Em meio a pandemia do coronavírus, que atinge o país e que se espalha no DF, a deputada distrital Júlia Lucy (NOVO) se posicionou contra a aprovação do projeto do Governo do Distrito Federal, que pede a aprovação da Câmara Legislativa, o remanejamento de R$ 63 milhões para as campanhas de interesse público. Para a deputada, orientar a população sobre os cuidados contra a doença, não é relevante
Com a chegada do coronavírus ao Brasil (Covid-19), os órgãos dos governos (União e Estados) se articularam rapidamente em ações de várias frentes.
A Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República (Secom), por exemplo, iniciou no último dia 14, a campanha publicitária “Juntos Somos Mais Fortes”.
O governo federal destinou mais de R$ 1 bilhão para informar e orientar a população brasileira sobre os riscos da pandemia.
Os governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro adotaram a mesma linha com peças publicitárias divulgadas nos veículos de comunicação de seus respectivos estados.
A intenção de todos os governos é oferecer ainda mais informações para que a população se mantenha bem informada e preparada para lidar com eventuais casos de contaminação pelo vírus.
Além disso, em tempos de excesso de informações pela internet, principalmente pelas redes sociais, as campanhas publicitárias dos órgãos oficiais, é a arma necessária para prevenir a disseminação das fake news.
A maioria dos 24 deputados distritais sabem da importância da liberação dos recursos solicitados ao Legislativo pelo governador Ibaneis Rocha.
Os recursos serão aplicados nas campanhas de utilidade pública, direcionada a saúde com informações sobre prevenção, sintomas e ações em caso de suspeita da doença.
Os mesmos recursos também serão aplicados nas campanhas de utilidade pública contra dengue. O DF está em 7º lugar no ranking nacional e está entre as unidades da federação com maior incidência de dengue no país.
Segundo os dados, são 59,03 casos a cada 100 mil habitantes. Outra preocupação do GDF se concentra também no combate da Influenza A/H1N1 cuja campanha de vacinação está em curso.
Na sessão remota da Câmara Legislativa, ocorrida na última terça-feira (24), a deputada Júlia Lucy anunciou ser contra a liberação dos recursos para as campanhas de utilidade pública que sirvam para orientar a população sobre enfermidades que atacam e enclausuram a população.
O que pode ser “aceitável” para a deputada é destinar um Cargo Especial (CL-10), para alimentar um blog, que utiliza a estrutura da Câmara Legislativa e que custa aos cofres públicos R$ 11.279,75 por mês. Para camuflar a propriedade do site de notícias, um funcionário da parlamentar é quem aparece como o dono do domínio.
A deputada do NOVO, também não ver problema algum destinar mais de R$ 2,5 milhões de suas emendas a uma associação para a realização de eventos culturais sem licitações. Estamos vivendo o pior momento da história mundial, desde a Segunda Guerra. As campanhas de utilidade pública se tornam armas importantes no enfrentamento e prevenção da doença.
Que a “transparente e perfeita” deputada não atrapalhe os órgãos de governo de continuar orientando a população.
A deputada divulgou a seguinte nota no dia 30 de março de 2020.
Em relação a matéria publicada pelo Site de Notícias Radar-DF e assinada pelo jornalista Toni Duarte, na sexta-feira (27), com o título “Na contramão do combate ao coronavírus, deputada diz que campanha de utilidade pública é “inaceitável”, a deputada distrital Júlia Lucy (Novo), esclarece:
1 – Durante seu pronunciamento contra a aprovação do PL nº 1.030/2020, do Poder Executivo, que abre crédito extraordinário de R$ 63 milhões para propaganda institucional do GDF, na sessão extraordinária remota da Câmara Legislativa do DF, na quarta-feira (25), *em nenhum momento a parlamentar falou que era contrária às campanhas de utilidade pública*, conforme afirma a referida matéria, havendo registro público e vídeo disponível no canal da CLDT no YouTube. Na ocasião, a deputada disse:
“Qualquer pessoa que ligar a televisão hoje vai ver que, em qualquer canal só se fala em Coronavírus, já existe uma mídia orgânica para esse tema e, se o governador quiser falar na televisão ele vai ter espaço para isso, se o secretário de saúde quiser falar ele vai ter espaço para isso. Não há falta de espaço tampouco falta de interesse da imprensa, modo geral, seja no DF seja nacional, de falar sobre esse tema e abrir espaço para nossos líderes. Neste momento de crise, que a gente já está com problema de arrecadação, a gente precisa ter ainda mais cautela na utilização de recursos públicos. Precisamos entender que muita gente vai ficar sem renda, sem ter condições de trabalhar e sem ter seu emprego de volta. *É muito melhor a gente pegar esse dinheiro e instituir um programa de renda mínima básica para essas pessoas do que encaminhar para imprensa neste momento porque, se é para fazer campanha e, eu acredito e concordo que é importante falar sobre o tema, mas já existe um espaço que o governo pode utilizar, uma mídia orgânica sobre o assunto*. Acho que esse projeto precisaria ser mais bem discutido e tenho certeza de que a população não concorda com isso”.
2 – *Composição de gabinete* – A deputada Júlia Lucy preza pelo profissionalismo e transparência na composição da sua equipe, formada por profissionais selecionados através de processos seletivos com ampla divulgação, sem indicações políticas ou partidárias, zelando pela economia dos recursos públicos e optando por utilizar apenas 50% da verba de gabinete a que tem direito para contratação de assessores. O vínculo entre a parlamentar e um assessor para, “alimentar um blog” “que “utiliza a estrutura da Câmara Legislativa”, conforme afirma a matéria, não condiz com a realidade. O assessor Gilvan Afonso de Lima foi nomeado, a partir de outubro/2019, no cargo de assessor de comunicação (CL-10), durante o período de outubro a dezembro, quando estava em curso o processo de seleção do novo assessor de imprensa. *Desde o final de setembro/2019, o referido assessor deixou de ser administrador do Site de Notícias Brasília In Foco News, veículo de comunicação independente, que não tem cadastro junto ao GDF e a CLDF para captação de campanhas publicitárias dos Poderes Executivo e Legislativo e que permaneceu sem atividades no período em que seu proprietário estava nomeado no cargo citado*. A partir de janeiro/2020, o profissional permaneceu compondo a equipe de comunicação da distrital, com um CL-05, e já em março/2020 com CL-01, para melhor adequação dos cargos e economia da verba de gabinete. Por fim, *ressalta-se que o mencionado site nunca esteve ligado às atividades da parlamentar Júlia Lucy, justamente por pautar uma conduta isenta, imparcial e transparente*.
3 – *Emendas parlamentares* – As emendas orçamentárias de autoria da deputada Júlia Lucy são destinadas com zelo e transparência, *através de editais públicos que asseguram ampla participação por parte da sociedade*. As emendas ao orçamento de 2020 destinam recursos para áreas essenciais como saúde, educação, segurança e infraestrutura, além de projetos sociais e culturais. *Não há emenda de autoria de Júlia Lucy no valor de R$ 2,5 milhões, conforme afirma a matéria, para nenhuma associação ou entidade, seja social ou cultural*. As emendas para essas áreas podem ser observadas no quadro abaixo, e todas as emendas da parlamentar podem ser acessadas pelo link: *ACRESCENTAR LINK OU QUADRO COM AS EMENDAS.*
Diante o exposto, *pode-se afirmar que as afirmações contidas na referida matéria não encontra respaldo na verdade e condizem com o pronunciamento público da deputada distrital Júlia Lucy*.
Ressalta-se que, em nenhum momento, foi feito qualquer contato com a parlamentar, seu gabinete ou assessoria, para apuração dos fatos noticiados, como prevê qualquer “manual básico de jornalismo”.
Matéria do Radar DF