José Fernando Vilela 
Bolsonaro prefere que Michelle concorra a eventual vaga de Moro ao Senado pelo Paraná e não se envolva com a política do DF
Enquanto a Justiça Eleitoral do Paraná aguarda o preenchimento da vaga de membro da Corte que falta para dar continuidade nas ações movidas pelo PL e pela Federação PT-PV-PCdoB contra Sérgio Moro, do União, que é acusado de ter cometido crimes eleitorais como abuso do poder econômico em sua campanha, o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, resolveu se movimentar para que Michelle Bolsonaro tenha condições de eleger numa eventual vacância do cargo de Moro, caso os magistrados julguem procedentes as acusações e cassem o mandato do ex-juiz da Lava Jato. Bolsonaro já declarou internamente para aliados que prefere que a ex-primeira-dama seja eleita senadora no Paraná e não se envolva mais com a política do DF.
Nascida na capital federal, Michelle Bolsonaro tem sido estimulada por ‘bolsonaristas estrelados’ da política brasiliense a concorrer nas próximas eleições em sua terra. Ela nunca foi testada nas urnas por estas bandas, mas atribui-se a Michelle a virada de mesa da senadora Damares Alves, do Republicanos, contra a ex-ministra Flávia Arruda, que concorreu em 2022 pelo PL ao Senado e perdeu para a ex-colega de Esplanada. Tem um grupo que sonha que a ex-primeira-dama seja candidata ao GDF. Entretanto, Bolsonaro não quer vê-la envolvida com a política brasiliense. Antes de trabalhar com o marido, Michelle Bolsonaro possuía vínculos com parlamentares do DF que iam além das relações trabalhistas. Quem é da Câmara dos Deputados sabe do que estamos falando. Em suma, Bolsonaro não quer ver a vida pessoal de sua esposa sendo defenestrada e exposta em um de seus principais redutos. O que ficou no passado, que fique por lá. Portanto, se Moro for cassado, Michelle e Bolsonaro devem seguir rumo ao Paraná. Sondagens apontam que a ex-primeira-dama está liderando com larga vantagem as intenções de votos.
Ex-presidente afirmou que enviou dinheiro para os EUA por temer política de seu sucessor
Diante das notícias de que transferiu R$ 800 mil de sua conta do Banco do Brasil para o Estados Unidos, o ex-presidente Bolsonaro se manifestou em suas redes sociais sobre o episódio. Ele assumiu que, em dezembro de 2022, enviou o dinheiro e deu detalhes da operação. Segundo o ex-presidente, os R$ 800 mil saíram de sua conta poupança do BB aqui no Brasil para uma conta sua do mesmo banco nos EUA. Bolsonaro chega a debochar da Polícia Federal. “O último país que um ditador, que um golpista enviaria dinheiro, seria os Estados Unidos. Por quê? Porque é um país democrata que respeita tratados”, alfinetou. No fim do vídeo, ele ainda afirma que, assim como outros brasileiros, tinha “dúvidas sobre a política e a economia do atual mandatário de esquerda”. Bolsonaro destacou: “isso não é crime”.
Joe Valle se torna ‘pop’ do agro
Fora da política desde 2019, o ex-presidente da CLDF, Joe Valle, é a estrela da vez da propaganda criada pela Globo em 2016 em que exalta a agricultura brasileira apresentando empreendimentos e experiências no campo de sucesso. Produtor rural, o ex-distrital surge na propaganda global mostrando o trabalho que realiza em seu empreendimento que é especialista em produzir alimentos orgânicos e os comercializa em estabelecimentos próprios espalhados pelo DF. Joe Valle é produtor rural há mais de 30 anos. O episódio com o ‘pop’ Joe está sendo veiculado pela emissora carioca durante a sua programação em horários nobres. Resta saber se o ex-distrital vai querer voltar para a política depois dessa exposição nacional. Joe Valle tentou retornar em 2022 concorrendo ao Senado pelo PDT e teve pífios 49.310 votos, amargando o quarto lugar. É melhor continuar sendo ‘pop’ do agro do que passar vergonha nas urnas.
Gilvan Máximo de olho no STF
Com o retorno dos trabalhos após o feriado de Carnaval, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) devem apreciar, na próxima quarta (21), às ações movidas por três partidos que questionam as mudanças realizadas nas normas do cálculo das chamadas sobras eleitorais, cujo resultado do julgamento dos ministros pode afetar o mandato de sete parlamentares, entre os quais, o do deputado federal do DF, Gilvan Máximo, do Republicanos. Os partidos alegam que houve violação de princípios constitucionais. Até o momento, três ministros já se manifestaram. Eles aceitaram os questionamentos feitos pelas legendas, porém discordam quanto a sua aplicabilidade. Antes de deixar a Corte, Ricardo Lewandowski, relator do processo, proferiu voto se posicionando para que a regra passe a ser aplicada a partir de 2024. Já Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes votaram para que a regra seja aplicada na eleição de 2022. Caso o entendimento de Moraes e Gilmar prevaleça entre os outros ministros, o ex-governador do DF, Rodrigo Rollemberg, deverá assumir a vaga de Gilvan. Vale ressaltar que um dos partidos que resolveu acionar a Justiça foi o PSB, partido de Rollemberg. Politicamente, caso o STF decida a favor do pior governador que já existiu no DF, a capital federal perderá um grande político. Gilvan tem sido um dos mais atuantes da bancada federal do DF e está sempre à disposição da população do DF. Já Rollemberg todo mundo sabe como ele atua. Que os ministros tomem a decisão mais sensata.
Juntas no combate à dengue
Durante a semana, a secretária de Saúde do DF, doutora Lucilene Florêncio, ganhou uma forte aliada para ajudá-la no combate à dengue na capital do País, a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá. As duas anunciaram juntas as medidas que estão sendo adotadas com as voltas às aulas nas escolas da rede pública do DF. Entre elas está a inspeção que será realizada pelos agentes da vigilância ambiental em todas as unidades de ensino do DF, bem como a distribuição de material pedagógico com orientações de como combater o mosquito Aedes Aegypti para professores e estudantes. A rede pública de ensino do DF conta com mais de 460 mil alunos e mais de 25 mil servidores, que podem ajudar como multiplicadores de informação na luta contra a doença.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense, e é presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.
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