A última palavra é do capitão Bolsonaro
É comum no meio político, principalmente, no âmbito do Poder Executivo, ver ministro ou secretário anunciar uma medida e logo depois o chefe máximo dizer que não é bem assim ou não é isso que vamos fazer, entre tantas outras justificativas dadas pelo líder para mostrar quem manda no pedaço. No decorrer da semana passada, vimos o ministro da Economia, Paulo Guedes, falar de um programa social, que pelo visto, não foi o acertado com o presidente Bolsonaro. Como se diz: o combinado, não sai caro. Que Guedes é um dos mais gabaritados e capacitados dentre os ministros do governo de Jair Bolsonaro, isso, ninguém duvida, porém, o chefão da economia precisa alinhar melhor o seu discurso com o do capitão. Ao falar que o Renda Brasil, atual menina dos olhos do presidente, iria pagar um benefício abaixo do esperado, Bolsonaro mandou que ele e sua equipe revisassem os números do programa. Paulo Guedes tem que entender que a concessão de auxílio social aos mais carentes, obrigatoriamente, não pode ser considerado um peso morto. Se a última palavra não fosse do capitão, com certeza, o assistencialismo não estaria na pauta do governo e os números da gestão de Bolsonaro estariam lá embaixo. A solução é atender o presidente-capitão e espremer mais a laranja para aumentar o suco.
Deputada Flordelis se tornou persona non grata no Congresso Nacional e na Esplanada
Até poucos dias, a deputada Flordelis (PSD-RJ), apesar das suspeitas de ser a mandante do assassinato do marido, ainda não vinha sendo relegada pelos parlamentares e autoridades do governo federal próximos a ela. Agora que a situação da deputada-pastora se complicou, diante das evidências descobertas no decorrer das investigações, ninguém quer mais saber dela. Flordelis virou persona non grata para os congressistas e ministros. As portas se fecharam e não devem mais ser abertas, já que mesmo que não seja comprovada a sua participação no crime, as histórias da vida íntima da parlamentar mostraram que ela tinha uma vida dupla, nada anormal para o mundo político, no entanto, as revelações trouxe à tona uma mulher que se escondia atrás do livro sagrado para fazer travessuras dignas de uma querubim que caiu do céu.
Tem governador com medo do efeito Witzel no STJ
O afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) ligou a luz amarela em muitos palácios e sedes de governo em todo o território brasileiro, principalmente, nos estados que estão na mira da polícia e do Ministério Público. Se o efeito Witzel ganhar força no Tribunal, já já outros estados ficarão sob o comando de seus respectivos vices, desde que também não estejam no meio do cambalacho.
Governo perdeu o time e LGPD vai entrar em vigor
A edição de medidas provisórias (MP) sempre foi uma faca de dois gumes para todo presidente. O instrumento legislativo é sempre utilizado quando há a necessidade de se fazer algum ajuste na lei ou promover uma mudança que seja de interesse de quem está no comando. O problema que a MP quando entra na pauta do Congresso, os lobistas, articuladores e oportunistas de plantão começam a se movimentar e procurar os parlamentares para fazer suas sugestões nada modestas em prol de suas áreas de atuação ou clientes. Aí o tempo vai passando e a medida provisória perde o prazo para ser votada e convertida em lei. Na semana passada, a MP 959/2020, que alterava a data para iniciar a vigência da Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD (Lei 13.709) de setembro deste ano para maio do ano que vem, não foi submetida a votação dos senadores e não tem mais prazo para entrar na pauta do plenário. A LGPD vai ter que entrar em vigor sem ter a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, que será o órgão fiscalizador e responsável por regular a atuação do Poder Público, empresas e pessoas. Será se agora vai haver o vazamento dos nossos dados por aí aleatoriamente?
Para Refletir
“Se o homem faz de si mesmo um verme, ele não deve se queixar quando é pisado”, Immanuel Kant (1724-1804), foi um filósofo alemão.