Ibaneis inicia sua caminhada rumo à reeleição
As dúvidas sobre qual seria o projeto político do governador do DF, Ibaneis Rocha, do MDB, para 2022, chegaram ao fim, de uma vez por todas, no decorrer da semana que passou. Durante reunião de seu partido, na última terça (5), num ginásio de uma escola no Cruzeiro, Ibaneis declarou que conta com seus correligionários e aliados para se reeleger no próximo ano.
Candidato ao GDF e ponto final
Nos bastidores, especulava-se que o governador do DF tinha pretensões de concorrer à vice-presidente da República, inclusive, diziam que Ibaneis iria participar de um jantar de seu partido, no mesmo dia da reunião no Cruzeiro, com o ex-presidente Lula e que seria indicado pelo MDB para ser o vice do petista. Ibaneis Rocha não foi e aproveitou o evento emedebista para reforçar qual é o seu projeto.
MDB unido
Os eventos que estão sendo realizados pelo MDB demonstram que o partido está unido e vai trabalhar para reeleger Ibaneis Rocha. Havia rumores de que a legenda estava rachada e que essa seria uma das causas para Ibaneis mudar de sigla. O que se vê na prática é todo mundo junto e misturado e nada de rivalidade entre os emedebistas.
De olho nos aliados
Como uma andorinha só não faz verão, Ibaneis Rocha sabe que vai precisar de outras legendas para ser vitorioso no próximo ano e continuar no GDF. O emedebista vem acompanhando as movimentações de seus aliados. Muitos de seus apoiadores são fieis e estão com ele para o que der e vier. Por outro lado, tem gente que volta e meia sinaliza que não vai estar com Ibaneis em 2022 e pode surgir do outro lado da rua para bater chapa contra ele. O núcleo duro do governo está de olho nas investidas dos aliados “não tão fieis”.
Quem quer ser vice
Uma das cartas na manga do grupo político de Ibaneis Rocha é o cargo de vice-governador. O atual vice, Paco Britto, do Avante, tanto pode ficar como ceder o lugar para outro. Tem muitos grupos almejando ser vice de Ibaneis mirando a continuidade no poder após 2026. O segmento evangélico é um dos que querem voltar à Vice-governadoria. A fila dos indicados é grande e tem gente se apegando a essa oportunidade para seguir na política.
União Brasil nasce com cara bolsonarista
O novo partido que vai ser criado com a fusão entre o DEM e o PSL, o União Brasil foi muito festejado. Os dois partidos foram fundamentais para a ascensão de Bolsonaro ao Palácio do Planalto. Apesar do presidente ter saído do PSL, a legenda prosseguiu sendo a morada de muitos bolsonaristas. A convenção conjunta das siglas parecia mais um encontro entre políticos que defendem Jair Bolsonaro do que um partido que prega a candidatura própria.
Chapa de ministros
Uma cena que deu o que falar nos bastidores foi a chegada dos ministros Anderson Torres e Flávia Arruda ao evento do União Brasil. Os dois entraram juntos no evento e os comentários eram de que ali estavam os candidatos de Bolsonaro ao GDF. Na semana passada, este colunista disse que a ministra poderia trair o governador Ibaneis e concorrer ao GDF, mas sua assessoria afirmou que Flávia continua apoiando o projeto de reeleição do emedebista. O problema são os sinais que vem do lado de lá.
Continua a guerra no PTB-DF
Desde que a distrital Jaqueline Silva deixou a presidência do PTB-DF, após ter vencido o seu mandato, que o partido vive um dilema. Atualmente, a legenda está com seu terceiro presidente, o advogado Paulo Fernando. Ele assumiu interinamente o comando o PTB em meio a queda de braço do ex-presidente, Fadi Faraj, com a cúpula nacional.
Gestão questionada
O apóstolo Fadi vinha realizando uma gestão que não estava agradando a Executiva Nacional do PTB. A gota d’água foi o embate que o líder religioso teve com a atual presidente interina, Graciela Nienov. Ele quis medir força com a dirigente sustentando a indicação de um de seus seguidores da igreja para o PTB Jovem sem respeitar as regras da legenda e perdeu o lugar.
Tanto faz expulso ou desfiliado
Em meio a essa guerra, Fadi Faraj saiu do partido. Existem várias versões quanto a saída do apóstolo do PTB. Fadi diz que se desfiliou. Já a história entre os petebistas é que ele se antecipou ao processo de expulsão que corria no Conselho de Ética.
Processo eleitoral sob suspeita na OAB-DF
A empresa contratada para realizar as eleições da OAB-DF no dia 21 de novembro deste ano vem sendo questionada pela categoria. Ela é apontada de ter cometido fraude eleitoral, apesar de já ter apresentado defesa alegando que não realizou tal prática. Mesmo diante das argumentações apresentadas pela empresa, a maioria dos advogados preferem que a votação seja realizada por meio das urnas do TSE. Além da seccional do Distrito Federal, a OAB vai realizar eleições por meio de plataforma virtual em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Maranhão e Paraná.
Vontade de mudança
Em meio a todo esse embate eleitoral, vem crescendo entre os quase 70 mil advogados inscritos na OAB-DF o sentimento e a vontade de mudança no comando da entidade. Tem muita gente cansada com esse ping pong e alternância de poder entre dois grupos. A terceira via, encabeçada por Guilherme Campelo, está ganhando força e começa a ofuscar os demais candidatos.
Corrigindo
Na edição da coluna do dia 12 de setembro, este colunista publicou uma nota sobre a deputada Júlia Lucy, do Novo, que divulgou um post no dia 8 de setembro dizendo que “já está faltando gasolina no DF devido à paralisação dos caminhoneiros”. No dia seguinte, dia 9, o presidente do Sindicombustíveis-DF, Paulo Tavares, postou um vídeo afirmando que não houve falta de combustível no DF.
A parlamentar e a assessoria informaram que no dia 13 de setembro o dirigente do Sindicombustíveis-DF divulgou um novo vídeo afirmando que faltara gasolina no dia 8 como a deputada informou. Eles enviaram o vídeo para esta coluna. Ao assistir o vídeo, verificamos que Paulo Tavares reconhece que faltou combustível naquele dia, mas que a falta não se deu devido à “greve dos caminhoneiros” e sim por questões logísticas das distribuidoras e postos de gasolinas.
Conversamos com o dirigente e ele nos explicou que para adquirir gasolina, etanol ou diesel, cada posto informa antecipadamente a quantidade de combustível que vai comprar, com o anúncio da paralisação dos caminhoneiros, as pessoas correram para encher seus tanques e os estoques baixaram e em alguns locais, acabou mesmo. No dia seguinte, todos repuseram os seus tanques e não houve desabastecimento de combustível no DF por causa “dos caminhoneiros”. Está feita a correção, deputada.
* José Fernando Vilela é editor-chefe e colunista deste portal. A coluna O Fino da Política é publicada todos os domingos.