• 22 de novembro de 2024

HERANÇA DE MANDETTA | Apenas 22% dos respiradores comprados na gestão do ex-ministro foram entregues

O primeiro balanço da entrega de respiradores nacionais comprados pelo Ministério da Saúde aponta que o país só recebeu 22% dos equipamentos previstos para serem entregues em abril. A previsão era que as empresas Magnamed e Intermed entregassem 2.240 unidades dos equipamentos no mês passado, mas apenas 487 foram recebidas pelo governo federal.

Os dados foram apresentados na manhã de quinta-feira (07) pelo ministro da Saúde, Nelson Teich, durante audiência com deputados na Comissão Externa de Ações contra o Coronavírus. O ministro não deu detalhes sobre o atraso na entrega dos equipamentos.

A Magnamed contradisse o ministério e afirmou que tem 180 dias de prazo para a entrega dos equipamentos, mas afirmou que tenta antecipar a data de entrega. A empresa informou, também, que tem sido um desafio aumentar a produção em um curto espaço de tempo, pois grande parte dos componentes são importados e há uma forte concorrência. A Intermed não se manifestou.

A compra foi fechada ainda na gestão de Luiz Henrique Mandetta. À época, ele afirmou que o valor dos contratos passaria de R$ 1 bilhão.

Respiradores, UTI e testes

A entrega de respiradores é uma das ações tratadas como prioritárias pelo Ministério da Saúde desde a gestão do então ministro Luiz Henrique Mandetta. Ao lado dessa iniciativa, a gestão Mandetta também incluía neste mesmo patamar a intenção de ampliar a oferta de testes no Brasil e o aluguel de leitos de UTI. As ações tinham como meta fortalecer o sistema público de saúde. 

No caso do aluguel de leitos, a estratégia não cumpriu a meta. O governo federal só entregou 17,5% dos 2 mil leitos de UTI alugados que foram prometidos para enfrentar a Covid-19 e editais foram cancelados. No caso dos testes, a meta é fazer 46 milhões de testes até dezembro, mas pouco mais de 10% dos testes já foram enviados aos estados. 

Em relação aos respiradores, o alerta começou a soar definitivamente dentro do ministério no começo de abril: já prevendo os problemas que os hospitais teriam no atendimento aos pacientes, o ex-ministro chegou a falar que uma “possível” compra de 8 mil respiradores ajudaria a “acalmar” as capitais. Mandetta apontou sucessivas quebra de contratos na China, e disse que a saída encontrada foi apostar nos esforços da indústria nacional.

Matéria adaptada do G1

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