “virtuais” indo para cima dos que geram conteúdo nas redes… tudo isso porque a tal da mentira tem perna curta. Cuidado, hein! O pau que bate em Chico, bate em Francisco e bate em “parlamentar fake”. Que fere com fogo, com fogo será ferido.

Moro tranquilo e Guedes áspero

Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Durante as audiências públicas realizadas pelo Senado Federal, na última semana, com a presença dos ministros Sérgio Moro e o todo-poderoso Paulo Guedes ficou nítido que estar sob pressão é para poucos. O ministro Moro esteve tranquilo durante as mais de três horas de evento. Respondeu tranquilamente a todos. Já seu colega de Esplanada, Paulo Guedes, cometeu alguns excessos. Chegou a dizer para uma parlamentar que se calasse, sendo repreendido pelo presidente da Comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM). Guedes escorregou por diversas vezes em suas palavras e chegou a responder com certo tom elevado de voz alguns questionamentos.

Bola dentro

O GDF, por determinação do governador Ibaneis Rocha, pagou uma dívida de mais de R$ 32 milhões aos servidores da área da saúde.

Bola fora

O presidente do senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decidiu arquivar a CPI da Lava-Toga, mas jogou a bomba no colo dos senadores para que decidam em Plenário. Alcolumbre rifou seus colegas colocando-os contra a opinião pública. Tomara que o feitiço não se volte contra o feiticeiro.

Da Redação

Fotos: Google Imagens

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