Com medo de perder ainda mais espaço na capital paulista, o Partido dos Trabalhadores (PT) está recorrendo a sua maior liderança política, o ex-presidente Lula. Nos últimos dias, os dirigentes da legenda vem se movimentando para conter o crescimento da adesão de petistas a candidatura de Boulos e Erundina para o governo municipal da cidade de São Paulo em detrimento a Jilmar Tatto.
Na semana passada, artistas e intelectuais ligados ao partido, como o cantor Chico Buarque de Holanda e a filósofa Marilena Chauí, assinaram um manifesto de apoio a Boulos. Nesta segunda-feira, 10, foi a vez do ex-ministro das Relações Internacionais Celso Amorim. Filiado ao PT, aderiu à candidatura do adversário.
“O Celso é uma pessoa muito querida por todos nós, mas não tem muita influência em São Paulo”, minimizou o deputado estadual José Américo Dias(PT-SP), coordenador de comunicação da campanha de Tatto.
Escolhido com apenas 15 votos de vantagem sobre o deputado Alexandre Padilha em um colégio de mais de 600 votantes, Tatto entrou na disputa fragilizado e sua candidatura foi questionada internamente desde o primeiro momento.
Por isso, Tatto deve ir até Lula nos próximos dias para pedir pessoalmente a entrada do ex-presidente em sua campanha. O plano inicial de Lula é se dedicar às eleições municipais apenas a partir de setembro, quando começa o calendário eleitoral oficialmente. Na semana passada, o petista não participou de um ato de lançamento do site oficial da campanha de Tatto.
O ex-presidente preferia outro nome para disputar a eleição na maior cidade do Brasil, mas não teve força para impedir a escolha de Tatto.
O candidato tem se esforçado nas últimas semanas para reunificar o partido. Levou o ex-prefeito Fernando Haddad e seus adversários na disputa interna Padilha e Américo (que apoiou o deputado Carlos Zarattini) para a coordenação de campanha.
Com informações da Agência Estadão Conteúdo