Arruda e Aécio planejam rasteira em Sandro e Marconi para tomar o PSDB
À procura de um partido para chamar de seu e garantir legenda para disputar o GDF em 2026, o ex-governador José Roberto Arruda, atualmente no PL de Valdemar Costa Neto, anda flertando com o PSDB, primeira sigla à qual se filiou em 1988. Como não tem conseguido convencer os liberais do PL, Arruda articula junto com o deputado federal tucano Aécio Neves, que assumirá a presidência nacional da legenda em novembro, a tomada do comando do PSDB-DF.
Hoje, a direção local está sob as mãos do secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, ligado ao grupo de Ibaneis Rocha e Celina Leão. O objetivo de Arruda é simples: tirar o partido do delegado da Polícia Federal e acomodar seus aliados no ninho tucano brasiliense.
Fontes sustentam que Arruda e Aécio devem se encontrar neste fim de semana no Rio de Janeiro, reduto boêmio do mineiro, para acertar os detalhes da rasteira contra Sandro Avelar e Marconi Perillo, atual presidente nacional do PSDB, que deixará o cargo para disputar o governo de Goiás. O sistema do TSE informa que Avelar e Perillo seguem em seus postos até 16 de novembro, quando os tucanos deverão escolher uma nova direção.
Arruda e Aécio são velhos conhecidos. Quando estava no GDF, José Roberto tinha um bom relacionamento com o tucano. Quando a PF cumpriu mandado num dos imóveis de Arruda encontrou um documento onde constava um pré-acordo firmado entre os dois para que o então governador do DF fosse escolhido como vice-presidente da chapa de José Serra. Dizem que no texto apreendido havia a menção quanto ao valor que deveria ser investido por Arruda para ficar com o cargo.
Inelegibilidade e ajuda de Lula
Na semana passada, Arruda deixou claro que tentará se candidatar ao Buriti e mudou sua narrativa nas redes sociais. Antes, ele dizia que se pudesse iria concorrer para federal. Agora o discurso é de que quem vai decidir é o povo. Quem o conhece sabe que José Roberto está jogando para a plateia. Mas não é tão simples quanto ele faz parecer. O ex-governador ainda depende da ajuda de Lula para encarar a opinião pública nas urnas desde que foi ejetado do cargo pela Operação Caixa de Pandora em 2009. O petista precisa sancionar alterações na Lei da Ficha Limpa para que Arruda possa, de fato, se candidatar. Até o momento, ele segue inelegível.
Vale lembrar que sua passagem pelo GDF foi marcada por escândalos de corrupção e o chamado “mensalão do DEM”, que envolveu deputados e políticos da capital federal. Muitos deles sumiram da cena pública para escapar das garras da Justiça.
Resta saber se os tucanos abrirão as portas para Arruda pela terceira vez. Na última, em 2001, ele renunciou ao mandato de senador após o escândalo do painel eletrônico do Senado, quando, junto com ACM, violou o sistema do Prodasen para descobrir como votaram os colegas na cassação de Luiz Estevão.
Sede de vingança contra ex-aliados
Enquanto tenta tomar o PSDB-DF, Arruda também luta para resgatar antigos aliados. Há relatos de que ele tem feito ameaças veladas a quem não atendeu ao seu chamado. Segundo fontes, sua “lista negra” inclui secretários, assessores do GDF, políticos de outras legendas, empresários e lideranças comunitárias. Aos mais próximos, Arruda teria confessado que esperava mais adesão ao seu projeto. Ao ver o esvaziamento, mandou avisar que se voltar ao poder, ele promete se vingar um a um.
Grass cai na arapuca de Lula e Rosângela
Convicto de que seria o candidato de Lula ao Buriti em 2026, o presidente do Iphan, Leandro Grass, trocou o PV pelo PT após convite do próprio petista e da primeira-dama, Rosângela. Grass foi recebido com pompa no PT-DF, mas logo veio a rasteira.
Segundo fontes, Lula já decidiu que seu nome para o GDF no ano que vem será Ricardo Cappelli, apadrinhado por Flávio Dino e Rodrigo Rollemberg.
O argumento de Lula é que Cappelli é mais agressivo contra Ibaneis e Celina e, portanto, seria mais útil. O petista mandou dizer que prefere perder com Cappelli gritando seu nome do que ser humilhado com os companheiros com as calças arreadas. Resultado: Grass caiu na arapuca como um pato. Se reclamar, ainda perde a presidência do Iphan, que é da cota do PV.
Ibaneis é homenageado pelos Bombeiros do DF
No sábado (27), o distrital Roosevelt Vilela (PL) promoveu uma grande festa em sua residência para que o Corpo de Bombeiros Militar do DF homenageasse o governador Ibaneis Rocha, a vice Celina Leão e a equipe do GDF.
Entre 2019 e 2025, Ibaneis nomeou mais de 1,6 mil soldados e autorizou a maior redução de interstício da história da corporação, beneficiando 2,8 mil militares. Roosevelt destacou a importância da união da tropa e a valorização das famílias dos bombeiros. “O nosso compromisso é continuar lutando por melhorias para a corporação e para as famílias que são parte fundamental dessa história”, afirmou.
Ibaneis aproveitou e anunciou que uma nova redução do interstício para bombeiros e policiais militares até o final de 2025 durante o evento. A medida acelera a promoção dos militares.
Eduardo Pedrosa é o novo “padrinho” do Gama
Com o distrital Daniel Donizet (PL) queimado pelos escândalos de violência sexual, a população do Gama encontrou um novo representante: o deputado Eduardo Pedrosa (União Brasil). No último sábado, Ibaneis e Celina estiveram na cidade para autorizar obras de pavimentação da VC-351, via que conecta a Ponte Alta Norte à Ponte Alta Sul, e Pedrosa foi ovacionado. “Dudu Pedrosinha” caiu nas graças do povo, frequenta o Bezerrão e se tornou figura querida nas ruas da região. Na política, o espaço vazio não dura muito.
Frase do Fino
“É capaz que Lula sirva de bobo da corte dos EUA para que Donald Trump possa consolidar o seu projeto de acabar com o bloco econômico dos países do Brics”, enviada por Sílvio Henrique, morador do Cruzeiro.
Mistério da Semana
Qual político anda com a cabeça doendo por causa dos devaneios de sua amada? A figura tem dado chiliques em eventos públicos e nas redes sociais. Amigos próximos já alertaram para os riscos de manter a “madame” por perto em 2026. A recomendação é deixá-la em casa, trancafiada com suas loucuras. O pior estrago seria aumentar ainda mais a dor de cabeça do dito cujo. Mistéééério…
*José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Tem ampla experiência em órgãos públicos, na iniciativa privada e em entidades representativas. É editor-chefe e colunista do Expressão Brasiliense e apresenta o podcast Café Expressão, com entrevistas e análises sobre política e sociedade.
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