Dados mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que cerca de 11 mil novos casos de câncer do Sistema Nervoso Central (SNC) – que inclui o cérebro e a medula espinhal – devem surgir por ano no Brasil, mais de 6 mil incidindo em homens, conforme levantamento de 2022. De acordo com o instituto, o câncer no SNC representa de 1,4% a 1,8% de todos os tumores malignos do mundo, e 88% dos casos ocorrem no cérebro.
No caso de crianças, os dados também preocupam. De acordo com pesquisa realizada na universidade de Harvard (EUA), os tumores do sistema nervoso central são o segundo câncer mais comum em crianças com menos de 15 anos de idade – caso se considere as leucemias e câncer de sangue – e a principal causa de morte nessa faixa etária. No caso de câncer sólido, é o primeiro colocado como mais frequente em crianças.
Atenção aos sintomas
Especialistas orientam a observar desde cedo os sintomas e sinais mais comuns da doença. “O câncer pode se manifestar com sinais de aumento da pressão intracraniana, como dor de cabeça, vômitos e sonolência”, explica o neurocirurgião Benício Oton Lima, do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB).
Segundo o médico, fraquezas de um membro, confusão mental, déficit visual e epilepsia – uma doença marcada por convulsões – são fatores que podem estar relacionados ao tipo de câncer. “Esses sinais ou sintomas, com pouco tempo de evolução, indicam que o tumor está crescendo mais rápido”, explica.
Atualmente, entende-se que o câncer de cérebro pode ser causado por diversos fatores, desde alterações genéticas até as adquiridas durante a vida, por predisposição ou exposição. Especialistas observaram que algumas causas ambientais e ocupacionais geram maior risco de tumores no SNC, como exposição à radiação, a arsênico, chumbo, mercúrio, óleo mineral e outros.
Tratamento
Tumores no SNC possuem tratamento complexo e multidisciplinar. Em alguns casos, pode ser necessário procedimento cirúrgico para retirada do tumor ou de fragmento para biópsia. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece acolhimento, cirurgia, diagnóstico radiológico, diagnóstico histopatológico, químio e radioterapia, além de assistência social. “O tratamento da lesão geralmente é cirúrgico e pode requisitar tratamento complementar com quimioterapia e radioterapia, se for indicado”, detalha Oton Lima.
Atendimento
Uma vez que sejam identificados sinais, a recomendação inicial é procurar ajuda médica, a começar pelas unidades básicas de saúde (UBSs). Por sua vez, unidades de pronto atendimento (UPAs) e hospitais regionais podem encaminhar os pacientes aos hospitais de referência para tratamento de câncer – o Hospital de Base (HB) e o HCB.
A equipe de atendimento é multidisciplinar, englobando oncologista, pediatra, neurocirurgião, anestesiologista, enfermagem, fisioterapeuta, neurofisiologista, nutricionista, odontólogo, infectologista, patologista, neurorradiologista e radioterapeuta.
(Agência Brasília)
Foto: Divulgação/Agência Saúde
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