Pânico na criptoeconomia: o bitcoin, a primeira e mais famosa das moedas virtuais, caiu mais de 35% em um dia, na última quinta-feira (12), e chegou a 50% de desvalorização em uma semana.
O tombo foi tamanho que fez a cotação da cripto cair abaixo de US$ 5 mil, há anos um patamar considerado como referência mínima (“piso”) por especialistas e investidores.
Outras moedas virtuais, como ethereum, XRP, litecoin e bitcoin cash, também vêm experimentando quedas. E, como tudo o que ainda tangencia as criptomoedas, o comportamento dos preços vem sendo errático e de difícil explicação em meio à epidemia de coronavírus.
Em um primeiro momento, o bitcoin ensaiou resistir aos solavancos que desde janeiro abalam os mercados. No início de fevereiro, entusiastas celebravam: até então, a cripto acumulava alta de 32% em 2020, enquanto ativos tradicionais – ações, commodities, debêntures, fundos – sofriam.
Na sexta-feira, dia 6 de março, a moeda encerrou o dia (sempre nos horários de referência dos Estados Unidos, visto que não há bolsas de valores – e, portanto, horários de pregão – para criptomoedas) cotada a US$ 9.122,55 (R$ 44,1 mil).
O preço começou a cair durante o fim de semana, em paralelo com notícias sobre o recrudescimento da pandemia e aumento no número de vítimas fatais em países europeus, como Itália e Espanha. A queda chegou a ser de 10% em 24 horas, e especialistas acusaram uma “prova de fogo” para a cripto, que, pela primeira vez, era submetida a um contexto de crise sistêmica.
Depois, entre segunda e quarta-feira, o preço da cripto se manteve no suporte de US$ 7.900 (R$ 38,1 mil). Na quinta-feira (12), contudo, o preço desabou para US$ 4.970,79 (R$ 24 mil), uma queda de 37%.
Em outras palavras: a mais forte das criptomoedas perdeu mais de um terço de seu valor em menos de um dia. Junto com ela, perderam mais de um terço do patrimônio aqueles que nela investiam.
Foi a maior queda da história em um período de 24 horas.
COMO SURGIU – O bitcoin, vale lembrar, nasceu em 2009, depois da grande quebra do subprime nos Estados Unidos, em 2008, por sua vez a última grande crise global. Seus preceitos, inclusive, creditavam a criação a uma resposta às vulnerabilidades do sistema financeiro tradicional e das moedas fiduciárias que, segundo o criador – ou os criadores – do bitcoin, haviam sido os motivos daquela crise financeira.
(Valor Investe)