PGR aponta que cúpula da PMDF ‘sabotou’ plano de segurança do dia 8 de janeiro
Na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o subprocurador Carlos Frederico Santos aponta que os oficiais que integravam a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foram omissos e agiram de forma silenciosa para ‘sabotar’ o esquema de segurança planejado para o dia 8 de janeiro. De acordo com a PGR, os oficiais tinham “efetivos poderes para evitar os resultados ocorridos” naquele domingo. A PGR destaca ainda que entre os oficiais que estão sendo investigados, quatro deles ocupavam os cargos mais relevantes do comando da PMDF na referida data. O subprocurador acusa o coronel Klepter Rosa, ex-comandante que foi preso na operação de sexta (18), de retardar a entrega da documentação solicitada pela Justiça para atrapalhar o andamento das investigações. A denúncia também aponta que os oficiais, após o fim do segundo turno das eleições do ano passado, trocaram mensagens entre eles por meio de aplicativos de conversas debatendo possíveis cenários que pudessem manter o então presidente da República, Jair Bolsonaro, no poder. Entre as mensagens, os oficiais xingavam os apoiadores de Lula e prometiam vingança contra os petistas.
Adeptos de teorias conspiratórias e golpistas
Em outro trecho da denúncia da PGR, o subprocurador acusa os militares de estarem sob “profunda contaminação ideológica” e que os oficiais são “adeptos de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas”.
Organização criminosa
Já o ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga os oficiais da PMDF, ao acatar o pedido da PGR observou que os policiais agiram como uma “organização criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas” fazendo uso do cargo que detinham para cooptar apoiadores a fim de promover “a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil” culminando num eventual golpe de estado.
Distritais devem convocar oficiais novamente
Com o surgimento desses novos fatos envolvendo a alta cúpula da PMDF, nos corredores da Câmara Legislativa do DF (CLDF), já se fala que a CPI do parlamento distrital deve convocar esses oficiais para prestar esclarecimentos. Eles já passaram pela CPI da CLDF. No entanto, as novas evidências podem mudar os rumos das investigações. O presidente da CPI, deputado Chico Vigilante, do PT, manifestou que os trabalhos do colegiado devem ser prorrogados por mais 90 dias.
Caso das joias enfraquece bolsonarismo na capital federal
Outro assunto que dominou o noticiário no decorrer da semana passada foi o caso da venda de joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro enquanto esteve no comando do País. A operação contra o advogado da família Bolsonaro, Frederic Wassef, que assumiu que recomprou um relógio Rolex para ser devolvido ao Tribunal de Contas da União (TCU), e o general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, levantou suspeitas quanto a conduta do ex-presidente enquanto esteve no cargo. Diante dos fatos que estão surgindo, muita gente que antes batia no peito para dizer que ‘confiava no capitão’ vem adotando uma nova postura e muitos demonstram completa decepção com ‘as doutrinas bolsonaristas’. O DF se tornou nos últimos anos um dos mais fortes redutos bolsonaristas. Contudo, essa paixão começa a esmorecer. Que ninguém se atreva a querer comprar o anel ou uma joia de qualquer bolsonarista pelos próximos dias.
Partido lança o PL Jovem
Apesar dessa onda de desconfiança sob o bolsonarismo, a deputada Bia Kicis, presidente do PL no DF, não quer deixar a bola cair. No sábado, o partido lançou o PL Jovem que ficará sob o comando do líder Evandro Araújo. O evento contou com a presença de mais de 400 pessoas. Além de Bia, o lançamento do PL Jovem foi prestigiado pelo também deputado federal, Gustavo Gayer, de Goiás, do distrital Thiago Manzoni e do deputado estadual do Ceará, Carmelo Neto. Se a estratégia é não deixar o bolsonarismo morrer, incentivar a participação dos jovens é uma tática bem acertada e com chances reais de sucesso..
Wellington Luiz é confirmado no comando do MDB-DF
Os emedebistas da capital federal realizaram sua convenção estadual no último sábado (19), no auditório da CLDF, e confirmaram o nome do distrital Wellington Luiz para comandar o partido pelo biênio 2023-2024. O nome do parlamentar já era martelo batido e faltava apenas referendar a escolha numa convenção partidária. A ascensão de Wellington Luiz à presidência da legenda no DF contou com o apoio total do governador Ibaneis Rocha, que é um emedebista de peso.
Além de Wellington, a direção do MDB-DF terá a esposa do ex-vice-governador Tadeu Filippelli, Ana Paula da Conceição, como 1ª vice-presidente; o atual administrador do Cruzeiro, Gustavo Aires, como 2º vice-presidente; o secretário de Turismo, Cristiano Araújo, como 3º vice-presidente; e o deputado Hermeto, como secretário-geral.
Prudente ganha queda de braço com Izalci e fica com a coordenação da bancada do DF
De saída do comando do MDB-DF, o deputado Rafael Prudente aproveitou a convenção para anunciar que foi escolhido para exercer a função de coordenador da bancada de parlamentares do DF no Congresso Nacional. Prudente venceu a queda de braço que vinha travando com o senador Izalci, do PSDB, que queria ficar com a função, baseado num acordo celebrado na legislatura anterior. Como Rafael já tinha a maioria dos apoios, não restou outra alternativa ao tucano a não ser aceitar. Entre as novas atribuições de Prudente, a que gera mais ciúmes é o poder de ser o responsável por indicar as emendas de bancada ao orçamento. Para este ano, estão previstos R$ 500 milhões em recursos a serem destinadas pelo conjunto dos 11 parlamentares do DF (três senadores e oito deputados federais). Um parlamentar da bancada disse que há um acordo para que os próximos coordenadores também sejam deputados. Pelo visto, como Izalci e Leila já ocuparam a função, só se eles se reelegeram em 2026 é que vão poder voltar a coordenar a bancada. O acordo que está valendo é o de agora.
Chapa 4 levou a melhor no CRM-DF
Na última edição desta coluna, as eleições para o Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF) foram um dos destaques do nosso portal. Na terça (15), a chapa 4 – Movimento: ciência, ética e dignidade, venceu a disputa por uma diferença de 30 votos. A chapa 1 – Pode contar comigo, da atual diretoria do CRM-DF, ficou em segundo lugar. As outras duas chapas também tiveram votações expressivas. Como as chapas 2 e 3 eram compostas de médicos dissidentes da 1, se eles estivessem unidos, não teriam perdido. Integrantes da chapa vencedora disseram que eles constituíram uma frente ampla de médicos que possuem até mesmo ideologias políticas divergentes. “A nossa chapa tem apoiador do Lula, tem apoiador do Bolsonaro e tem quem não simpatize com nenhum dos dois. É uma frente ampla e sem vínculos com partido político nenhum”, enfatizou um dos coordenadores da campanha para O Fino da Política.
A próxima meta é ‘limpar’ o SindMédico-DF
O resultado das eleições do CRM-DF animou os médicos da chapa vitoriosa e das dissidentes a pensarem numa possível união para as próximas eleições do Sindicato dos Médicos do DF, o SindMédico. Segundo um interlocutor de uma das chapas dissidentes, o objetivo final “é limpar o SindMédico-DF”. Durante a campanha foi constatado que a classe médica também quer mudança em seu sindicato e o resultado das eleições do CRM-DF confirmaram esse alto índice de insatisfação com a atual cúpula do SindMédico-DF. O próximo embate entre a categoria promete.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É apresentador do podcast Café Expressão. É presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.
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