• 22 de novembro de 2024

QUEREM IR PARA A GUERRA | Tucanos cobram ofensiva do PSDB ao governo Bolsonaro

No momento em que o governador João Doria (PSDB), cotado como presidenciável tucano, acirra o antagonismo com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e lidera o bloco de governadores de oposição, a cúpula do PSDB é pressionada internamente a subir o tom na oposição ao Palácio do Planalto e reforçar o distanciamento com o ex-deputado federal Rogério Marinho (PSDB), que assumiu o cargo de ministro do Desenvolvimento Regional.

A bancada tucana está alinhada com a pauta econômica de Bolsonaro, mas há desconforto entre líderes da legenda em relação à falta de posicionamentos mais duros diante de declarações polêmicas e ações do presidente. Em conversas reservadas, quadros históricos do PSDB cobram que o partido reforce que Marinho é parte da cota pessoal do presidente.

Ativo nas redes, Fernando Henrique Cardoso, que defendeu os governadores e criticou Bolsonaro, é um dos defensores da tese de que o PSDB deve ir para a ofensiva e deixar a era “analógica”.

Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
Ex-presidente Fernando Henrique CardosoFoto: Charles Sholl / Raw Image / Estadão Conteúdo

Segundo um levantamento inédito de popularidade digital da agência Quaest Consultoria revelado pela pelo Estadão, o PSDB está mal colocado no ranking partidário das redes sociais. Entre as 16 principais legendas, o PSDB aparece em 5.°, atrás de PT, Novo, PSL e PSOL. O PT é o primeiro da lista, seguido do Novo, PSL, PSOL e PSDB.

Estratégia

O desempenho do partido nas redes sociais levou o presidente nacional do partido, o ex-deputado federal Bruno Araújo, a se reunir com Doria e com Vinholi para avaliar uma “reviravolta” nas redes sociais do PSDB.

A legenda têm adotado desde o começo do ano um tom mais informal e polêmico, mas a estratégia ainda não deu o resultado esperado. A mudança é tida como estratégica para as eleições municipais, cada vez mais digitais, e um teste para a disputa presidencial de 2022.

Araújo tem recebido telefonemas de filiados buscando entender a guinada. O jornalista e filósofo mineiro Fabiano Lana e o cientista político pernambucano Vitor Diniz, que ficam em Brasília, foram escalados para liderar uma equipe de redes sociais para tentar impulsionar o partido em temas polêmicos.

(Agência Estadão Conteúdo)

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