MDB do DF pode passar por mudanças até 2026
O MDB é hoje uma das agremiações partidárias mais fortes e sólidas da capital federal. O partido ocupa a cadeira um do Palácio do Buriti desde 2019, comanda a Câmara Legislativa do DF (CLDF) também desde 2019, tem um deputado federal e seis deputados distritais. A legenda vem nessa toada de crescimento desde a chegada de Ibaneis Rocha ao partido. No meio político é consenso que o MDB é um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do DF. O falecido ex-governador Joaquim Roriz, que só deixou o partido após ser ‘traído’ por Tadeu Filippelli, e agora Ibaneis são os protagonistas dessa história entre a sigla e a capital federal. No entanto, para as eleições de 2026, nos bastidores, especula-se que o MDB poderá sofrer algumas mudanças até lá.
Entre as mais comentadas está a possibilidade do atual presidente da agremiação partidária, deputado Wellington Luiz, que também comanda a CLDF, ir para o Tribunal de Contas do DF (TCDF), caso surja uma vaga antes das eleições. Com isso, o ti-ti-ti interno entre os emedebistas brasilienses é para saber quem vai ficar no lugar dele. Alguns nomes começam a ser apontados, porém, é preciso aguardar. Também surgiram rumores de que o federal Rafael Prudente estaria articulando para voltar a dirigir o MDB-DF, mas o parlamentar afirmou a este colunista que “estou satisfeito com a gestão do Wellington e espero que ele fique lá um bom tempo”.
Mas as possíveis mudanças na legenda não seriam apenas na executiva regional. Na CLDF, o partido hoje tem seis distritais, todos bons de votos, o que em 2026 pode se tornar um problemão, pois dificilmente a legenda consegue alcançar o coeficiente eleitoral para garantir a reeleição desses parlamentares. Este colunista conversou com algumas fontes emedebistas que sustentam que o MDB pode perder um ou mais distritais.
O fato de ser um dos maiores partidos da capital federal tem suas vantagens e desvantagens. Vamos ver como a sigla e seus filiados vão se acomodar para as próximas eleições, já que o MDB é uma das legendas que manifestou que vai apoiar a candidatura da vice-governadora, Celina Leão, do PP, ao GDF. Certamente, os emedebistas vão compor a aliança da ‘Leoa’. Já está praticamente definido que o governador Ibaneis Rocha será um dos candidatos ao Senado da chapa de Celina, contemplando o MDB. Para as próximas eleições, o partido deve eleger Ibaneis, manter a vaga de federal e eleger alguns distritais, quantos serão, ainda está difícil de enxergar no horizonte, mas a nominata deve vir bem forte.
Greve dos médicos chega ao fim sem conquistas e prejuízo milionário
A greve dos médicos da rede pública de saúde do DF, que teve início no dia 3 de setembro e prejudicou milhares de pacientes que carecem dos serviços do SUS, chegou ao fim de uma vez por todas. Na assembleia realizada na última sexta-feira, os profissionais decidiram interromper o movimento paredista, que foi declarado ilegal pela Justiça do DF antes mesmo de seu início. O problema maior disso tudo é que os médicos foram utilizados como massa de manobra pela entidade sindical que os representa. Eles foram induzidos a cruzar os braços, peitaram a Justiça e acabaram não conseguindo avançar com as negociações com o GDF. Para piorar ainda mais a situação dos profissionais, a greve terminou sem conquistas e o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) determinou o bloqueio de R$ 3,6 milhões nas contas do SindMédico-DF para pagar a multa por descumprimento da ordem judicial. Em suma, a única coisa que os médicos conseguiram foi essa multa milionária.
Desgaste devido ao uso político
Nos corredores dos hospitais e unidades de saúde da rede pública, muitos profissionais da classe médica imputam o fracasso do movimento grevista à atual diretoria, encabeçada por Gutemberg Fialho, que comanda o SindMédico-DF desde 17 de junho de 2009. Muitos médicos estão criticando o uso político da entidade. A insatisfação com a atual gestão já era alta, principalmente entre os profissionais mais novos. Tem muito médico novato questionando o porquê que tem que pagar a contribuição sindical se na hora do vamos ver, primeiro, vem o interesse político de quem está à frente das negociações, depois a classe. Vale registrar que o presidente da entidade já se candidatou a distrital por três vezes e nada. Há rumores de que em 2026 ele concorra novamente e pelo trabalho que vem apresentando e o alto índice de insatisfação entre seus pares, possivelmente, vai passar vergonha nas urnas pela quarta vez.
Sangue novo na entidade sindical
Em meio a tanta insatisfação com o SindMédico-DF, começa a surgir nas unidades de saúde do DF um movimento composto por médicos novatos para enfrentar Gutemberg Fialho nas próximas eleições. O pessoal está se articulando e já estão identificando possíveis líderes nas regionais de saúde para compor a chapa. Além dos novatos, grupos rivais e adversários de Gutemberg que o enfrentaram em eleições do CRM-DF e outras entidades médicas, também estão querendo ir para cima para desbancar o médico. “Gutemberg está ultrapassado. Chegou a hora de ter sangue no SindMédico”, disse um dos líderes desse movimento contra o Dr. Gute Gute.
Magela tenta ressurgir das cinzas
Quem está tentando a todo custo se mostrar como um candidato em potencial para a esquerda é o ex-deputado federal e ex-secretário de Habitação, Geraldo Magela. O petista tem se tornado uma figura presente nas redes sociais, seja para atacar o GDF, seja para fazer o social, seja para defender o governo Lula. Na última sexta (27), dia dos santos católicos Cosme e Damião, cuja data é utilizada para distribuir doces às crianças em agradecimento a uma graça recebida ou pagamento de promessa aos santos, Magela divulgou vídeo distribuindo guloseimas para crianças e famílias que se encontram em situação de rua. Não é de hoje que o ex-federal vem tentando se mostrar mais próximo ao povo. O problema é que apesar dessa movimentação do petista, as suas últimas disputas a cargos eletivos não foram satisfatórias. Em 2018, quando tentou se eleger distrital, Magela teve 7.544 votos. Em 2022, ele não conseguiu se viabilizar e ficou de fora. Para 2026, o petista tenta ressurgir das cinzas. O ‘X’ da questão é a ‘companheirada’ aceitar que Magela chegue sentando na janela como ele quer. “O companheiro Magela já teve muitas oportunidades. O tempo dele já passou”, disse uma fonte petista.
Mistérios da semana
– Por que será que um influente advogado daqui do DF, que transita no meio político, no judiciário e nos meios de comunicação, desistiu de concorrer a deputado distrital em 2026? Ele hoje tem programa de rádio e de TV, porém, segundo fontes, o advogado vai encerrar seus programas e sair de cena. Mistério…..
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense, e é presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021. Apresenta o programa Viva a sua Cidade, de segunda a sexta, das 11h às 13h, na rádio Viva FM 101.3.
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