Partidos estão à procura de candidatos para compor suas nominatas
O mês de fevereiro começou fervendo nos bastidores da política. Para os dirigentes partidários então, nem se fala, pois os dias que antecedem o Carnaval serão cruciais para conseguir atrair candidatos com potencial de voto para compor as suas nominatas para as eleições de outubro e garantir o quociente eleitoral. Com as novas regras, a quantidade de candidatos que cada legenda pode inscrever para participar da disputa eleitoral neste ano diminuiu.
Para distrital, os partidos podem apresentar à Justiça Eleitoral 25 candidatos. E para federal, apenas nove. A regra é baseada na quantidade de vagas da Câmara Legislativa (24) e da bancada de parlamentares do DF na Câmara dos Deputados (8). A nova legislação estabelece que a quantidade de candidatos que cada partido pode registrar para concorrer aos cargos do sistema proporcional passou a ser de 100% das vagas mais um. Antes, as legendas podiam registrar até 150% do número de cadeiras.
Cumprimento de cotas
Desse total de vagas, as legendas terão ainda que cumprir a regra de ter o mínimo de 30% e o máximo de 70% de candidaturas de cada gênero.
Sem candidaturas laranjas
As novas regras vão dificultar que alguns dirigentes partidários metidos a sabichões inscrevam laranjas para concorrer. Nas eleições passadas, ainda vimos algumas práticas nesse sentido por aqui.
Medo das federações
As eleições deste ano serão as primeiras no DF em que não haverá mais a composição de coligações que era quando os partidos juntavam seus candidatos e formavam um grande bloco para abocanhar uma quantidade maior de cadeiras na disputa dos cargos proporcionais. Com as mudanças, os partidos poderão estabelece federações, porém terão que cumprir novas regas como permanecer juntos pelo período de quatro anos.
A federação pode ser formada por duas ou mais legendas que atuarão como um partido único, ou seja, a quantidade de vagas para disputar os cargos de deputado federal ou distrital não vai aumentar. Por isso, tem muito candidato ainda na espreita para decidir em qual sigla se filiar.
Dinheiro e tempo de Rádio e TV
Outro ponto que muitos candidatos estão levando em conta para escolher o partido são os recursos disponíveis do fundo partidário e o tempo de Rádio e TV. Os partidos nanicos vão dispor de pouca verba e tempos de exibição nos canais de comunicação irrisórios comparando com as outras legendas. Com isso, quem concorrer por uma agremiação de médio e grande porte terá uma certa vantagem sobre os ‘anõezinhos’. Nessa hora, todo mundo quer ser ‘pavão’.
Suspense até o último segundo
Como o prazo para se filiar é até o dia 2 de abril, muitos candidatos estão optando em fazer suspense até o último segundo. Vale lembrar que quem quer escolher demais pode ficar fora na reta final.
Janela partidária
No dia 3 de março começa o prazo para que os detentores de mandatos possam mudar de partido. Eles têm até o dia 2 de abril para ingressar numa nova legenda e não transgredir as regras eleitorais.
Dança das cadeiras no GDF
Com a saída de secretários, administradores regionais e presidentes de empresas que pretendem concorrer a cargo eletivo em outubro até o dia 2 de abril, as movimentações para ocupar a vaga do dono da caneta já estão acontecendo nos bastidores. Já tem até parlamentar de olho em outros órgãos visando ampliar a sua composição política.
MDB se fortalece com novos filiados no DF
Quem começou fevereiro investindo forte para ter candidatos de peso foi o MDB de Ibaneis Rocha e Rafael Prudente. Os dois filiaram pré-candidatos de peso para concorrer à deputado federal e distrital em outubro.
Segura, Vigão!
Entre os recém-chegados no MDB-DF, um dos destaques é o ex-deputado federal Wigberto Tartuce, mais conhecido como Vigão. O goiano de Rio Verde quer voltar ao cenário político depois de passar um bom tempo afastado. No decorrer desse tempo, as suas aparições se limitaram ao seu programa de rádio na Atividade FM. O último cargo político de Vigão foi de 2003 a 2006 quando ocupou uma das cadeiras da CLDF. As expectativas em torno do desempenho eleitoral do radialista são grandes.
Disputa entre família
Já o mistério sobre uma possível disputa entre os dois emedebistas da família Filippelli ainda prossegue. O ex-vice-governador Tadeu Filippelli está circulando pelas cidades do DF em busca de rever amigos e obter apoio. Ainda não se sabe para qual cargo ele irá concorrer. Enquanto isso, a secretária da Mulher, Ericka Filippelli, que é nora de Tadeu, segue trabalhando.
Os rumores de bastidores que os dois podem bater chapa para o cargo de distrital são grandes. Interlocutores de Filippelli garantem que ele será candidato a distrital e fontes próximas a Ericka também afirmam que ela vai concorrer a distrital. O sogro e a nora têm evitado em falar do assunto publicamente. E agora, como vai ficar esse imbróglio familiar?
Magela quer debater com Rosilene
O ex-secretário de Habitação e ex-deputado Geraldo Magela, do PT, esteve no sábado (5/2) reunido com a executiva regional do partido no DF e pediu que fossem realizados cinco debates entre ele e Rosilene Côrrea, dirigente do Sinpro-DF, que é pré-candidata ao GDF da legenda assim como o ex-parlamentar. Magela tenta viabilizar um cenário que fortaleça a sua imagem perante a militância petista. Nos bastidores, a cúpula do PT-DF quer lançar Rosilene sem que sejam realizadas as prévias.
Arlete pendura as chuteiras
Quem decidiu pendurar as chuteiras e não concorrer à reeleição é a deputada distrital Arlete Sampaio, do PT. A parlamentar já foi vice-governadora, está no seu terceiro mandato de distrital e foi secretária de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do Distrito Federal do governo Agnelo. Segundo fontes, Arlete tem dito que é preciso reconhecer a hora de sair de cena e dar chances para a renovação do partido.
Candidatos da saúde
Uma das disputas mais esperadas neste ano na corrida eleitoral para a Câmara Legislativa será entre os candidatos ligados aos servidores públicos da área da saúde. Atualmente, os servidores contam apenas com o deputado distrital do Podemos, Jorge Vianna, como representante no legislativo.
* José Fernando Vilela é editor-chefe e colunista deste portal. A coluna O Fino da Política é publicada todos os domingos.