A falta de produção de insumos estratégicos no Brasil é um dos principais entraves para o desenvolvimento de pesquisas no país. Com o objetivo de debater soluções para potencializar setores importantes da economia como saúde, agricultura, telecomunicações e defesa, a Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (Abipti) realiza, nesta segunda (28) e terça (29), a décima edição do seu congresso com os melhores especialistas em ciência, tecnologia e inovação.
Na abertura do evento, o presidente da Abipti, o professor Paulo Foina, ressaltou que os cientistas brasileiros sofrem com a falta de insumos e outros materiais que são necessários para o êxito e desenvolvimento de pesquisas.
“O Brasil tem um enorme potencial em diversas áreas, porém os pesquisadores ficam à mercê de produtos e insumos que precisam ser importados, o que pode prejudicar o bom andamento dos trabalhos e das pesquisas”, alertou Foina.
A deputada distrital, doutora Jane, do MDB, que é presidente da Frente Parlamentar para a Economia Digital e Desenvolvimento Tecnológico do DF na CLDF, destacou que o setor precisa ser mais valorizado.
“Vocês têm o meu respeito e admiração. Esse é um setor que precisa ser bem mais valorizado dada a relevância do trabalho que vocês desempenham para toda a sociedade”, afirmou a distrital.
Corte de investimentos
Já o senador Izalci Lucas, do PSDB-DF, que preside a Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia e Inovação do Congresso Nacional, lamentou a falta de investimento por parte do estado para fomentar a pesquisa no Brasil.
“Sempre que se fala em cortar recursos do orçamento, a ciência, tecnologia e inovação, está no topo da lista. Isso tem que acabar”, observou.
Desafios para a agricultura e saúde
Nos dois primeiros painéis do congresso, os participantes assistiram a exposições de especialistas da agricultura e da saúde.
A pesquisadora e biomédica Jaqueline Goes, que foi a responsável por coordenar a equipe que sequenciamento do genoma da Covid-19 em apenas 48 horas após a confirmação dos primeiros casos no país, explicou que “o Brasil não produz materiais plásticos para pesquisa. Até a água a gente tem que importar, dependendo do tipo de pesquisa”.
O professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da USP, Paulo Pavinato, apresentou dados do setor e salientou que a produção agrícola brasileira se tornou dependente da importação de fertilizantes.
“O plano nacional de fertilizantes estipula que o Brasil produza pelo menos 50% desse material. O problema é a falta de investimentos”, criticou.
Sobre o evento
A décima edição do Congresso da Abipti vai até terça-feira. O evento acontece no Parque Tecnológico Biotic, que fica na Granja do Torto.
Mais informações, acesse o link: https://congressoabipti.com.br/
Foto: José Fernando Vilela/Expressão Brasiliense
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