• 22 de novembro de 2024

O FINO DA POLÍTICA | Ibaneis incendeia bastidores ao declarar que Celina Leão será a próxima governadora do DF

Ibaneis incendeia bastidores ao declarar que Celina Leão será a próxima governadora do DF

Foto: Renato Alves/Ag. Brasília

Mesmo faltando 1.204 dias ou 3 anos e 3 meses para o primeiro turno das eleições de 2026, quem é do metiê político sabe que esse tempo passa rápido, como num piscar de olhos. Apesar do próximo pleito eleitoral a ser realizado na capital federal ainda estar longe, as movimentações e articulações em torno do GDF já estão acontecendo como foi publicado nesta coluna no dia 9 de abril. Na última sexta (16), o governador do DF, Ibaneis Rocha, do MDB, decidiu incendiar os bastidores e declarou que sua vice, Celina Leão, do PP, será governadora do DF. A fala do emedebista repercutiu no meio político. Até agora os estrategistas políticos de plantão estão tentando entender os motivos que levaram Ibaneis a antecipar essa disputa que vinha ocorrendo de forma silenciosa. 

Grupo unido para 2026

O gesto de Ibaneis Rocha demonstra que ele quer manter o seu grupo político unido até 2026. Já faz tempo que em seus discursos, o governador vem batendo na tecla que “esse é o grupo das pessoas de bem, pessoas que querem o melhor para Brasília”. Ibaneis já aprendeu a fazer política e sinaliza que vai dar todas as condições para que o grupo que ele hoje está à frente continue no Buriti. O emedebista sabe que precisa dar projeção e visibilidade para os demais atores do seu grupo, em especial, para sua vice, para que ela possa chegar bem posicionada nas eleições e ao mesmo tempo receber apoio do seu grupo para concorrer ao Senado ou até mesmo numa chapa presidencial.

Filosofia de trabalho 

No sábado (17), Ibaneis disse durante evento no Jardim Botânico que o seu grupo político tem como filosofia de trabalho “promover o desenvolvimento que a população do DF merece”. “Aqui não tem preguiçoso”, enfatizou o governador. 

Apoio de bolsonaristas

Foto: Reprodução/Google Imagens

Ainda não se sabe como vai ficar o grupo dos bolsonaristas aqui na capital federal. Porém, Celina Leão, que participou do pelotão de elite comandado pela então primeira-dama Michelle Bolsonaro durante as eleições de 2022, pode ser a candidata ao GDF desse time. Existem rumores de que a senadora Damares Alves, do Republicanos, possa se candidatar ao Buriti apenas para marcar posição e não deixar seu nome cair no esquecimento já que em 2026 ela estará na metade de seu mandato. Também tem gente dizendo que Michelle quer concorrer a um cargo pelo DF e os mais saudosistas profetizam que a representante da família Bolsonaro seria uma boa governante. Apesar de todas essas especulações que circulam entre os bolsonaristas, a única que já está no jogo é a leoa. Até lá, ela pode convencer as demais integrantes do pelotão a apoiá-la. 

Arruda pode atrapalhar

Foto: José Fernando Vilela/Expressão Brasiliense

Outra figura importante que não pode ser descartada é o ex-governador José Roberto Arruda. Ele ainda é lembrado pelo eleitor brasiliense e nas eleições passadas se movimentou tentando entrar no pleito para deputado federal, mas pendências judiciais o impediram de seguir em frente. Como fará 70 anos em 2024, Arruda pode ter alguns de seus processos prescritos e já se fala nos bastidores que ele estará apto a concorrer. Tem também a hipótese do ex-governador continuar inelegível. Pelo sim, pelo não, José Roberto Arruda é e sempre será um concorrente muito forte em qualquer eleição que venha a disputar no Distrito Federal. E seus adversários sabem disso e, com certeza, não vão subestimá-lo. O ‘careca’ conhece o tabuleiro do jogo político brasiliense como poucos. 

Petistas sonham em repetir dobradinha PT-MDB no DF

Foto: Reprodução/Google Imagens

A declaração de Ibaneis não foi bem recebida por uma ala do PT que vislumbra uma futura aliança do partido com o MDB. Na esfera federal, as duas legendas estão trabalhando juntas e não se descarta a possibilidade de ambas compor chapa para a eleição presidencial em 2026. Diante dessa possível união futura, aqui no DF, já tem petista pensando em reeditar a dobradinha PT-MDB. De 2011 a 2014, o PT e MDB  com Agnelo Queiroz e Tadeu Filippelli estiveram à frente do Buriti, porém a parceria não rendeu bons frutos. A gestão ficou marcada pelos escândalos de corrupção envolvendo tanto Agnelo quanto Filippelli. Até 2026 muita coisa ainda está por vir e os petistas e emedebistas da capital federal ainda têm muito o que conversar caso eles tenham que repetir a aliança nacional aqui pelas bandas do DF. Quem sabe eles não aparam as arestas até lá? 

Izalci deve integrar chapa majoritária 

Foto: Reprodução/Google Imagens

Quem está aproveitando para se reposicionar no cenário político local é o senador Izalci Lucas, do PSDB. O tucano se candidatou ao Buriti em 2022 e seu grupo político teve um desempenho aquém do desejado. Izalci não conseguiu emplacar nenhum aliado nem na Câmara Legislativa do DF e nem na Câmara dos Deputados. Sem falar que durante a campanha o senador teve que medir forças com a então deputada federal, Paula Belmonte, do Cidadania, por causa da Federação criada entre seus partidos. Nesse embate, o tucano levou a pior. Paula conseguiu se eleger distrital, vencendo o filho do senador, Sérgio Izalci, na disputa à CLDF. Passada as eleições, Izalci Lucas passou a cortejar o atual governo e os atos do dia 8 de janeiro, coincidentemente, ajudaram a aproximá-lo de Ibaneis Rocha. O tucano, até então considerado um adversário, foi o primeiro a defender a volta do emedebista ao cargo. A atitude do senador fez com que Ibaneis e seu grupo passassem a enxergar Izalci com outros olhos. Ele agora é convidado a participar dos eventos do GDF, com direito a fazer discurso e tudo mais. Já se fala que Izalci Lucas pode integrar a chapa majoritária do grupo Ibaneis-Celina em 2026. As opções são: compor chapa como vice de Celina ou ser o segundo candidato do grupo ao Senado. 

Cada lado deve eleger um senador

Como as discussões, os debates e as articulações mirando 2026 já estão ocorrendo, nos bastidores, também já se fala sobre a disputa ao Senado Federal. Na próxima eleição, o eleitor irá escolher dois senadores. Com isso, os grupos tendem a lançar dois candidatos. Na avaliação de observadores e cientistas políticos, o Distrito Federal tende a eleger um senador da direita e um da esquerda. Pelas contas dos estrategistas, uma das vagas deve ficar com o grupo de Ibaneis. O próprio emedebista figura como o nome do grupo para concorrer ao Senado e, certamente, uma das vagas será dele. Já do lado da esquerda, ainda não se sabe quem será o candidato ou candidata. A senadora Leila do Vôlei, do PDT, que é da base governista, ainda não manifestou se vai tentar a reeleição ou se vai encarar novamente a disputa ao Buriti.  

Semana decisiva para o Fundo Constitucional do DF

Foto: Reprodução/Google Imagens

Na próxima terça-feira (20), as atenções da capital federal estarão voltadas para a reunião da comissão de assuntos econômicos (CAE) do Senado Federal. O senador Omar Aziz, do PSD-AM, prometeu apresentar seu parecer sobre o PLP do arcabouço fiscal. Omar é o relator da matéria no Senado e ele assumiu o compromisso, publicamente inclusive, de retirar o artigo do PLP que altera a fórmula do cálculo de correção do repasse feito pelo governo federal para o DF por meio do Fundo Constitucional (FCDF). A proposta foi incluída no PLP por meio de uma ‘emenda jabuti’ de autoria do deputado Cláudio Cajado, do PP-BA, e caso fosse mantida iria causar um grande prejuízo para o Distrito Federal. Pelas estimativas do GDF, nos próximos 10 anos, o DF deixará de receber cerca de R$ 87 bilhões. Todo esse imbróglio mobilizou toda a classe política e o senador Omar foi convencido a excluir esse trecho da matéria. A bola agora está com o ‘primo’ Aziz. 

Arthur Lira vai cumprir com a palavra?

Se o Senado confirmar a mudança no texto do PLP do arcabouço fiscal, a matéria volta para a Câmara dos Deputados validar a alteração. O senador Omar Aziz disse no decorrer da semana que passou que conversou com o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, do PP-AL, que vai retirar a ‘emenda jabuti’ de Cajado e que ele se comprometeu a manter a decisão do Senado. Além dessa promessa feita ao senador, Lira também foi procurado pela vice-governadora Celina Leão, que é do seu partido, para tratar do tema e o deputado também assumiu o compromisso de respeitar a vontade dos senadores. O presidente da Câmara, junto com Cajado, está levando a fama de ter traído o DF. A chance de Lira amenizar a situação será manter o texto aprovado pelo Senado sem mexer no FCDF. O parlamentar tem a fama de não descumprir acordos.

* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.

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