Os bolsonaristas mais fanáticos foram do céu ao inferno nesses últimos dias. Os atos em apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro, sem partido, na terça (7), Dia da Independência, inflou o ego daqueles que vibram quando ele faz “arminha” com as mãos ou desfere seus impropérios aos profissionais da imprensa.
No entanto, ninguém menos do que o próprio presidente se encarregou de estragar a festa. Ao discursar em Brasília e em São Paulo, Jair Bolsonaro não pensou duas vezes e “no calor do momento” atacou o STF e chegou a dizer que não cumpriria mais as decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes.
As declarações de Bolsonaro agravaram ainda mais a crise institucional já existente entre ele e o STF.
Talvez ele não contasse que a situação fosse deixá-lo acuado como se estivesse numa “sinuca de bico”.
No dia seguinte, as respostas dos chefes dos outros dois poderes, as reações do mercado financeiro e a repercussão internacional as suas declarações preocuparam a cúpula do Planalto.
Para piorar, o bloqueio de rodovias em alguns estados por parte de caminhoneiros bolsonaristas, aumentando a desconfiança de investidores no Brasil, foi outra ação pós 7 de setembro mal articulada por seus aliados.
Diante de um possível cenário de terra arrasada, vimos surgir um Jair Bolsonaro com um discurso conciliador, mais ameno e respeitoso. Em suma, alguém enquadrou o capitão.
Será se foi o ex-presidente Michel Temer, do MDB, que o ajudou a redigir uma nota oficial, a qual chamou de Declaração à Nação?
Ou teria sido o ministro Alexandre de
Moraes, quando conversaram na quinta (9) por telefone por intermédio de Temer?
Quem sabe não foi o discurso do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira ou o pronunciamento do presidente do STF. Será?
Ou pode ter sido um de seus conselheiros ou seus filhos?
Essas perguntas ainda estão sem respostas, mas que o presidente Jair Bolsonaro foi enquadrado, isso, com certeza, foi.
Na pior das hipóteses, podemos considerar que quem enquadrou o capitão foi sua própria consciência que pesou ao perceber que estava à deriva com seus “alienados” como bem definiu um dos seus.
Por José Fernando Vilela
Foto: Reprodução/Google Imagens