Em meio à campanha de multivacinação e atualização do cartão de vacina, a Secretaria de Saúde celebra o dia mundial de combate à poliomielite, uma doença viral com possíveis implicações no sistema nervoso central que, dentre as principais sequelas, pode produzir a atrofia e paralisia dos membros, principalmente dos inferiores.
Ao longo da história, o Brasil sofreu com vários surtos da doença, como o de 1930, desencadeado na cidade de São Paulo. O maior surto registrado ocorreu em 1953, no Rio de Janeiro, à época, capital federal. Atualmente, a doença foi eliminada do continente americano e se restringe a dois países asiáticos: o Afeganistão e o Paquistão, que são consideradas áreas endêmicas para esta doença. A técnica de Vigilância das Paralisias Flácidas Agudas, Joana Castro, explica que, mesmo livre do vírus, há um trabalho de prevenção a ser feito.
“Com as guerras civis nesses dois países, o número de refugiados aumenta e essas pessoas podem chegar ao Brasil e, consequentemente, ao Distrito Federal. Assim, por ser uma doença viral infecto contagiosa, o risco de reintrodução é sempre iminente”, afirma Joana. O último caso de pólio registrado no Brasil foi em 1988. No DF, o último caso notificado ocorreu em 87.
A doença é causada pelo poliovírus, que pode ser adquirido pela transmissão fecal-oral. O contágio é maior em áreas de vulnerabilidade social e sem saneamento básico, uma vez que o vírus é eliminado pelas fezes e essas podem contaminar vias públicas e objetos. A prevenção à pólio começa ainda na infância, também visando a proteger bebês que aprendem a engatinhar e têm contato intenso com o chão. Recomenda-se que a Vacina Injetável para Poliomielite (VIP) seja administrada aos dois, quatro e seis primeiros meses de vida do recém-nascido.
Após esse período, a criança recebe mais duas doses de reforço da Vacina Oral para Poliomielite (VOP) aos 15 meses de idade e aos quatro anos.
Cobertura Vacinal
Assim como os outros agravos imunopreviníveis, o Distrito Federal não atinge a meta de 95% de cobertura vacinal – preconizada pelo Ministério da Saúde – desde o ano de 2016. Joana afirma que, mesmo com a eliminação do vírus do continente, a vacina é essencial para se atingir a completa proteção. “Se a população estiver totalmente vacinada, mesmo havendo regiões endêmicas e pessoas contaminadas chegando ao Brasil, o risco de se contrair a doença é ínfimo, porque a população estará protegida”.
Excepcionalmente nesse momento de pandemia, algumas salas de vacina foram fechadas para a vacinação contra a Covid-19. A rotina de vacinação das Unidades Básicas de Saúde do Distrito Federal pode ser consultada no site da Secretaria de Saúde.
(Agência Saúde DF)
Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF