• 2 de março de 2025

APÓS DISCUSSÃO NA CASA BRANCA | Presidente da Ucrânia recebe apoio de líderes europeus que reclamam da postura de Trump

A acalorada discussão entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, na sexta-feira (28/3), suscitou uma série de respostas de líderes europeus em apoio à Ucrânia.

A reunião entre Trump e Zelensky se transformou em um confronto verbal diante das câmeras da imprensa no Salão Oval da Casa Branca.

Trump e seu vice-presidente, JD Vance, exigiram que o presidente ucraniano mostrasse mais gratidão pelos anos de apoio dos EUA.

Zelensky também foi acusado de estar “jogando com a Terceira Guerra Mundial” ao não trabalhar mais por um cessar-fogo com a Rússia. Ele negou a afirmação, e suas contrapartes americanas responderam que ele estava sendo “desrespeitoso”.

O ucraniano acabou sendo instruído a deixar a Casa Branca mais cedo e uma entrevista coletiva ao lado de Trump foi cancelada.

O acordo, pelo qual Zelensky cederia a Washington a exploração dos recursos minerais de seu país em troca de algum tipo de apoio ou garantias de segurança contra a Rússia no conflito que começou em fevereiro de 2022, não foi assinado.

A discussão televisionada foi considerada sem precedentes por analistas. E para o editor de Internacional da BBC, Jeremy Bowen, sinaliza uma crise perigosa entre EUA e Europa.

“A partir de agora, haverá muito mais dúvidas e perguntas sobre o compromisso dos EUA com a segurança europeia fora da Ucrânia. A maior delas é se o presidente Trump manterá a promessa que seu antecessor Harry Truman fez em 1949 de tratar um ataque a um aliado da Otan como um ataque à América”, avalia Bowen.

“Se Trump seguir o colapso das negociações com um congelamento da ajuda militar, a Ucrânia continuará lutando. A questão é o quão efetivamente e por quanto tempo.”

“A pressão sobre os aliados europeus da Ucrânia deve dobrar a partir de agora, para compensar a situação.”

Em meio ao contexto mundial delicado, confira a seguir as mensagens de apoio enviadas por lideranças europeias à Ucrânia.

‘Estamos com a Ucrânia’, diz primeiro-ministro britânico

Horas depois da discussão com Trump, Zelensky viajou para o Reino Unido para uma reunião com o primeiro-ministro Keir Starmer.

Logo após cumprimentar o presidente ucraniano, Starmer reiterou o apoio do Reino Unido à Ucrânia, e disse: “Estamos com a Ucrânia pelo tempo que for preciso.”

Ele também falou em “determinação inabalável” para alcançar uma paz duradoura para a Ucrânia.

Zelensky agradeceu Starmer pelo apoio e confirmou que fará uma reunião com o Rei Charles 3° no domingo (2/3).

“Estamos felizes em ter esses parceiros e amigos”, afirmou Zelensky.

A delegação ucraniana também participará de uma cúpula de líderes europeus organizada por Starmer no domingo (2/3).

“Seja forte, seja corajoso, não tenha medo”

O presidente francês, Emmanuel Macron, que se encontrou com Trump no início desta semana, disse que o agressor é a Rússia e a vítima é a Ucrânia.

“Há um agressor: a Rússia. Há uma vítima: a Ucrânia. Estávamos certos em ajudar a Ucrânia e em sancionar a Rússia há três anos – e em continuar a fazê-lo”.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, também escreveu no X que “ninguém quer a paz mais do que os ucranianos”, antes de acrescentar que “a Ucrânia pode confiar na Alemanha e na Europa”.

Já Friedrich Merz, que é cotado para suceder Scholz como líder alemão, disse que está com a Ucrânia e Zelensky “nos bons e maus momentos”.

“Nunca devemos confundir o agressor com a vítima nesta guerra terrível”, afirmou Merz.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que é necessária uma “reunião imediata” entre os EUA, a Europa e os seus aliados para discutir a guerra na Ucrânia

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a “dignidade” de Zelensky “honra a bravura do povo ucraniano”.

“Seja forte, seja corajoso, não tenha medo”, escreveu nas redes sociais.

“Você nunca está sozinho, querido presidente. Continuaremos trabalhando com você para uma paz justa e duradoura”

Com informações da BBC News Brasil

Foto: Reprodução/Google Imagens

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