• 21 de novembro de 2024

O FINO DA POLÍTICA | Oposição ainda não tem nome para encarar Ibaneis

Oposição ainda não tem nome para encarar Ibaneis

Foto: Reprodução/Google Imagens

Faltando mais de 410 dias para o 1º turno das eleições de 2022 e o governador do DF, Ibaneis Rocha, do MDB, ainda não consegue enxergar no horizonte quem será seu principal adversário na disputa pelo comando do GDF. A desorganização, a falta de articulação e de liderança entre seus opositores são visíveis aos olhos e percepção dos eleitores. Ou seja, nesse cenário o emedebista não terá dificuldades para se reeleger.

Indecisão e salto alto

Foto: Reprodução/Google Imagens

Entre os possíveis candidatos a enfrentar Ibaneis Rocha no próximo ano está o senador Reguffe, do Podemos. O parlamentar é o “queridinho” de muitos líderes partidários, porém a falta de uma posição clara do senador quanto a qual cargo irá concorrer em 2022 faz com o pessoal já comece a pensar em outra alternativa. Reguffe já disse a este colunista que este não é o momento para se falar de eleições. Nos bastidores tem muita gente comentando que o senador precisa descer do pedestal e tirar o salto alto. Há quem diga que Reguffe só está fazendo hora com a cara daqueles que estão conversando com ele e no final virá novamente à reeleição. Tem interlocutor que garante que o projeto do parlamentar para o GDF é em 2026.

Barco afundando

Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil

Já o grupo liderado por Rodrigo Rollemberg, que comandou o GDF antes de Ibaneis, ficou à deriva depois que o “saque viagem ao fundo do mar” da senadora Leila do Vôlei, ex-PSB e agora Cidadania, acertou a ponte de comando do barco pessebista. Rollemberg vinha trabalhando e negociando nos bastidores uma chapa de esquerda com outros partidos e a senadora era a principal moeda de troca. Como a parlamentar sacou e deixou o barco afundando, os pessebistas estão sem rumo e com raiva da ex-atleta que só chegou ao Congresso graças a eles. Até o momento, Rollemberg e seus pessebistas estão tentando consertar o casco.

Ainda conversando

Foto: Divulgação/PT-DF

Acostumados ao protagonismo eleitoral, os petistas da capital da República decidiram que vão passar esses próximos dias conversando internamente e com outras legendas com a intenção de criar uma frente de esquerda para expulsar os “bolsonaristas locais” do poder. Um documento com a decisão do partido “sobre táticas eleitorais” sequer cita o nome do atual chefe do Buriti. O PT-DF pelo visto não quer que Ibaneis saia do GDF.

Em busca de um líder

Foto: Reprodução/Google Imagens

Quanto aos bolsonaristas da capital federal, que reúne uma boa quantidade de partidos, ninguém sabe ao certo aonde eles querem chegar. Há aqueles que querem enfrentar Ibaneis Rocha e outros que querem compor com ele. Como os que desejam bater chapa com o emedebista ainda não conseguiram ter a maioria, eles preferem protelar as negociações a fim de que surja um nome de peso. Enquanto isso, Ibaneis Rocha vem ganhando elogios do presidente-capitão em seus discursos e andanças pelo DF. Em outras palavras, os bolsonaristas não conseguem projetar alguém de dentro do próprio grupo e podem acabar tendo que engolir o orgulho e subir no palanque de Ibaneis.

Candidato solitário

Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

Considerado um parlamentar exemplar, o senador Izalci Lucas, do PSDB, é o único que já se declarou pré-candidato ao GDF e já está percorrendo as cidades como se estivesse em campanha. No entanto, Izalci está sendo isolado pelos demais partidos e grupos políticos. O tititi nos bastidores é que o senador quer chegar com seu projeto pronto e fazer com que os demais o aceitem como candidato ao governo do DF na marra. Este colunista conversou com alguns dirigentes partidários que já estiveram com Izalci e disseram que “do jeito que ele quer, ninguém vai aceitar”.

Dinheiro não é sinônimo de liderança

Foto: Reprodução/Google Imagens

O endinheirado casal Luis Felipe Belmonte e Paula Belmonte, suplente de senador e deputada federal, respectivamente, vem tentando se articular para entrar na briga ao GDF. Volta e meia a deputada Paula figura em pesquisas como pretensa candidata ao governo, porém, o desempenho da matriarca do clã é pífio e pode fazer com que eles se contentem em reelegê-la e fazer doações polpudas como as de 2018. Felipe Belmonte esteve com a faca e o queijo na mão para criar um partido para o presidente Jair Bolsonaro, mas nem com todo o dinheiro que tem conseguiu. A luz amarela está ligada no clã.

Fechados com Ibaneis

Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Um dos grupos políticos que poderiam entrar nessa disputa é o do ex-governador José Roberto Arruda, que hoje tem a ministra e deputada Flávia Arruda, do PL, como principal representante. Porém, atualmente, o grupo está totalmente integrado ao projeto de Ibaneis Rocha e Flávia Arruda já é vista como candidata ao Senado na chapa do emedebista. Ela também tem a opção de ser a sua vice-governadora e assumir o GDF a partir de 2026 e concorrer à reeleição. Tudo vai depender da aliança que está sendo construída.

Prisão de Roberto Jefferson tem pouca repercussão no DF

Um dos assuntos mais comentados da semana no meio político foi a prisão do presidente nacional do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, na última sexta (13). “Bob Jeff”, como é chamado por alguns, teve a sua prisão determinada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, acusado de participar de uma milícia digital que promove ataques à democracia, em especial ao próprio Supremo. No entanto, aqui no DF a repercussão foi baixa e apenas o presidente do PTB-DF, o suplente de senador Fadi Faraj saiu em defesa de Jefferson. Faraj considerou a prisão do presidente do seu partido como “um abuso constitucional”. Ele ainda destacou que no Brasil não há mais um “Estado Democrático de Direito” e que a “opinião virou crime”. O presidente do PSL-DF, Manoel Arruda, disse a este colunista que “esse momento precisa de temperança e serenidade. Melhor aguardarmos”. O Fino da Política entrou em contato com outros líderes de partidos bolsonaristas, porém eles optaram em não se manifestar sobre o assunto.

CLDF com as mesmas caras e modus operandi

Foto: Divulgação/CLDF

Depois um bom tempo, este colunista resolveu acompanhar de perto uma sessão da Câmara Legislativa do DF. Chegando lá, deu para notar que pouca coisa mudou na casa. As práticas de servidores e parlamentares continuam as mesmas desde os tempos em que a CLDF funcionava no final da Asa Norte, no prédio da Emater.

Apesar da renovação de parlamentares, deu para notar que os assessores ainda são os mesmos. Ou seja, os distritais são reféns de servidores que controlam o modus operandi da CLDF, o que faz com que se tenha a impressão que tudo está igual.

Os parlamentares não entenderam que a renovação nas urnas também deveria passar pelas assessorias de plenário. Talvez seja esse o motivo que faz com que muitos eleitores fiquem desacreditados com a nossa Casa de Leis.

* José Fernando Vilela é editor-chefe e colunista deste portal. A coluna O Fino da Política é publicada todos os domingos.

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