A Polícia Federal (PF) identificou que representantes e ex-diretores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) receberam propina – por meio de associações de fachada e lobistas – para manter os descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas.
Os investigadores analisaram transações financeiras das entidades e também de dirigentes para mapear o possível rastro dos valores desviados. Os ex-diretores e pessoas relacionadas a eles receberam, ao todo, mais de R$ 17 milhões em transferências de indivíduos apontados como intermediários das associações.
O relatório aponta que os descontos irregulares dos aposentados começaram em 2019. Segundo os investigadores, três dirigentes afastados estão envolvidos diretamente na aprovação dos descontos sem o consentimento dos aposentados.
De acordo com o relatório, os ex-diretores André Fidelis, que comandou a Diretoria de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, e Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança, Planejamento e Inovação, receberam valores por meio de terceiros.
O primeiro teria utilizado o filho, Eric Fidelis, para receber R$ 5,1 milhões das empresas apontadas como intermediárias das entidades envolvidas no esquema. Já Guimarães teria recebido mais de R$ 300 mil por meio de uma empresa de sua propriedade.
A PF também apurou que o então procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho, afastado do cargo pela Justiça, foi beneficiado financeiramente por meio da sua esposa.
A PF detalhou que empresas ligadas a Virgílio e à sua esposa receberam mais de R$ 11 milhões das mesmas intermediárias. Além de transferências em dinheiro, ela recebeu um carro de luxo: um Porsche Taycan, avaliado em mais de R$ 500 mil.
Grande parte dos valores destinados aos ex-integrantes do INSS teria sido intermediada por Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”. Ele é apontado como principal operador do esquema de repasses irregulares.
Segundo representação da PF entregue à Justiça, o “Careca do INSS” movimentou R$ 53,5 milhões provenientes de entidades sindicais e de empresas relacionadas às associações.
Operação
A operação Sem Desconto, deflagrada na semana passada, mostrou que integrantes do instituto e associações desviaram até R$ 6,3 bilhões em recursos de aposentados e pensionistas por meio da folha de pagamento.
Os descontos indevidos das folhas de pagamento dos beneficiários ocorreram entre 2019 e 2024, período que envolve tanto o governo Jair Bolsonaro (PL) quanto de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A operação levou à demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Segundo o relatório da PF, Stefanutto atuou para liberar descontos em massa em aposentadorias em favor da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), uma das entidades investigadas.
Com informações do Terra
Foto: Reprodução/Google Imagens
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