QUEM TEM MORAL É OUTRA HISTÓRIA | Collor vai cumprir pena domiciliar em duplex de luxo à beira-mar em Maceió

Fernando Collor de Mello ex-presidente e reincidente em polêmicas, deixou o presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió, para cumprir sua “pena” de oito anos e onze meses de prisão em regime domiciliar. O novo endereço da justiça: uma cobertura duplex de 600 m² com vista para o mar, cinco quartos, piscina, bar e cinco vagas de garagem. Em suma, um cárcere de luxo digno de um marajá como daqueles que dizia que ia prender, na orla nobre da Jatiúca, bairro da alta classe alagoana.

A justificativa para tanta regalia? A idade (75 anos) e o estado de saúde: Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar, um combo médico que, curiosamente, não o impediu de disputar o governo de Alagoas em 2022.

Aliás, nesse mesmo pleito, Collor esqueceu de declarar o tal duplex à Justiça Eleitoral. Já em 2018, ele informou que o imóvel valia R$ 1,8 milhão. Mas em 2024, a Justiça do Trabalho avaliou o mesmo endereço em R$ 9 milhões, quando determinou a penhora para quitar uma dívida de R$ 264 mil com um ex-funcionário de uma das empresas da família. Do ponto de vista imobiliário, um milagre: valorização de quase 400% em poucos anos.

Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Collor foi condenado por embolsar R$ 20 milhões em propina da UTC Engenharia em troca de contratos na BR Distribuidora, atual Vibra Energia. Ele, seu ex-ministro Pedro Paulo Bergamaschi e o operador Luís Pereira Duarte de Amorim ainda devem devolver à sociedade, em tese, uma multa de R$ 20 milhões por danos morais coletivos. Alguém acredita que eles vão fazer isso?

A pena de Collor, para não transparecer que ficou muito leve, inclui tornozeleira eletrônica, passaporte suspenso e restrições de visita. Nada que atrapalhe o pôr do sol diário na varanda do seu luxuoso duplex em Ponta Verde. Preso, sim, mas com a brisa do mar do Atlântico e uma piscina particular como companhia. Nada de churrasquinho com amigos no fim de semana, pelo menos, não oficialmente. Vai que alguém aparece com uma picanhazinha nobre, uma cervejinha, uma cachacinha.

Enquanto isso, o brasileiro que furta meia de dúzia de ovos para alimentar os filhos segue apodrecendo em cela superlotada, sem diagnóstico de luxo, sem apneia que comova juiz, e muito menos com vista para o mar.

Esse é o nosso Brasil. Para os ricos e empoderados, tudo. Para os pobres, fumo.

Foto: Desenvolvido por IA

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