• 12 de março de 2025

TENTANDO ARRUMAR A CASA | Lula dá posse a Gleisi e Padilha em cerimônia no Planalto marcada pelo boicote de líderes do ‘centrão’ e pito de Nísia, que deixou a saúde

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu posse, na segunda (10), aos petistas Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha, em uma cerimônia no Palácio do Planalto, que, além de celebrar a nomeação dos novos ministros, foi marcada por ausências significativas e tensões internas do governo.

Gleisi Hoffmann assume a Secretaria de Relações Institucionais, substituindo Padilha, que agora ocupa a pasta da Saúde, sucedendo Nísia Trindade. A mudança gerou surpresas e especulações, especialmente pela ausência dos tradicionais líderes do “centrão” que, nas últimas horas, decidiram boicotar a solenidade, reforçando ainda mais os boatos de descontentamento com as trocas ministeriais.

A chegada de Gleisi no lugar de Padilha

A nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais foi uma surpresa, já que ela era uma figura central no comando do Partido dos Trabalhadores (PT) e, até então, mantinha um perfil político mais distante dos bastidores ministeriais. 

Com a mudança, ela se aproxima diretamente do núcleo decisório do governo, onde, além de coordenar a articulação política, também terá o desafio de fortalecer a base de apoio do governo no Congresso Nacional, especialmente diante da falta de sustentação política da gestão petista com os parlamentares.

A saída de Padilha da Relações Institucionais e sua ascensão à Saúde, por outro lado, não parece ter sido completamente bem recebida pelo “centrão”, grupo político que exerce grande influência nas articulações do Congresso e tinha interesse em assumir a pasta. 

A falta dos principais representantes desse bloco na cerimônia de posse levantou suspeitas sobre possíveis reações adversas às mudanças, ainda mais que o Orçamento de 2025 entra na pauta de votações nos próximos dias.

Sob pressão

O retorno de Alexandre Padilha ao Ministério da Saúde ocorre em um momento delicado, marcado por um aumento das demandas do setor e pela pressão crescente por reformas no SUS. O novo ministro já começa seu mandato sob o peso de enfrentar uma crise de gestão na saúde pública, com desafios como a falta de recursos, a escassez de profissionais e o aumento das desigualdades regionais no atendimento. 

A ausência dos líderes do centrão

Na solenidade de posse, foi notada a ausência de importantes figuras do “centrão”, blocos e partidos que, ao longo dos anos, têm sido fundamentais para a sustentação política do governo. 

O boicote sugere que essas mudanças podem ter incomodado o bloco, que vinha exercendo forte influência sobre a formação de ministérios. 

Muitos analistas políticos veem a situação como um sinal de que o “centrão” não ficou satisfeito por não ter sido contemplado com um novo ministério. 

Nísia pagou geral

Outro ponto que gerou repercussão foi a saída de Nísia Trindade do Ministério da Saúde. Durante sua despedida, a ex-ministra fez duras críticas ao tratamento que recebeu ao longo de sua gestão, mencionando episódios de misoginia que teriam contribuído para sua decisão de deixar o cargo. 

“Senti que, em muitos momentos, fui tratada de forma desigual e desrespeitosa, por ser mulher, e isso, infelizmente, pesou na minha saída”, disse Trindade de frente para Lula, em uma declaração que causou repercussão nas redes sociais e no meio político.

O governo de Lula enfrenta um novo capítulo de articulações e tensões, com mudanças que, ao que parece, desagradam profundamente os principais líderes do “centrão” e geram preocupações em relação à capacidade de articulação política e à eficiência dos novos ministros. 

A cerimônia de posse, com suas ausências e declarações impactantes, sinaliza que o caminho do governo Lula 3 continua espinhoso.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

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