Celina Leão tem o desafio de unir a direita para fortalecer sua candidatura ao Buriti em 2026
Mesmo faltando muito tempo para as eleições de 2026, os bastidores da política brasiliense estão fervendo. Considerada a sucessora natural do emedebista Ibaneis Rocha no comando do Palácio do Buriti, a progressista Celina Leão tem um desafio e tanto até o próximo pleito eleitoral: unir a direita para fortalecer sua candidatura ao GDF. A leoa é hábil e sabe se movimentar muito bem politicamente. Contudo, outros nomes começam a surgir no horizonte, em especial ligados à direita, corrente política que Celina faz parte. É bem verdade que a maioria dessas movimentações visa valorizar o passe de cada grupo, porém, deixa o cenário confuso. E fora que ninguém sabe quais são as reais intenções de quem está colocando seu nome na praça. Celina terá que ter um bom jogo de cintura para não gerar conflitos que impeçam que lá na frente os vencidos se unam a ela no seu projeto. A vice-governadora vem criando uma boa imagem perante à população fruto de sua atuação mais próxima e disposição em solucionar as demandas que chegam até ela, além de ter mostrado que é capaz de enfrentar crises e adversidades tanto no campo político como administrativo.
Apoio de Michelle e Damares
Nessa jornada de construir uma aliança para viabilizar sua eleição, Celina Leão já conta com duas aliadas de peso da direita: a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e a senadora Damares Alves. As duas já manifestaram publicamente que querem ver a leoa assumindo o comando da capital federal a partir de janeiro de 2027. As três se tornaram próximas no decorrer da campanha de 2022. Celina Leão integrou a tropa de choque bolsonarista no segundo turno. Com o apoio de Michelle e Damares, Celina deve abrir o caminho para negociar com os demais aliados e encabeçar a aliança da chapa majoritária.
Bia Kicis tem disposição para entrar na disputa
Quem sinalizou que pode entrar na corrida ao Buriti em 2026 é a deputada Bia Kicis, presidente do PL-DF. No decorrer da semana passada, a parlamentar deu declarações num programa de TV local que sua prioridade é se candidatar ao Senado, mas que estaria à disposição para disputar outro cargo na chapa majoritária se fosse preciso. Bia Kicis é considerada uma bolsonarista raiz e hoje comanda o PL no DF, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Se for colocar na balança quem tem mais identidade e ligação com Bolsonaro, Bia larga na frente de muita gente. No entanto, hoje o PL tem uma composição política com o grupo Ibaneis-Celina que envolve a indicação de uma parcela bem considerável de apoiadores de parlamentares da legenda dentro da estrutura do GDF, o que leva a crer que os liberais acompanhem o projeto da leoa.
Nos bastidores, os observadores da política brasiliense consideram que as declarações de Bia Kicis foram direcionadas para Celina e sim para o senador Izalci que quis chegar cantando de galo no partido dizendo que ia se candidatar a isso ou aquilo outro. A deputada aproveitou que o distrital Thiago Manzoni levantou a bola para ela nesse mesmo programa dizendo que a federal poderia se candidatar ao GDF e deixou claro para o recém-chegado senador quem é que tem o comando do PL-DF. Por outro lado, a manifestação de disponibilidade (interesse) em disputar o cargo de governadora acendeu a luz amarela. O seguro morreu de velho como se diz.
Arruda na espreita para dar o bote
Outro político que pode ser uma pedra no caminho da leoa é o ex-governador José Roberto Arruda, que é filiado ao PL. Ele tem se movimentado sem dizer a que veio, no modo mineiro come quieto. Arruda tem ido a eventos sociais e políticos e passou a fazer postagens em suas redes sociais com mais frequência, o que é uma excelente estratégia para quem quer se reaproximar do eleitorado e também estimular sua rede de apoiadores. Nas rodas de conversa especula-se que o ex-governador aguarda uma mudança na legislação por meio do novo Código Eleitoral que está para ser votado na CCJ do Senado. Se o código for aprovado conforme a proposta do senador Marcelo Castro, do MDB-PI, Arruda pode voltar a ter seus direitos políticos e concorrer em 2026. Como ele não esconde de ninguém que quer retornar ao Buriti, o ex-governador segue na espreita à espera de dar o bote. Por ora, ele segue circulando. Ontem (6) mesmo ele assistiu a final do Candangão 2024 ao lado de Celina.
Pezão é um nome que agrada o setor produtivo
Apesar de nunca ter disputado um cargo eletivo, o secretário de Governo do DF, José Humberto Pires, o Pezão, tem sido mencionado como um nome que agrada muito o setor produtivo. Pezão é reconhecido por executar um papel importante dentro da estrutura do GDF. Os líderes do setor produtivo não poupam elogios ao gestor e não hesitam em dizer que o secretário é quem faz parte da máquina pública girar, especialmente, na parte de obras e gerenciamento das cidades. Porém, Pezão não é de se manifestar sobre esse tema. Quando o questionam sobre a possibilidade de se candidatar, ele sai pela tangente e agradece por ter sido lembrado. Pessoas próximas sustentam que Pezão aceitaria ser vice da leoa. Mas, primeiro ele tem que se filiar em algum partido. Não adianta só sonhar.
Presidente do Sindicombustiveis diz que Chico Vigilante mente
As declarações do distrital Chico Vigilante, do PT, de que pode requerer à Câmara Legislativa do DF (CLDF) a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a prática abusiva dos donos de postos de combustíveis no aumento do preço do etanol fez o sindicato da categoria, o Sindicombustíveis-DF, reagir. O presidente da entidade, Paulo Tavares, divulgou vídeo nas redes sociais argumentando que o distrital está mentindo quando diz que não houve aumento por parte das distribuidoras em relação ao preço do etanol. Chico acusa os postos de mentirem e Paulo apresenta notas fiscais referentes às compras realizadas entre janeiro e abril apontando que houve reajuste. Chico Vigilante, que é presidente da comissão de defesa do consumidor da CLDF, trava uma incansável batalha contra os donos de postos de combustíveis há anos. Enquanto eles brigam, o consumidor vai arcando com as consequências e pagando caro pelo preço do combustível.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense, e é presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021. Apresenta o programa Viva a sua Cidade, de segunda a sexta, das 11h às 13h, na rádio Viva FM 101.3.
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