Depois de uma semana conturbada, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, recebe o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, do PP-AL, nesta sexta (9), para uma conversa no Palácio do Alvorada. Nos últimos dias, o clima entre os chefes dos poderes não é dos melhores.
O encontro ocorre após Lira, na abertura dos trabalhos do Congresso, manifestar insatisfação com a atuação do Planalto por não cumprir promessas feitas. Arthur Lira, além de ser o presidente da Câmara. comanda uma parcela significativa de parlamentares do Centrão (PP, Republicanos e União Brasil) que cobra a execução de emendas, bem como defendem que as pautas que já foram votadas não sejam reenviadas ao Congresso para atender os interesses do Executivo.
Entre os temas que alimentam esse embate estão o Perse, programa de ajuda emergencial ao setor de serviços, que o governo quer acabar gradualmente, a reoneração da folha salarial e os vetos de R$ 5,6 bilhões em emendas. Todos esses temas que o Planalto trabalha contra foram aprovados pelo Congresso. A maior queixa na Câmara recai sobre o ministro da articulação política, Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), com quem Lira rompeu relações desde o fim do ano passado.
Sem papas na língua
“Vamos aprovar sempre o que for importante para o Brasil e para os brasileiros, mas não permitimos revisar matérias chanceladas por este Congresso Nacional”, disse Lira em seu discurso, na segunda. Ele cobrou que o Orçamento seja dividido com o Congresso, o que altera o equilíbrio de forças no país, já que cabe aos congressistas votarem e montarem o Orçamento e ao governo eleito executar e cumprir o que foi definido.
Um dos efeitos do mal estar causado pela fala de Lira aconteceu no dia seguinte. Na terça (6) estava marcada uma reunião de líderes partidários da Câmara e do Senado com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) para discutir temas econômicos e pautas de votação. A reunião com representantes da Câmara foi cancelada, e apenas a do Senado – onde o governo tem melhor ambiente político – aconteceu. O encontro com deputados será remarcado para depois do Carnaval.
Para amenizar a situação e não deixar fugir do controle, na quinta (8), durante agenda em Minas Gerais, Lula disse que conversaria com Lira “por esses dias” e que o país se aproxima do Carnaval, não sendo momento para “discurso duro”. Ele ainda considerou que “acha” que Lira pode ter razão e que se o governo fez acordos através de Padilha ou do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem que ser cumprido.
Foto: Reprodução/Google Imagens
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