Na surdina, PSD, Republicanos, PL e União Brasil se unem para diminuir força de Celina
Para evitar que o projeto Celina Leão 2026 se torne imbatível e se fortaleça para o próximo pleito eleitoral de uma vez por todas, líderes partidários, parlamentares e políticos do PSD, Republicanos, PL e União Brasil da capital federal estão se unindo na surdina. A meta é diminuir a força da vice-governadora do DF que estará no comando do Palácio do Buriti em plena campanha eleitoral e poderá se beneficiar da estrutura da máquina governamental para se reeleger. Celina Leão, que é presidente regional do PP no DF, já figura como pré-candidata ao GDF em 2026. Ela é a candidata natural de seu grupo político, pois ficará nove meses como gestora da administração distrital.
Essa movimentação silenciosa iniciou após Ibaneis Rocha, governador do DF, declarar que gostaria de que a leoa continuasse no Buriti. Apesar desses quatro partidos apoiarem o governo Ibaneis, os dirigentes e seus correligionários estão preocupados com a projeção que Celina vem tendo com as entregas e benfeitorias realizadas pela atual administração e também com o crescimento da adesão ao projeto da vice-governadora. Celina Leão é conhecida no meio político por saber ocupar os espaços e aproveitar como ninguém as oportunidades. O problema dessas legendas que estão se rebelando nos bastidores é que nenhuma delas possui um candidato orgânico com potencial para fazer frente à leoa.
Partidos de olho na ex-ministra Flávia Peres
Passada a turbulência das eleições e a mudança de rumo na vida pessoal, a ex-ministra do governo Bolsonaro e ex-deputada federal, Flávia Peres, que foi casada com o ex-governador do DF, José Roberto Arruda, vem sendo alvo de legendas partidárias para se filiar, afinal de contas, mesmo sendo derrotada nas urnas, ela tem um potencial político que não é de se jogar fora. Há rumores de que ela estaria de malas prontas para embarcar no Progressistas, o PP, com as bençãos do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira. No entanto, esqueceram de combinar com o restante dos progressistas. A maioria dos parlamentares da legenda tem ranço de Flávia devido a um tombo que tomaram na distribuição de verbas de emendas em sua passagem pelo Congresso e no governo Bolsonaro. A ex-deputada foi presidente da Comissão Mista do Orçamento, a CMO, e a pasta que comandava era a responsável por viabilizar a liberação de emendas dos parlamentares. Fora o PP, entusiastas de uma eventual candidatura de Flávia Peres em 2026 afirmam que partidos como Republicanos, PSD e União Brasil gostariam de tê-la em seus quadros.
Ibaneis e Caiado mais próximos
Os governadores do DF e de Goiás, Ibaneis Rocha, do MDB, e Ronaldo Caiado, do União Brasil, respectivamente, estão se reaproximando. Durante o primeiro mandato de ambos, de 2019 a 2022, eles tiveram embates e enfrentamentos até mesmo pela imprensa em assuntos relacionados à região do Entorno do DF. Reeleitos, os dois adotaram uma nova postura e agora estão vivendo um novo momento. Na última sexta (29), os dois gestores participaram do Fórum de Governadores do Consórcio Brasil Central, que além do DF é composto pelos estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. Na ocasião, os governadores debateram propostas para a reforma tributária. Ibaneis e Caiado fizeram discursos parecidos, o que evidencia que eles estão começando a falar a mesma língua. Contudo, um episódio de foro pessoal selou de uma vez por todas essa nova união. Quando a mãe de Ibaneis Rocha sofreu um acidente em Caldas Novas, cidade turística de Goiás, Caiado não mediu esforços e foi o primeiro a ajudar a socorrer a genitora do emedebista. O gesto de Ronaldo Caiado mexeu com o governador brasiliense, que passou a ter uma gratidão imensurável com o seu colega goiano.
José Humberto Pires pode ser suplente na chapa de Ibaneis ao Senado
Diante dos rumores de que o secretário de Governo do DF, José Humberto Pires, também chamado de Pezão, pode disputar um cargo eletivo nas eleições de 2026, mesmo ele afirmando que não tem interesse e que seu foco é trabalhar pelo DF, muita gente gostou da ideia de vê-lo atuando no mundo da política. Segundo uma fonte próxima ao secretário, José Humberto teria o desejo de ser senador da República. Como nunca foi testado nas urnas e não se sabe qual seria o seu capital político, Pezão pode compor a chapa de Ibaneis ao Senado em 2026 como seu primeiro suplente.
De acordo com a fonte, a ideia seria herdar o mandato de Ibaneis assim como aconteceu com Gim Argello em 2007, que assumiu a titularidade quando Joaquim Roriz renunciou ao cargo para não ficar inelegível, e Hélio José, o Gambiarra ou Melância (como preferir), que sentou na cadeira após Rodrigo Rollemberg se eleger governador e ir para o GDF em 2015. É uma boa estratégia, porém ele precisa, antes de qualquer coisa, se filiar a um partido. O Pezão hoje é apontado como um coringa: ele pode ir para onde quiser. Até mesmo, ficar na dele e seguir exercendo alguma função no Executivo. Por enquanto, vamos ouvir a voz da torcida.
Assalto acaba revelando o que Paula Belmonte foi fazer em SP
A deputada distrital Paula Belmonte, do Cidadania, foi vítima de um assalto, na quinta-feira (28), em São Paulo. A parlamentar relatou nas redes sociais, por meio de vídeo, que utilizava o celular dentro do carro quando um criminoso quebrou o vidro e roubou o aparelho, chegando a ferir o braço e as unhas dela. O trágico episódio acabou revelando o que a distrital foi realmente fazer na capital paulista. O seu atual partido, o Cidadania, está para embarcar de vez na base do governo Lula e como Paula e seu marido, o advogado Luís Felipe Belmonte, que é suplente do senador Izalci Lucas, do PSDB, se declaram apoiadores de Jair Bolsonaro, o ingresso da sigla no projeto petista inviabiliza a sua permanência na legenda. A ida a São Paulo foi para uma conversa com a cúpula do partido Novo. Paula está correndo contra o tempo para arrumar uma nova casa. Se até Roberto Freire, que comanda o partido há anos, foi à imprensa reclamar que querem expulsá-lo da sigla para concretizar a adesão ao governo Lula. Imagina, o que eles vão fazer com a distrital?
Wellington Luiz articula com Hermeto para retirar emenda que diminui percentual das entidades habitacionais
Eleito sob a bandeira de ser um defensor da habitação no DF, o presidente da Câmara Legislativa do DF (CLDF), deputado Wellington Luiz, do MDB, vem articulando para derrubar a emenda de seu colega de parlamento e partido, deputado Hermeto, ao projeto de lei 452/2023, de autoria do Poder Executivo, que altera as regras e critérios de atendimento dos programas habitacionais do GDF. Hermeto propôs a redução do percentual do atendimento das famílias que pertencem às associações e cooperativas credenciadas junto à Codhab/DF, passando de 40% para 20%. O distrital em conversa com este colunista afirmou que a emenda será derrubada se chegar ao plenário. Fontes sustentam que Wellington Luiz e Hermeto chegaram a um entendimento para retirar a emenda sem a necessidade de apresentar um destaque à emenda durante a votação no plenário. O PL já tramitou pelas comissões de Assuntos Fundiários (CAF) e do Meio Ambiente (CDESCTMAT) e aguarda parecer da CCJ para ser apreciado pelos distritais. O projeto deve ser votado nesta semana.
Participação da população nas eleições dos conselheiros tutelares deve crescer
Neste domingo (1º), a população brasiliense volta a participar de um processo eletivo: as eleições dos conselheiros tutelares. A organização das eleições está sob a responsabilidade da Secretaria de Justiça e Cidadania do DF e do Tribunal Regional Eleitoral. Na eleição anterior foi registrado o crescimento da participação popular no pleito. Nesta eleição, o GDF intensificou as ações de divulgação para estimular a participação dos brasilienses. Em 2019, a conselheira tutelar mais votada foi a assistente social Keka Bagno, que em 2022 disputou o GDF concorrendo pelo PSol.
Classe política envolvida
As eleições dos 220 conselheiros titulares e 440 suplentes também mexem com a classe política. Durante a semana passada, deputados e líderes políticos foram às redes sociais pedir o voto para seus candidatos. O objetivo é ajudar o pessoal hoje para depois cobrar a fatura em 2026. Na visão de analistas políticos, esse é um dos motivos que leva a população a não participar do processo eleitoral. O DF possui mais de 2 milhões de cidadãos aptos a votar neste domingo. Na eleição passada, apenas 155 mil pessoas compareceram às urnas.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense, e é presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.
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