O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na manhã desta segunda-feira (2) que o país vai retomar as tarifas aplicadas ao aço exportado pelo Brasil e pela Argentina. Ele atribuiu a decisão à desvalorização do real e do peso argentino em relação ao dólar.
“Brasil e Argentina estão promovendo desvalorização em massa de suas moedas, algo ruim para os nossos fazendeiros. Portanto, tendo efeito imediato, vou restaurar as tarifas sobre aço e alumínio que são importados aos Estados Unidos desses países”, escreveu o mandatário americano no Twitter.
Trump também cobrou que o Banco Central dos Estados Unidos adote medidas para evitar que países “tirem vantagens de nosso dólar forte”. “Isso torna as coisas muito difíceis para nossos fabricantes e fazendeiros exportarem seus bens”, afirmou o presidente americano.
Os EUA são os maiores compradores do aço produzido no Brasil, em um mercado que movimenta US$ 2,6 bilhões (ou R$ 8,6 bilhões).
Atualmente, as taxas são de 0,9%, para o aço e 2% para o alumínio.
Em março do ano passado, a possibilidade de uma eventual sobretaxa para o aço e o alumínio exportados pelo Brasil gerou pânico entre produtores brasileiros.
Trump escreveu nesta segunda-feira que a sobretaxa adotada no ano passado, que mirava principalmente Rússia, Turquia e Japão, levou a uma alta de 21% das Bolsas americanas.
Por outro lado, para se diferenciar dos chineses, os brasileiros argumentam que a indústria brasileira compra produtos americanos produzidos a partir do aço exportado pelo Brasil, como carros, maquinário pesado e locomotivas, fazendo o dinheiro circular.
Atualmente, os principais produtos da pauta de exportações brasileira para o país são semimanufaturados de ferro e aço, petróleo, celulose e café. Juntos, esses produtos responderam por quase 30% dos embarques para os EUA em 2018, de acordo com os dados do Ministério da Economia referentes a 2018.
Do total das exportações, 6,8% foram aviões, refletindo a atuação — e a importância — da Embraer.
(BBC Brasil News)