Bia Kicis mantém candidatura ao Senado mesmo com Michelle entrando na disputa
O ano de 2025 realmente começou com tudo nos bastidores da política brasiliense. Na edição anterior, falamos sobre a candidatura da ex-primeira-dama e presidente nacional do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, que foi anunciada pelo marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro no decorrer daquela semana. Eis que um interlocutor da deputada federal, Bia Kicis, que comanda o PL no DF, informou para nossa coluna O Fino da Política que a parlamentar também seria candidata ao Senado pela legenda nas próximas eleições e que viria a concorrer junto com Michelle. Ainda questionei se as duas concorrerão pelo PL e a fonte confirmou que ‘sim’. Bom, essa possibilidade de Michelle Bolsonaro e Bia Kicis concorrerem às duas vagas que estarão na disputa ao Senado em 2026 já foi até comentada pelo ex-presidente Bolsonaro em novembro do ano passado em entrevista ao portal Metrópoles. Na ocasião, ele disse: “são duas vagas e três nomes fortes (Michelle, Bia e Ibaneis). Um sobraria”. Nos bastidores especulava-se que, com a confirmação da candidatura de Michelle, Bia Kicis declina-se do seu projeto de disputar o Senado nas próximas eleições. A parlamentar tem todo o direito de concorrer ao que quiser, contudo, a aliança que está em construção não cabem três candidatos na disputa ao Senado. No horizonte da política brasiliense já se desenha a configuração de como será composta a chapa da vice-governadora, Celina Leão, do PP, que disputará a reeleição. A aliança do grupo Ibaneis-Celina já conta com o MDB, do governador Ibaneis, com o PP da Leoa, com o Republicanos, e, até então, com o PL. É bem verdade que tem muita água para passar debaixo da ponte até 2026, mas se um grupo político pretende chegar forte e preparado para qualquer embate eleitoral é necessário definir as posições e os espaços de cada qual e partir para a ação. Se deixar para aparar as arestas no ano da disputa, o resultado final pode não ser o desejado.
Disputa pelos votos da mesma corrente política
Caso a deputada Bia Kicis venha realmente a concorrer ao Senado em 2026 junto com Michelle Bolsonaro, é fato que uma das duas pode ficar de fora e há o risco de nenhuma delas levar. As duas integram a mesma corrente política e o eleitor pode não optar em votar nas duas juntas. Pode escolher uma ou outra e votar em outro nome da direita, como Ibaneis Rocha. Apesar dos bolsonaristas serem eleitores fieis, a disputa ao Senado é bem diferente.
Ibaneis tem sua base eleitoral
Outro ponto que não pode ser subestimado pelas duas possíveis pré-candidatas do PL ao Senado é que o governador Ibaneis Rocha tem sua base eleitoral e já demonstrou que é muito forte politicamente aqui na capital federal. Não é à toa que ele se reelegeu no 1º turno em 2022, que é um feito que nem o falecido Joaquim Roriz, a quem ele é comparado por muitos, conseguiu. Ibaneis já aprendeu a fazer política. Vale ressaltar que a própria deputada Bia Kicis faz parte da base do governo Ibaneis. Volta e meia ela sempre se faz presente em eventos públicos ao lado dele e da Leoa. Ela inclusive tem indicações no GDF. Se o grupo próximo ao ex-presidente está considerando que o que aconteceu em 2022 na disputa entre a senadora Damares Alves e a ex-ministra e ex-deputada federal Flávia Peres (ex-Arruda) possa se repetir, é bom ter cuidado e analisar melhor os cenários. Na época, Damares venceu Flávia com apoio de incondicional de Michelle. Só que Ibaneis vai vir com tudo para ganhar. O emedebista já demonstrou que é bom de voto e o seu governo tende a terminar com os índices de popularidade e aprovação em alta. Não se pode descartar também que Ibaneis Rocha tem mais projeção política entre o povão e vai colher os resultados de sua administração. Por onde tem passado, Ibaneis tem sido reverenciado por sua gestão à frente do GDF. É difícil ele perder essa vaga ao Senado.
Mulheres na liderança em 2026
Esse possível cenário tendo o PL concorrendo com duas mulheres ao Senado é visto como o ideal para o grupo bolsonarista. Já não é de hoje que eles constroem alianças compostas por lideranças femininas. Na campanha de 2024, esse tipo de trabalho foi posto em prática. Michelle, Bia, Damares e até mesmo a vice-governadora Celina participaram de alguns eventos no Entorno do DF para impulsionar candidaturas de mulheres na região. No entanto, o resultado não foi dos melhores. Apenas uma candidata mulher ligada fortemente ao grupo foi eleita prefeita e algumas poucas mulheres se elegeram vereadora no Entorno. Contudo, a estratégia tem conseguido atingir algumas metas. Aqui no DF, a configuração ideal para o grupo seria: Celina concorrendo ao GDF; Michelle e Bia concorrendo ao Senado tendo Damares Alves como cabo eleitoral das três. Realmente, é uma chapa e tanta. Mas tudo vai depender da aliança partidária que está em construção. Como disse Bolsonaro: “ninguém quer sobrar”.
Kokay e Cristovam dividem os votos da esquerda
Já pelo lado da esquerda, dois nomes começam a despontar no cenário como possíveis candidatos ao Senado: a deputada federal Érika Kokay, do PT, e o ex-senador e ex-governador Cristovam Buarque, do Cidadania. Kokay já fez declarações à imprensa informando que “não serei candidata a deputada novamente”. A ida da parlamentar para a disputa ao Senado já está consolidada no PT. Quanto ao professor Cristovam, ele deseja voltar ao Senado, porém, o Cidadania gostaria de lançá-lo para disputar o GDF. Cristovam Buarque já avisou que só topa concorrer ao Senado. O sonho dele é ser eleito com o apoio da militância esquerdista. No entanto, o desempenho nas urnas da esquerda nas últimas eleições por estas bandas não foi das melhores. E fora que Kokay e Cristovam dividem os votos da esquerda. No final de tudo, os dois podem ficar chupando o dedo. O eleitor brasiliense tem optado por candidatos da direita ultimamente. Em 2022, Damares teve mais de 44% e Flávia mais de 27% dos votos válidos. Da esquerda, quem chegou mais perto foi a ‘professorinha’ Rosilene, do PT, com 22%.
Zé Dirceu para federal pelo DF
O retorno do ex-ministro José Dirceu para a política deve ocorrer nas próximas eleições. Com a ida da deputada Érika Kokay para a disputa ao Senado, Zé Dirceu é o nome do PT para federal aqui no DF para 2026. O ex-ministro de Lula estabeleceu residência por aqui. O presidente Lula já avisou que precisa que o ‘companheiro’ volte para o Congresso Nacional. O líder máximo do PT diz por aí que ‘o Zé tem que voltar para a Câmara para nos ajudar. Ele sabe fazer o jogo’. A ideia é direcionar toda a militância petista a votar nele. Quem se aventurar a concorrer a deputado federal pelo PT já sabe que vai ser para fazer volume para eleger o ‘companheiro Zé’.
Doutora Jane, a eterna delegada da mulher da capital federal
Desde que chegou na Câmara Legislativa do DF, a distrital Doutora Jane, do MDB, não tem medido esforços para melhorar as políticas públicas voltadas para a proteção e defesa da mulher. A parlamentar que atuou por muitos anos como delegada da Polícia Civil do DF e sempre foi uma ativista na luta pelos direitos das mulheres tem dedicado o seu mandato a dar voz às reivindicações da pauta feminina. Na CLDF, ela conseguiu criar a comissão permanente da mulher. No GDF, a implementação de comitês de proteção à mulher em algumas regiões administrativas, que é um espaço dedicado a acolher vítimas de violência doméstica e familiar, tem ajudado a salvar muitas vidas e a proteger muitas mulheres. O público feminino tem reconhecido o trabalho da distrital e ela já ganhou a alcunha de ‘eterna delegada da mulher da capital federal’. Parabéns a deputada Doutora Jane por seguir firme no seu propósito de defender a mulher brasiliense.
Mistérios da semana
- Quem é o dirigente de uma entidade importante do setor produtivo que está se movimentando para se candidatar nas eleições de 2026? O seu segmento vê com bons olhos as suas intenções de concorrer a um cargo político. Mistério…
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense, e é presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021. Apresenta o programa Viva a sua Cidade, de segunda a sexta, das 11h às 13h, na rádio Viva FM 101.3.
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