Um dia após ser divulgado um levantamento que aponta que o ex-presidente petista, Lula da Silva, é o único com chances de fazer frente ao atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), nas eleições em 2022, o ministro do STF, Edson Fachin, indicado para a cadeira na corte pelo governo Dilma, decidiu anular as condenações do líder máximo do PT referente as ações penais sobre o tríplex do Guarujá, o Sítio em Atibaia, a construção da sede do Instituto Lula e as doações feitas por empreiteiras para o mesmo instituto.
Veja também
O FINO DA POLÍTICA | As movimentações da política brasiliense e do Brasil
Com a decisão de Fachin, Lula poderá voltar a disputar um cargo eletivo já em 2022. Após a divulgação do feito do ministro do STF, as redes sociais brasileiras sucumbiram com a notícia. De um lado, petistas comemoram com a possiblidade do chefe poder entrar no jogo político novamente. Do outro, os apoiadores do governo Bolsonaro condenaram a atitude de Edson Fachin e reforçaram a estigma de que Lula e sua turma acabaram com o Brasil do ponto de vista socioeconômico.
Já nesta quarta (10), a divulgação de uma pesquisa encomendada pela CNN Brasil ao Instituto Real Big Data em que coloca o ex-presidente Lula como candidato à presidência da República no ano que vem aponta que Bolsonaro está na frente no cenário do 1º turno com apenas 10 pontos de vantagens e que num eventual 2º turno, o petista chega a empata com o capitão.
Essas sondagens confirmam que os ânimos entre petistas e bolsonaristas ficarão mais exaltados a partir de agora. Lula fez um discurso na manhã desta quarta em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, local onde se entregou para a Polícia Federal quando foi preso, e inflou ainda mais a militância petista.
A partir de agora, assistiremos um embate, que muitos julgam que era para ter ocorrido em 2018, polarizado entre essas duas correntes políticas. Cada grupo tem suas vantagens e desvantagens. Caberá a cada qual traçar a melhor estratégia para poder errar menos. Só que essa disputa eleitoral só chegará as urnas se a defesa de Lula conseguir sustentar as suas argumentações, o que pode ser um pouco mais difícil, pois Fachin disse que não julgou se Lula era inocente ou culpado. Ou seja, até as eleições ainda teremos muitos outros capítulos dessa novela no campo jurídico.
Enquanto isso, no campo político, Lula vai usar sua principal arma que é a retórica carregada de paixões e que envolve muito bem quem o aplaude e Bolsonaro terá que conter seu ímpeto impulsivo em falar o que não deve. Como disse um colega de profissão: Bolsonaro só perde para ele mesmo. Vamos acompanhar as próximas cenas dessa novela política e jurídica.
Foto/Montagem: Reprodução Google Imagens