A incansável apuração dos votos do segundo turno da eleição presidencial peruana – realizada no último dia 6 – chegou ao fim na terça-feira (15). O candidato socialista Pedro Castillo venceu a rival conservadora Keiko Fujimori por uma pouca diferença de votos.
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A contagem foi encerrada com 44.058 votos a mais para Castillo, que pode enfrentar ainda possíveis contestações jurídicas de Keiko Fujimori. Ela fez acusações de fraude com poucas provas e tentou fazer com que alguns votos fossem anulados.
A ascensão repentina do professor, de 51 anos, estremeceu as elites políticas e empresariais do Peru, e pode ter grande impacto na indústria de mineração do segundo maior produtor de cobre do mundo, já que Castillo planeja aumentos expressivos nos impostos ao setor.
“Votos apurados 100%. A vitória pertence ao professor”, disse o partido socialista Peru Livre no Twitter.
Castillo prometeu que não permitirá que rivais quebrem a vontade do povo e tentem reverter as eleições. O país viu apoiadores de ambos os lados tomarem as ruas em manifestações nos últimos dias.
Filho de camponeses, Castillo alcançou 50,125% dos votos, enquanto Keiko, a filha mais velha do ex-presidente Alberto Fujimori, hoje preso, teve 49,875%.
Em entrevista na sede de seu partido em Lima, Castillo que vai respeitar as autoridades eleitorais, pediu que elas acabem com a incerteza e confirmem rapidamente o resultado.
“Não vamos permitir que um povo oprimido continue sendo discriminado por mais anos. As coisas foram colocadas na mesa de maneira democrática, e precisa haver um caminho democrático para resolver”, afirmou.
Pelo Twitter, Keiko Fujimori disse na segunda-feira que pede apenas uma votação limpa e que todas as irregularidades sejam averiguadas. “Não vamos desistir”.
Observadores da eleição afirmaram que pode levar semanas até que as autoridades decidam sobre as ações legais e declarem um vencedor para a disputa.
O partido de Castillo rejeita as acusações de fraude, e observadores internacionais em Lima já declararam que as eleições aconteceram de maneira transparente.
(Agência Brasil)
Foto: Divulgação/Ag. Reuters