Michelle Bolsonaro pode se candidatar ao Senado no Paraná e abandonar projeto de aliados do DF para 2026
Com a cassação do mandato do ex-juiz e senador Sérgio Moro, do União-PR, que já é dada como líquida e certa até mesmo pelo parlamentar, a Justiça Eleitoral deve convocar eleição suplementar para os eleitores do Paraná escolherem um novo ocupante para o cargo. A ex-primeira-dama e presidente nacional do PL Mulher, Michelle Bolsonaro figura entre as pretendentes ao posto. Ela inclusive passou pelo estado no último sábado (16) e foi recebida com coro de ‘senadora’ em um evento da legenda. Michelle chegou a discursar e afirmou que “Deus teria algo novo no Brasil”. Antes dessa possível candidatura ao Senado pelo Paraná, Michelle Bolsonaro vinha sendo cogitada para disputar uma candidatura majoritária no DF.
“Deus vai dar sabedoria para vocês escolherem o melhor para o estado do Paraná. Uma pessoa que seja realmente elegante, que possa ter elegância para trabalhar e para lutar por esse estado tão maravilhoso”, provocou a ex-primeira-dama. Por enquanto, Michelle vai ter que esperar a Justiça julgar Moro, cuja situação não é lá das melhores. Na última quinta (14), a Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná (PRE-PR) emitiu parecer favorável à cassação do mandato do ex-juiz federal por abuso de poder econômico.
Nome forte para concorrer ao GDF
Caso a ex-primeira-dama decida concorrer a vaga do ex-aliado Moro e vença, ela vai jogar um balde de água bem fria no grupo de bolsonaristas da capital federal que sonha em vê-la concorrendo ao Palácio do Buriti em 2026. Em meados de outubro, parlamentares e lideranças do PL, Republicanos e União foram até a casa onde ela vive com Jair Bolsonaro no Jardim Botânico propor que ela disputasse o GDF nas próximas eleições. Michelle sinalizou que gostou da ideia, mas o ex-presidente não. Bolsonaro chegou a declarar à imprensa que ninguém de seu clã disputaria eleições para governos estaduais e até mesmo municipais. Entretanto, o grupo ficou de tentar novamente lá na frente. Se Michelle se tornar senadora pelo Paraná, os entusiastas de sua candidatura aqui no DF vão ficar órfãos e, certamente, devem compor politicamente com outro grupo ou lançar alguém que possa dar visibilidade às candidaturas proporcionais.
PT-DF tenta se reorganizar para liderar esquerda
Como já divulgamos nesta coluna, o PT-DF vem tentando se reorganizar para poder voltar a ser protagonista no cenário político local. O diretório regional da legenda promoveu um último encontro da ‘companheirada’ do ano, no sábado (16), para definir o que eles chamaram de ‘ações coletivas’ para o próximo ano. Ficou definido que vão concentrar esforços para defender o governo Lula nas ruas, nos debates e nas redes sociais. Na visão dos petistas, se a administração de seu líder máximo obtiver resultados satisfatórios a tendência é que o eleitor brasiliense torne a ver com bons olhos os ‘companheiros’ da capital federal. Nas duas últimas eleições, o PT-DF atuou como figurante nas disputas majoritárias. Em 2018, o candidato do partido passou vergonha e, em 2022, os petistas tiveram que bater palmas para um forasteiro.
Atuação de base aliada na CLDF gera desconfiança no Buriti
A sessão legislativa deste ano na Câmara Legislativa do DF teve fim na última semana. Os parlamentares agora entram em recesso e retomam os trabalhos do plenário só em fevereiro. Este foi o primeiro ano de trabalho da atual composição da CLDF. Politicamente, os distritais estão com o sentimento de dever cumprido. Porém, nos bastidores, que é onde a política pega fogo, fontes palacianas dão conta que o Executivo avalia que muitos distritais, em especial, os de primeiro mandato deixaram a desejar. Nessa última semana de trabalho, a base aliada foi posta à prova com o projeto de concessão da Rodoviária do Plano Piloto. A proposta foi aprovada, mas o Buriti viu poucos deputados entrarem no debate para defender a posição do governo. Além dessa falta de atitude de muitos deputados, outro ponto que tem gerado desconfiança é que parlamentares da oposição estão tendo muito espaço nas ações da CLDF. O lançamento de uma ferramenta de fiscalização das contas do GDF por parte da CLDF, sob a coordenação da oposição, deixou o núcleo duro do Buriti intrigado, pois criaram um instrumento só para fazer barulho contra a gestão atual. “A gente não vê um deputado da base fazendo o contraponto. Assim fica difícil”, criticou uma fonte.
Interesses pessoais em primeiro lugar
Na visão de muitos palacianos, a maioria dos distritais está mais preocupada em atender primeiramente os seus interesses do que colaborar e apoiar os projetos enviados pelo GDF. Tem parlamentar aliado que fala uma coisa na frente de Ibaneis e faz outra quando chega na CLDF ou está nas ruas diante do povo. O pessoal está de olho nos possíveis ‘traíras de burca’.
Oposição aproveita para ocupar espaço
Nesse cenário onde a base do governo demonstra que não está coesa, os parlamentares da oposição aproveitaram para ocupar espaço. Quem diria que teríamos uma parceria de distritais de ideologias políticas divergentes em torno de um objetivo: atacar o atual governo e expor suas possíveis mazelas. Nesse quesito, vamos falar a verdade, a oposição ao longo do ano de 2023 demonstrou que está melhor preparada e nada de braçada sobre a base aliada. Como disse uma das fontes que conversamos: “são poucos os que têm condições de debater com os distritais da oposição”.
Pesquisas fakes de assessores já circulam nos bastidores
Com tanto ti-ti-ti sobre as próximas eleições, eis que surgem os boatos que já existem pesquisas de opinião para 2026. Realmente, algumas sondagens estão sendo realizadas. O que não vale são as pesquisas fakes criadas pela cabeça de assessores de parlamentares e políticos que tentam se realocar no cenário da política local. E como tem gente que acredita nessas pesquisas fakes. O bom é que quando a gente pergunta: cadê a pesquisa? O dito cujo responde que foi ‘alguém que mostrou’ ou ‘me disseram’. Quem acredita nesse povo, está lascado.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense, e é presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.
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