Expressão Brasiliense Na última segunda (10), o Estadão de São Paulo revelou que integrantes da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), do PT nacional e lideranças da sigla realizam diariamente uma ‘reunião de pauta’ para definir quais assuntos serão abordados pela ‘companheirada’ que integram o ‘gabinete das fakes’ nas redes sociais e nos sites que abastecem a rede de apoiadores do governo Lula. Os encontros ocorrem todos os dias, de domingo a domingo, às 8h.
A tática de não perder a guerra da comunicação para os adversários sempre foi um mantra a ser seguido por todos os petistas. Não é à toa que integrantes da cúpula do governo Lula e do PT resolveram usar dos recursos e meios que têm a seu dispor dentro da estrutura da máquina pública para detonar seus opositores.
De acordo com o Estadão, influenciadores, publicitários da agência de publicidade do PT e responsáveis por canais de comunicação, tanto do PT como do governo, são convocados a participar da ‘reunião de pauta’ para receber ‘briefings’ sobre assuntos que são de interesse do governo e devem ser abordados naquela data.
Essa não é a primeira vez que os petistas montam esse tipo de estrutura para atacar seus adversários. Durante a campanha, alguns dos integrantes do ‘gabinete das fakes’ faziam parte do time das redes sociais da legenda que confrontavam os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro na internet. Na época, eles chamavam de ‘gabinete da ousadia’.
Desta vez, o PT decidiu ousar e se aproveitar dos recursos públicos que tem por meio da Secom/PR para financiar o time de influenciadores governistas. O modus operandis lembra o do mensalão. Só que além de defender o governo Lula, eles também têm que atacar os adversários.
Entre os adversários que já foram alvos do ‘gabinete das fakes’ estão os governadores Ibaneis Rocha, do DF, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, os membros da família Bolsonaro (sem exceção), e parlamentares que não apoiam o governo petista.
Governo Ibaneis na mira
Uma das mais recentes demonstrações da atuação do ‘gabinete das fakes’ foi deflagrada contra o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. O emedebista tem se tornado um alvo frequente da estrutura por duas razões: por ter apoiado Jair Bolsonaro nas eleições e por estar bem avaliado pela população brasiliense, o que afasta o sonho petista de voltar a administrar a capital do País considerando a tendência dele conseguir eleger seu sucessor, no caso, sucessora.
A Agência Brasil, um dos veículos oficiais do governo federal vinculado à EBC, publicou no fim de maio uma matéria tendenciosa sobre a criação de uma CPI na CLDF para investigar a rede pública de saúde do DF. O texto fugia dos padrões da linha editorial do veículo evidenciando que tinha sido redigida sob encomenda com a finalidade de desgastar o governo Ibaneis.
Agência do PT
Conforme o Estadão, quem também participa dos encontros do ‘gabinete das fakes’ é o pessoal da Polo Digital Marketing, agência de publicidade que presta serviços ao PT desde 2021. A empresa recebe mensalmente mais de R$ 120 mil para atender as demandas dos petistas.
Procurada, a dona da Polo confirmou ao veículo de comunicação que participa da reunião matinal. Ela ainda disse que o deputado Jilmar Tatto era quem poderia falar mais a respeito do assunto.
O parlamentar, que é secretário nacional de comunicação do PT, respondeu ao Estadão e não negou a existência do ‘gabinete das fakes’. Ele também disse que ‘quando tem necessidade, a gente convida influenciador’.
Portanto, o ‘gabinete das fakes’ é uma realidade e a qualquer momento um dos adversários pode ser atacado, inclusive este portal de notícias.
Além de adversários políticos, veículos de comunicação e profissionais de imprensa estão entre os alvos da indústria das fake news, que é mantida por verba do Palácio do Planalto ou dos recursos públicos do fundo partidário destinados ao PT. Em suma, de um jeito ou de outro quem está pagando essa conta milionário somos nós contribuintes.
Foto: Gabriel Paiva/PT
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