• 3 de maio de 2024

O FINO DA POLÍTICA | Jogo de intrigas, futricas, ‘fogo amigo’ e articulações para 2026 movimentam os bastidores da política brasiliense

Jogo de intrigas, futricas, ‘fogo amigo’ e articulações para 2026 movimentam os bastidores da política brasiliense

Foto: Reprodução/Google Imagens

Quando esta coluna publicou na edição do dia 9 de abril deste ano que políticos do DF já estavam se movimentando, de forma silenciosa, nos bastidores mirando as eleições de 2026, muitos disseram que ainda estava cedo para tratar desse assunto. Contudo, os últimos acontecimentos vêm confirmando o que O Fino da Política noticiou. Já não é segredo para ninguém que está deflagrado o jogo de intrigas, fruticas, o tal do ‘fogo amigo’ e as articulações nos bastidores para o próximo pleito, principalmente, quanto a quem vai suceder Ibaneis Rocha, do MDB, no Palácio do Buriti considerando que ele deva deixar o governo para disputar uma das vagas ao Senado. Quem estiver exposto na vitrine, pode se preparar e esperar que a qualquer momento uma ou inúmeras pedras sejam arremessadas em sua direção com o objetivo de tirar o pretenso candidato ou candidata da disputa. A tese de que só sobrevive na política quem é profissional está mais do que comprovada.

Leoa é o principal alvo

Foto: Divulgação/Ag. Brasil

Por ser a herdeira natural de Ibaneis, a vice-governadora do DF, Celina Leão, do PP, está no epicentro desses fuxicos e armações. Silenciosamente, seus adversários e pseudoaliados trabalham para atingi-la e diminuir as suas chances de permanecer na cadeira. A leoa, como Celina é chamada no meio político, é o principal alvo dos demais grupos políticos. O problema é que Celina é bem experimentada na política e sabe se esquivar dessas investidas maldosas contra ela. Até 2026, a leoa e seu principal cabo eleitoral, o governador Ibaneis, tendem a fortalecer e ampliar o grupo deles, bem como compor alianças que possam viabilizar a reeleição de Celina e a eleição do emedebista ao Senado. 

Medo do Pezão

Foto: Divulgação/Ag. Brasília

Durante o feriadão de sete de setembro, o secretário de Governo do DF, José Humberto Pires, o Pezão, foi alvo de uma notícia plantada num veículo de comunicação. Dessa vez, que deu as caras foi o tal ‘fogo amigo’. O site divulgou que Pezão pretende se candidatar ao GDF nas próximas eleições. Fiel ao governador, ao se manifestar sobre a matéria encomendada, José Humberto declarou que quem vai decidir as candidaturas do grupo em 2026 será Ibaneis Rocha e afirmou que está mais preocupado em trabalhar do que em perder tempo com quem não tem o que fazer. Como sempre exerceu cargos que dão projeção e visibilidade ao seu nome, José Humberto Pires se torna um player interessante e temido, porém, como nunca foi testado nas urnas, não se sabe o tamanho do seu capital político. Pelo visto tem muita gente com medo do Pezão. 

Legião bolsonarista 

Foto: Reprodução/Google Imagens

Embora a vice-governadora Celina seja uma apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro, o grupo bolsonarista no DF vai ter que decidir se vai apoiá-la ou vai lançar candidatura própria. Há rumores de que a senadora Damares Alves, do Republicanos, possa se candidatar em 2026 ao GDF apenas para manter seu nome em evidência e possibilitar que o grupo tenha candidatos na disputa ao Senado. Os nomes que surgem para compor uma futura chapa majoritária bolsonarista puro sangue com Damares são da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e da deputada federal, Bia Kicis, ambas do PL. No entanto, a legião bolsonarista vai ter que aguardar para saber se Jair Bolsonaro poderá se candidatar novamente e qual será o resultado das investigações que estão em curso contra o ex-presidente. No frigir dos ovos, a legião bolsonarista pode compor aliança com a leoa para poder seguir em frente e se manter viva politicamente. 

Candidatura com apoio do Planalto

Foto: Reprodução/Google Imagens

Quem também está se movimentando são os aliados do presidente Lula. Os dirigentes de partidos da esquerda querem dispor de um candidato que possa reposicionar as legendas no cenário político. Nas duas últimas eleições, os esquerdistas viram sua força política diminuir na capital federal. Fontes apontam que um nome que pode unir todas as tendências e correntes políticas da esquerda é o do atual conselheiro do TCDF, Paulo Tadeu. Ele já foi distrital por três mandatos e estava como deputado federal antes de sair de cena para assumir a cadeira de conselheiro. Entre os petistas, uma possível volta de Paulo Tadeu para a política tem deixado a ‘companheirada’ empolgada. Resta saber se ele está disposto a antecipar sua aposentadoria do TCDF já que, hoje, Paulo Tadeu tem 55 anos e pode ficar no órgão de controle até os 75.  

Disputa acirrada pelas duas vagas ao Senado

Foto: Divulgação/Ag. Senado

Como nas próximas eleições a disputa para o Senado será para preencher 2/3 das cadeiras do plenário, há muitas especulações circulando nos bastidores. O governador Ibaneis Rocha já manifestou que quer se candidatar ao Senado em 2026 e tentar voltar para o Buriti em 2030. Portanto, a sua candidatura já está posta sobre a mesa. Dos três senadores do DF, Izalci, do PSDB, e Leila do Vôlei, do PDT, terão que decidir se concorrem à reeleição ou se vão disputar outro cargo. Como já citado acima, a legião bolsonarista pode lançar tanto Michelle Bolsonaro ou Bia Kicis. Outro nome que surge como possível candidato ao Senado é do ex-vice-governador Paulo Octávio, do PSD. PO ainda junta os cacos do último pleito, assim como Izalci e Leila. Já no time de Lula, embora o pessoal tenha evitado tratar desse assunto, nomes como do ex-deputado federal Geraldo Magela, do PT, do ex-distrital Wasny de Roure, que agora está no PV, e da sindicalista Rosilene Corrêa, estão entre os postulantes. A próxima disputa ao Senado promete ser acirrada. Uns avaliam que a direita e à esquerda vão eleger cada um o seu representante. Tem também aqueles que apostam que a direita fique com as duas cadeiras, dependendo quem for o candidato da oposição.

Grupos políticos se enfrentam nas eleições dos conselheiros tutelares 

Foto: Reprodução/Google Imagens

Enquanto as eleições de 2026 ainda estão longe, os grupos políticos do DF estão aproveitando para participar indiretamente do processo de escolha dos conselheiros tutelares, que ocorrerá no dia 1º de outubro. Serão eleitos 220 titulares e 440 suplentes. O pleito tem mexido com os grupos políticos e lideranças comunitárias das regiões administrativas do DF. A eleição para o Conselho Tutelar serve como demarcação de território para os políticos e líderes. Em algumas cidades, o pessoal tem visto parlamentares envolvidos diretamente com a disputa e pedindo votos para seus candidatos.

Interesses pessoais e uso político do cargo

Apesar de não haver nenhum impedimento legal do envolvimento de parlamentares e lideranças comunitárias nesse processo eleitoral, a população não vê com bons olhos esse apoio declarado aos candidatos. Por ser uma função que trata de direitos e que mexe com a vida das famílias, essa ligação com político pode atrapalhar o pretenso postulante. A população teme que interesses pessoais e o uso político do cargo prejudique quem necessite do serviço. Num rápido levantamento, a coluna constatou que entre os candidatos têm parentes de ex-deputados e ex-administradores regionais, além de candidatos derrotados nas eleições de 2022. 

Abstenção alta 

As eleições para conselheiro tutelar nunca contaram com a participação efetiva da população. A abstenção sempre foi alta. E diante desse cenário em que os cidadãos constatam que muitos desses candidatos estão pensando mais no salário do que no trabalho em servir ao próximo, o não comparecimento no dia da votação deve ser bastante significativo.

* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já  trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É apresentador do podcast Café Expressão. É presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.

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José Fernando Vilela

José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado), partidos políticos, parlamentares e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP - Associação Brasileira de Portais de Notícias - desde 2021.

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