• 21 de novembro de 2024

GOLPE DA CARTA-COMPROMISSO | Servidores da saúde denunciam suposto estelionato praticado por grupo de colegas da categoria ao MPDFT

Na última segunda (26), o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recebeu denúncias apresentadas por servidores da rede pública de saúde do DF que alegam que caíram no golpe de uma ‘carta-compromisso’ assinada pelo servidor Amarildo de Sousa Carvalho se comprometendo a indenizar o valor de R$ 70 mil para quem adquiriu o documento. Amarildo é apontado como o coordenador de um grupo de servidores que se autointitula ‘Grupo Ações Precatórios’.

Consta na denúncia que o Expressão Brasiliense teve acesso (protocolo nº 124.944) que para obter a ‘carta’, o servidor tinha que pagar, diretamente ao representante do grupo por meio de transferência via Pix para sua conta pessoal, a soma de R$ 2.500.

Em uma das denúncias apresentadas ao MPDFT aponta que mais de 400 pessoas adquiriram a ‘carta-compromisso’ assinada por Amarildo. Estima-se que o montante arrecadado gira em torno de R$ 1 milhão.

No documento ofertado aos servidores (veja abaixo), Amarildo Carvalho promete aos colegas que assim que ele assumisse o comando do sindicato da categoria, por meio de uma intervenção judicial, adiantaria o pagamento de R$ 70 mil referente aos precatórios do auxílio alimentação.

Carta-compromisso utilizada para dar o golpe em servidores da saúde

Junto à denúncia feita ao MPDFT consta ainda a degravação de um áudio, registrada em cartório, de uma conversa entre uma servidora aposentada e uma mulher que defende a compra da ‘carta-compromisso’. 

No diálogo, a mulher, que supostamente faz parte do grupo, incentiva a aposentada a pegar dinheiro emprestado com um agiota.

“Ele (Amarildo) vai ressarcir 70 mil reais referente a precatório alimentação, e ele antecipa 30% dos valores atualizados do processo do INSS, que ainda não virou precatório, porque ainda não foi finalizado. Hoje, ele tá em torno de 38 a 52 mil reais; 30%. Ou seja, a gente recebe em torno de 120 a 130, 140 mil reais”, relata a mulher para a servidora.

Num outro trecho da conversa, a aposentada indaga qual seria o destino do dinheiro arrecadado. A integrante do bando do Amarildo alega que os recursos serão usados para ‘investir na intervenção’ do sindicato da categoria. Conforme a degravação, a mulher explica que para que a intervenção ocorra era preciso contratar seguranças, alugar auditório, pagar a publicação do edital e um escritório de advocacia. A servidora pergunta quem seria o advogado e a mulher responde que era o ‘doutor Paulo Goyaz’. Segundo ela, o advogado estaria “à frente da intervenção”, complementa a suposta integrante do grupo.

Ainda de acordo com a degravação, a mulher defende Amarildo Carvalho. Segundo ela, o servidor iria convocar assembleia tão logo assumisse o comando do sindicato da categoria. 

Resposta dos envolvidos

O Expressão Brasiliense fez contato com o advogado Paulo Goyaz e o servidor Amarildo Carvalho, mas não teve retorno. O espaço segue aberto para manifestações. 

Posição do sindicato

A direção do sindicato da categoria encaminhou nota para o Expressão Brasiliense confirmando que tinha conhecimento dos supostos golpes da ‘carta-compromisso’ praticados contra os sindicalizados. Afirmou que estaria dando todo o suporte jurídico para os servidores que, segundo a entidade, foram enganados.

“É lamentável esse tipo de situação que está ocorrendo com alguns dos nossos sindicalizados. Nesse grupo de servidores enganados têm aposentados e servidores da ativa, enfim, eles caíram num golpe que a Polícia Civil do DF e o Ministério Público já estão investigando”, diz a nota.

Foto: Reprodução/Google Imagens

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Matéria publicada às 6h58, do dia 1º de março de 2024.

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