O tão esperado leilão da banda larga 5G no Brasil ainda está longe de ser realizado. O Tribunal de Contas da União (TCU) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estão divergindo sobre alguns pontos da licitação como a rede privativa do governo e o Programa Amazônia Integrada e Sustentável (Pais).
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Segundo o G1, o TCU está analisando a proposta enviada pelo Ministério das Comunicações desde março deste ano, mas a Anatel só terminou de responder a seus questionamentos próximo ao fim de junho.
Os pontos que geram mais debate envolvem R$ 3,15 bilhões em investimentos — a proposta enviada prevê que eles sejam feitos pela iniciativa privada, mas especialistas afirmam que isso é responsabilidade do governo, o que bate de frente com o teto de gastos (mecanismo que limite o crescimento das contas públicas).
Em um dos questionamentos feitos ao governo e à Anatel, o TCU aponto que há indícios de ilegalidade em obrigar que a iniciativa privada lide com os gastos do País e da rede privativa de comunicação para o governo. Para o Ministro das Comunicações, Fábio Faria, não há a intenção de driblar regras fiscais na proposta enviada.
Leilão deve atrasar
A equipe técnica do TCU também questiona os cálculos usados para precificar as faixas que serão leiloadas, entre outros pontos do leilão.
Em maio, o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Artur Coimbra, afirmou que a pasta tinha metas fortes de investimento e pretendia trazer o 5G a todas as capitais brasileiras em um prazo de um ano após o fim do leilão — até 2029, a previsão é a de que a tecnologia esteja presente em todas as cidades com mais de 30 mil habitantes.
Segundo Vivien Suruagy, presidente da Federação Nacional de Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicação (Feninfra), o prazo de 60 dias dado pelo governo para a análise da minuta de edital não era suficiente.
Ela explica que isso se deve à complexidade do caso, que se trata do maior leilão de frequências já realizado.
“Creio que será necessário postergar os prazos, pois é bastante provável que seja impossível cumprir a estimativa inicial do cronograma”, explicou Suruagy.
Em nota, o Ministério das Comunicações não deu previsão de prazo, afirmando somente que a Anatel e o TCU estão trabalhando para dar um andamento célere ao processo de implementação do 5G.
(CanalTech)
Fotos: Reprodução Google Imagens