O governo estadual lançou, na terça-feira (29/09), em Pirenópolis, o Sistema do Artesanato de Goiás (SAG), uma ação para posicionar estrategicamente o artesanato goiano e conectar a cadeia produtiva e o mercado, que traz em seu bojo uma série de medidas para alavancar a arte manual.
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“É exatamente a união para potencializar o que há de melhor na nossa cultura e tradições”, definiu a coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais, primeira-dama Gracinha Caiado, durante solenidade na unidade local da Universidade Estadual de Goiás (UEG). “O caminho para a retomada econômica, educacional e social, que estamos construindo, não se resume a apenas uma estratégia. Nossa meta é cuidar das pessoas e fazer do nosso Estado uma referência na vida de cada um que vive aqui.”
“Hoje, é com muito orgulho que digo, Goiás é referência no artesanato”, continuou Gracinha, que também é presidente de honra da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). “O governador Ronaldo Caiado acredita que, para que a retomada econômica ocorra, é preciso trabalho, transparência, responsabilidade e, acima de qualquer coisa, cuidado com o dinheiro público. E é isso que todos esses secretários que aqui estão fazem todos os dias. Obrigada pela responsabilidade que vocês têm com o povo goiano”, reforçou a primeira-dama.
Iniciativa protagonizada pela Secretaria da Retomada, o SAG é uma ação integrada de governo, que reúne ainda Goiás Turismo, OVG e as secretarias de Desenvolvimento e Inovação (Sedi) e de Cultura (Secult). Além da implantação do sistema, está prevista a estruturação do Centro de Referência do Artesanato de Goiás (Cerart-GO), que vai funcionar onde atualmente é a Casa do Turismo, em Goiânia; e a criação de uma certificação, o Selo do Artesanato Goiano.
Titular da Retomada, César Moura, apontou o SAG como exemplo de trabalho em conjunto com outras secretarias e entidades. “Queremos reconhecer, valorizar e divulgar as potencialidades da arte produzida em Goiás, o que é uma determinação do governador, e nós, aliados aos parceiros, trabalhamos para cumprir essa missão”, declarou. Reitor da UEG, Valter Gomes Campos também evidenciou a força da união. “A aproximação da universidade com setor público e privado gera muitos resultados positivos. A presença de todos esses entes realmente vai fazer a diferença em nosso Estado”, projetou.
Na cerimônia, a primeira-dama Gracinha Caiado fez a entrega simbólica do CNPJ da Cooperativa dos Artesãos de Goiás (Cartago) ao presidente da entidade, Carmelito Pereira. A formalização permite aos cooperados divulgar, comercializar e representar oficialmente o artesanato goiano. “Um parto demora nove meses para acontecer, mas a nossa cooperativa demorou nove anos para ser concretizada. Precisou chegar essa equipe toda aqui para fazer com que esse nosso documento saísse”, relatou artesã Maria do Cerrado, ao agradecer a equipe de secretários presente no evento.
Já o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, citou a arte manual como uma das molas propulsoras da economia criativa. “O artesanato agrega muito valor à atividade econômica e social do turismo”, reconheceu, e garantiu: “Vamos fazer um belíssimo trabalho aqui na Casa do Turismo e prepará-la para vocês”. O local, que já começa a ser estruturado, terá salas para exposições, cursos, reuniões e oficinas, laboratório de tendências, área de pesquisa, espaço de co-working, e área dedicada à memória e obra dos mestres artesãos.
“Quando falamos de turismo e artesanato, estamos falando de um mercado de R$ 50 bilhões que emprega 10 milhões de pessoas”, contabilizou o secretário de Desenvolvimento e Inovação, Marcio Cesar Pereira. “O SAG é uma maneira de ajudar o artesão a acessar de forma melhor esse mercado. Há muitos caminhos, muitas formas de fazer isso. Essa integração da inovação e da tecnologia com o artesanato e o turismo é uma forma criativa de desenvolver o Estado de Goiás para o mundo”, declarou.
Goiás possui hoje cerca de 9 mil artesãos, com produção em todas as regiões goianas. Público que também poderá ser beneficiado pela Lei Aldir Blanc, numa parceria com o governo Federal. É o que explicou o secretário de Estado da Cultura, Adriano Baldy, que destacou que, dentro do auxílio emergencial destinado aos trabalhadores informes do setor artísticos, há R$ 690 mil que alocado para o artesanato – R$ 126 mil exclusivos para o trabalho manual dos Kalunga.
Nessa linha do apoio social, a diretora-geral da OVG, Adryanna Caiado apontou outro viés da implantação Sistema do Artesanato de Goiás. “Ao fortalecer o artesanato, ajudamos a preservar e cultivar nossas tradições e ainda garantimos mais emprego e renda a muitas famílias que estão em vulnerabilidade diante da crise em que vivemos”, comentou.
As leis que definem o SAG e o Conselho Estadual do Artesanato serão enviadas para votação na Assembleia Legislativa nos próximos dias. O conselho será responsável por gerir o Sistema e não terá nenhum custo para o Estado, já que não haverá remuneração aos integrantes.
Encontro dos Artesãos
Durante a solenidade desta terça-feira, foi anunciada a data prevista para o Encontro do Artesanato Goiano, em Olhos d’Água. Será dia 19 de março, quando é comemorado o Dia do Artesão. Mas pode haver mudanças, a depender do enfrentamento da pandemia de Covid-19.
A programação em Pirenópolis contou ainda com a assinatura de um protocolo de intenções entre a Secretaria da Retomada, por meio do Programa Mais Empregos e dos Colégios Tecnológicos, com a UEG, a Sedi, a Goiás Turismo e o Senac. Juntas, as entidades vão oferecer cursos profissionalizantes de acordo com a demanda da economia e as potencialidades locais. A previsão é que as aulas tenham início em novembro.
A Unidade Universitária Pirenópolis da UEG apoiará as ações, em conjunto com a Secretaria da Retomada, ao ceder espaço para o Centro de Referência em Gastronomia, Turismo e Artesanato. Em ações futuras, a universidade poderá participar com oferta de cursos superiores de graduação já existentes (tecnológicos em Gastronomia e Hotelaria) e está aberta a criação de pós-graduação lato sensu (presenciais ou a distância) em áreas correlatas ao perfil da região e do arranjo produtivo local do artesanato, gastronomia e turismo.
Na parte de extensão, a UEG pode tanto atuar diretamente com cursos bem como na certificação universitária de cursos dos parceiros. Já na parte de pesquisa, são várias as possibilidades, como o desenvolvimento de projetos para detalhar melhor as características e demandas da região no sentido de contribuir com a expansão do APL, retomada do desenvolvimento, indicando novas possibilidades socioeconômicas.
O evento contou ainda com a presença do superintendente da Retomada do Trabalho, do Emprego e da Renda, Décio Coutinho; da primeira-dama do município, Nair Vidal; do superintendente da Sudeco, Nelson Vieira Fraga Filho; além de representantes do Senac, da Associação dos Artesãos em Prata de Pirenópolis, da Associação da Rua do Lazer e do Conselho da Indicação Geográfica de Prata de Pirenópolis.
(Governo do Estado de Goiás)