A propagada isenção e imparcialidade na condução dos trabalhos e investigações da CPI da Pandemia do Senado Federal não passa de mero discurso ou dissimulação daqueles que foram indicados ou escalados para a batalha no colegiado.
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A primeira reunião da comissão, após a sua instalação e escolha do presidente e relator, realizada nesta quinta (29), expôs a fragilidade do governo Bolsonaro que não consegue se articular para conter a repercussão negativa da CPI e revelou que a intenção da maioria dos parlamentares é outra: defender seus interesses pessoais ou de seus partidos.
Enquanto os aliados de Bolsonaro tentam encontrar a melhor estratégia para blindar o governo, alguns senadores ditos independentes praticam o jogo duplo com maestria. Há momentos em que eles demonstram que estão alinhados com o Planalto e em outros se manifestam como melhor lhes convém.
Não restam dúvidas de que o principal foco da CPI é desidratar o atual mandatário do Planalto, quem sabe até criar um fato para se chegar ao impeachment como muitos querem.
No entanto, nos bastidores as movimentações dos “caciques” têm como propósito real impedir que as investigações e holofotes cheguem até as vitrines partidárias, que são as prefeituras e os governos estaduais.
Como estamos num ano pré-eleitoral, os interesses pessoais e partidários se sobressaem aos outros. Qual o político que quer ver seu filho ou um fiel escudeiro ser investigado por uma CPI às vésperas das eleições? Nenhum.
Enquanto eles brigam e se articulam para impedir que a verdade venha à tona, a população segue sofrendo e aguardando ansiosamente a chegada de mais vacinas.
Eles sequer se lembram das famílias das mais de 400 mil vítimas da Covid-19 que sofrem pela perda de seus entes queridos.
Como seria bom se os eleitores brasileiros tivessem a capacidade de votar conforme os interesses de uma nação e não dos seus como fazem a maioria dos políticos.
Em 2022, teremos mais uma vez a chance de mudar, cabe a nós fazermos as escolhas certas.
Foto: Reprodução Google Imagens