• 22 de novembro de 2024

PARA ESCANTEAR BOLSONARO | União Brasil tenta atrair Sérgio Moro e encabeçar a terceira via na disputa presidencial em 2022

O União Brasil, partido que vai surgir com a fusão PSL-DEM, iniciou uma ofensiva para ter o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro como candidato em 2022 e se fortalecer como a terceira na disputa polarizada entre Lula e Bolsonaro. Um dos interlocutores da nova sigla com o ex-juiz da Lava Jato é o vice-presidente do PSL, deputado Júnior Bozzella (SP).

“Excelente nome. Não podemos descartar nenhuma possibilidade. Estamos conversando”, afirmou o parlamentar. Moro também mantém conversas com o Podemos.

De acordo com o deputado do PSL, uma definição sobre a filiação de Moro deve ocorrer em novembro. “Acredito que no mês que vem, quando ele voltar dos Estados Unidos. Dentro do nosso partido ele terá muitos apoios”, disse Bozzella, que integra a comissão organizadora da fusão DEM-PSL.

A união dos dois partidos foi aprovada na última quarta-feira (6) pelos diretórios das legendas e, agora, depende de aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A nova sigla pretende ter candidatura própria a presidente da República. Atualmente, já são três pré-candidatos: o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o apresentador José Luiz Datena (PSL). Pacheco também negocia uma filiação ao PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.

Moro tem conversado com Mandetta, de quem foi colega quando eram ministros do governo de Jair Bolsonaro. Hoje, os dois estão rompidos com o ex-chefe. O ex-ministro da Saúde elogiou a atuação de Moro no combate à corrupção.

“Ele tem uma visão de combate à corrupção, uma parte da vida dele totalmente dedicada a esse tema, tem muita gente que o apoia e que quer uma clareza”, afirmou Mandetta.

O político do DEM também declarou que Moro pode ser uma alternativa à polarização entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Temos aí esses dois polos extremos, e nesse tema (combate à corrupção), que é muito importante para ele, claramente não avançaram (Lula e Bolsonaro), muito pelo contrário, foi só retrocesso. É pertinente a discussão dele”, disse o ex-titular da Saúde.

No entanto, Mandetta ressalta que ainda não há clareza se Moro pretende se filiar a algum partido e disputar a Presidência. Os dois e o governador de São Paulo, João Doria, que tenta ser candidato ao Planalto pelo PSDB, estiveram juntos na semana passada para conversar sobre o cenário eleitoral.

“A candidatura você faz alargando o maior número possível de caminhos. Vamos ver se ele vai decidir entrar na vida pública através de conversa eleitoral, isso é uma decisão pessoal dele”, afirmou Mandetta. “Na hora certa a gente vai fazer isso (discutir 2022), hoje a gente ainda está administrando esse processo de fusão”.

(Agência Estadão Conteúdo)

Foto: Divulgação/Ag. Reuters

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