A acalorada discussão entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, na sexta-feira (28/3), suscitou uma série de respostas de líderes europeus em apoio à Ucrânia.
A reunião entre Trump e Zelensky se transformou em um confronto verbal diante das câmeras da imprensa no Salão Oval da Casa Branca.
Trump e seu vice-presidente, JD Vance, exigiram que o presidente ucraniano mostrasse mais gratidão pelos anos de apoio dos EUA.
Zelensky também foi acusado de estar “jogando com a Terceira Guerra Mundial” ao não trabalhar mais por um cessar-fogo com a Rússia. Ele negou a afirmação, e suas contrapartes americanas responderam que ele estava sendo “desrespeitoso”.
O ucraniano acabou sendo instruído a deixar a Casa Branca mais cedo e uma entrevista coletiva ao lado de Trump foi cancelada.
O acordo, pelo qual Zelensky cederia a Washington a exploração dos recursos minerais de seu país em troca de algum tipo de apoio ou garantias de segurança contra a Rússia no conflito que começou em fevereiro de 2022, não foi assinado.
A discussão televisionada foi considerada sem precedentes por analistas. E para o editor de Internacional da BBC, Jeremy Bowen, sinaliza uma crise perigosa entre EUA e Europa.
“A partir de agora, haverá muito mais dúvidas e perguntas sobre o compromisso dos EUA com a segurança europeia fora da Ucrânia. A maior delas é se o presidente Trump manterá a promessa que seu antecessor Harry Truman fez em 1949 de tratar um ataque a um aliado da Otan como um ataque à América”, avalia Bowen.
“Se Trump seguir o colapso das negociações com um congelamento da ajuda militar, a Ucrânia continuará lutando. A questão é o quão efetivamente e por quanto tempo.”
“A pressão sobre os aliados europeus da Ucrânia deve dobrar a partir de agora, para compensar a situação.”
Em meio ao contexto mundial delicado, confira a seguir as mensagens de apoio enviadas por lideranças europeias à Ucrânia.
‘Estamos com a Ucrânia’, diz primeiro-ministro britânico
Horas depois da discussão com Trump, Zelensky viajou para o Reino Unido para uma reunião com o primeiro-ministro Keir Starmer.
Logo após cumprimentar o presidente ucraniano, Starmer reiterou o apoio do Reino Unido à Ucrânia, e disse: “Estamos com a Ucrânia pelo tempo que for preciso.”
Ele também falou em “determinação inabalável” para alcançar uma paz duradoura para a Ucrânia.
Zelensky agradeceu Starmer pelo apoio e confirmou que fará uma reunião com o Rei Charles 3° no domingo (2/3).
“Estamos felizes em ter esses parceiros e amigos”, afirmou Zelensky.
A delegação ucraniana também participará de uma cúpula de líderes europeus organizada por Starmer no domingo (2/3).
“Seja forte, seja corajoso, não tenha medo”
O presidente francês, Emmanuel Macron, que se encontrou com Trump no início desta semana, disse que o agressor é a Rússia e a vítima é a Ucrânia.
“Há um agressor: a Rússia. Há uma vítima: a Ucrânia. Estávamos certos em ajudar a Ucrânia e em sancionar a Rússia há três anos – e em continuar a fazê-lo”.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, também escreveu no X que “ninguém quer a paz mais do que os ucranianos”, antes de acrescentar que “a Ucrânia pode confiar na Alemanha e na Europa”.
Já Friedrich Merz, que é cotado para suceder Scholz como líder alemão, disse que está com a Ucrânia e Zelensky “nos bons e maus momentos”.
“Nunca devemos confundir o agressor com a vítima nesta guerra terrível”, afirmou Merz.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que é necessária uma “reunião imediata” entre os EUA, a Europa e os seus aliados para discutir a guerra na Ucrânia
Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a “dignidade” de Zelensky “honra a bravura do povo ucraniano”.
“Seja forte, seja corajoso, não tenha medo”, escreveu nas redes sociais.
“Você nunca está sozinho, querido presidente. Continuaremos trabalhando com você para uma paz justa e duradoura”
Com informações da BBC News Brasil
Foto: Reprodução/Google Imagens
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