• 22 de novembro de 2024

YANOMAMIS ABANDONADOS | Militares receberam quase R$ 1 milhão por dia para socorrer indígenas e nem metade das cestas básicas foram entregues para as comunidades

Responsáveis pela logística da operação na Terra Indígena Yanomami, as Forças Armadas solicitaram um valor de R$ 993 mil por dia para manter o suporte às atividades de assistência na região. No entanto, mesmo com esse montante, os militares não entregaram nem metade das cestas básicas para os indígenas.

O cálculo do valor foi realizado pelo Ministério da Defesa e divulgado em uma nota técnica. Recentemente, o governo anunciou um valor de R$ 1,2 bilhão a mais para a missão.

O documento, de setembro do ano passado, indica que os recursos destinados à assistência humanitária e à expulsão de garimpeiros se esgotaram, tornando necessário um novo aporte financeiro. A solicitação foi feita aproximadamente um mês após o governo disponibilizar R$ 275 milhões em créditos extraordinários para essas finalidades.

“Com a extinção dos recursos orçamentários, a manutenção das operações nos níveis citados implica a necessidade de aporte de valores na dimensão mencionada”, diz o documento.

Sobre o custo e a justificativa para a verba, pouco tempo após a liberação do crédito extraordinário, a Defesa informou que o montante já havia sido utilizado. Segundo a pasta, o valor  foi utilizado na distribuição de 766 toneladas de alimentos, 36,6 mil cestas básicas, 3.029 atendimentos médicos, na prisão de 165 suspeitos e em horas de voo suficientes para dar 40 voltas ao redor da Terra.

“De acordo com a referida nota técnica, o Ministério da Defesa apontou a necessidade de complemento de recursos financeiros para a manutenção das operações na TI Yanomami ao constatar a insuficiência orçamentária”, afirmou a pasta.

A Casa Civil, por sua vez, informou que “no momento, os Ministérios da Defesa e da Justiça estão com a operação em campo, seguindo as orientações do presidente [Lula], para o combate ao garimpo ilegal”.

Em 20 de janeiro de 2023, o governo declarou estado de emergência de saúde pública no território devido à desnutrição grave e aos casos de malária que afetavam adultos e crianças, além de objetivar coibir as atividades de garimpeiros na região.

No entanto, diante de numerosas críticas sobre a atuação dos militares, o governo federal divulgou na semana passada uma medida que determina a presença permanente das Forças Armadas e da Polícia Federal na região.

Nos próximos 30 dias, o governo planeja construir novos postos de segurança no território indígena e de novas unidades de saúde.

Com informações do Terra

Foto: Reprodução/Google Imagens 

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