Flávio Dino quer empurrar Guarda Nacional goela abaixo
A criação da Guarda Nacional, incluída no apelidado pacote da democracia do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que foi entregue ao presidente Lula, do PT, está sendo considerada uma afronta à autonomia do Distrito Federal. Dino está agindo como se aqui fosse a extensão de um dos seus feudos lá do Maranhão, um dos estados mais pobres do País e que foi administrado nos últimos oito anos pelo ‘super ministro’ do governo Lula. Como lá em São Luís, Flávio Dino mandava e desmandava, o senador que está no cargo de ministro e que pode ser ejetado da cadeira a qualquer momento, ficou mal acostumado e quer empurrar a Guarda Nacional goela abaixo.
Celina reage contra
Assim que o tal pacote de Dino foi anunciado, a governadora em exercício do DF, Celina Leão, PP, reagiu contra a criação da Guarda Nacional. Antes de entrar para a reunião com o presidente Lula e os governadores, na última sexta, a leoa mandou o recado por meio dos jornalistas que estavam na porta do evento entrevistando quem chegava.
“Nós não concordamos com a criação dessa Guarda (Nacional)”, declarou.
Políticos do DF são excluídos do debate
A governadora em exercício alfinetou o governo federal ao destacar que a bancada de parlamentares do DF no Congresso Nacional não foi chamada para debater a criação de nova força de segurança federal. “A criação da Guarda Nacional ela precisa ser discutida com os políticos, com os parlamentares e senadores daqui do Distrito Federal”, cutucou Celina Leão.
Guarda nos moldes venezuelano
O temor de especialistas da área de segurança é que essa Guarda Nacional, que terá a prerrogativa de fazer a segurança da capital federal, e que também vai atuar nas fronteiras, em terras indígenas, unidades de conservação e apoiar a segurança dos estados, se transforme numa espécie de milícia armada da esquerda, nos mesmo moldes da Guardia Nacional Bolivariana de Chávez e Maduro, na Venezuela.
Por lá, ‘los policías de la Guardia’ são temidos porque não são julgados pelos supostos delitos que cometem contra a população. A tropa da Guardia Nacional Bolivariana atua fazendo o patrulhamento militar em todo o território venezuelano, mesmo os estados tendo Polícia Militar e guarda municipal, além do Exército. De acordo com os especialistas, em algumas situações, um soldado de la Guardia tem mais poder de comando que um oficial da PM do estado.
Politização não fez bem às forças de segurança do DF
Antes de sair de cena, o interventor federal na segurança do DF, Ricardo Capelli, ao discursar no evento de formatura dos novos praças da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na última quinta (26), mexeu na ferida com quem atua politicamente em defesa das forças de segurança do DF. Capelli disse aos novos PMs que eles seriam os responsáveis pela não politização da corporação. O interventor ainda reforçou essa tese em seu relatório.
As forças de segurança do DF possuem representantes de algumas categorias no legislativo. Na Câmara dos Deputados, Alberto Fraga, do PL, que volta para o Congresso, é coronel da reserva da PMDF. Na CLDF, a representatividade das forças é bem maior. O presidente da Casa, Wellington Luiz, do MDB, é policial civil aposentado. Hermeto, do MDB, é policial militar. Roosevelt Vilela, do PL, é bombeiro militar. E a doutora Jane Klébia, do Agir, é delegada da PCDF.
Ordem de comandante não foi acatada
A insistência do interventor Ricardo Capelli sobre o tema da não politização das forças de segurança talvez se deva ao fato de que a ordem do então comandante-geral da PMDF no dia 8 de janeiro, coronel Fábio Augusto, não ter sido acatada para conter os manifestantes. O comandante solicitou reforço da tropa para atuar na Esplanada e não foi atendido pelos responsáveis de cada unidade que supostamente estava de prontidão para atuar. Para Capelli, esse tipo de atitude aconteceu em decorrência do apadrinhamento político nas instituições.
Aliados acreditam que Ibaneis volta antes do Carnaval
Diante de tantas evidências que o governador afastado do DF, Ibaneis Rocha, do MDB, não teve qualquer participação ou envolvimento com os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, nos bastidores já se ventila a possibilidade do emedebista assumir o comando do GDF antes do término do prazo de 90 dias estabelecido na decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Aliados de Ibaneis, bem como seus advogados, gostaram das declarações dadas pelo subprocurador da República, Carlos Frederico Santos, de que não foram encontrados “elementos suficientes” para apresentar denúncia contra ele. Para os mais entusiastas, Ibaneis Rocha vai voltar antes do Carnaval.
Damares vai de Rogério Marinho
Parlamentares do PL, PP e Republicanos, estiveram reunidos na tarde de sábado (28) para manifestar apoio à candidatura do ex-ministro do governo Bolsonaro, Rogério Marinho, do PL-RN, à presidência do Senado Federal. A senadora eleita do DF, Damares Alves, do Republicanos, marcou presença e declarou o seu voto ao ex-colega de Esplanada. Durante a sua campanha, a ex-ministra de Bolsonaro chegou a afirmar que seria a próxima presidente do Senado. Damares se elegeu, porém, o projeto de presidir a Casa vai ficar para um outro momento.
Dois pés-frios no Mané Garrincha
Enquanto os dirigentes de seus partidos realizavam o ato em apoio a Rogério Marinho no Senado, o deputado federal eleito pelo Republicanos-DF, Gilvan Máximo, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do PP-AL, assistiam ao jogo da Supercopa Brasil entre Palmeiras e Flamengo, na Arena BRB Mané Garrincha. Os dois parlamentares são flamenguistas e pelo visto não levaram sorte ao time deles. Agora os torcedores rubro-negros já sabem quem são os dois pés-frios que estavam no estádio. O Palmeiras venceu o jogo por 4 a 3, depois de estar perdendo por 2 a 0.
Fim do recesso da CLDF
Na próxima quarta-feira (1º/2), os trabalhos no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) estarão de volta. Apesar de empossados no dia 1º de janeiro, a nova Sessão Legislativa só tem início mesmo quando acaba o recesso parlamentar. Os distritais terão muito trabalho pela frente, ainda mais agora que a Casa terá uma CPI para investigar os atos antidemocráticos.
CPI é uma faca de dois gumes
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) criada pelos 24 distritais pode ser uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo que ela pode dar mais visibilidade à CLDF, pode também desgastar a imagem da Casa e, principalmente, dos parlamentares que estarão à frente dos trabalhos do colegiado. Como toda CPI tende a se transformar num palanque político, a população acaba não acompanhando e se os deputados vacilarem, ela pode terminar em pizza.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É o atual presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias.
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