• 25 de outubro de 2025

Empreendimento em Caldas Novas sob suspeita de fraudes, desvios de recursos e superfaturamento

O que deveria ser o sonho da casa de férias em Caldas Novas (GO) — cidade reconhecida mundialmente por abrigar o maior manancial de águas termais naturais do planeta — transformou-se em um pesadelo para centenas de famílias.

Reportagens do portal Tudo OK Notícias vêm revelando um possível esquema de fraudes, desvios de recursos e superfaturamento, que coloca em xeque a administração de empreendimentos milionários voltados à multipropriedade na cidade goiana.

Denúncias de irregularidades e descumprimento judicial

Entre as irregularidades mais graves, há denúncias de descumprimento de decisões judiciais ligadas à gestão financeira dos condomínios. Pagamentos das cotas imobiliárias estariam sendo destinados a empresas diferentes daquelas previstas em contrato, prática que pode configurar fraude à Justiça e causar prejuízo tanto a cotistas quanto a fornecedores.

Empresas em recuperação judicial

No centro das investigações estão as empresas Nova Gestão Investimentos e Participações Ltda. e W80 Empreendimentos Imobiliários Ltda., responsáveis por diversos empreendimentos no modelo de multipropriedade em Caldas Novas.
Ambas ingressaram com pedido de recuperação judicial, alegando dificuldades financeiras e risco iminente de falência.

De acordo com os autos, as companhias declararam dívidas superiores a R$ 33 milhões (R$ 33.095.794,84), comprometendo grande parte dos recebíveis. Alegam que a crise foi causada pela retração do setor turístico e pelos impactos da pandemia da Covid-19, sem, no entanto, detalhar os investimentos milionários realizados em outros estados.

A Justiça de Goiás deferiu o processamento da recuperação judicial, com base na Lei nº 11.101/2005, suspendendo ações e execuções contra as devedoras por 180 dias. No entanto, o juiz negou o pedido para suspender execuções contra avalistas e coobrigados, bem como a retirada dos nomes das empresas dos cadastros de inadimplentes (SPC e Serasa), conforme entendimento do STJ.

A empresa Cincos Consultoria Organizacional de Resultado Ltda., sob responsabilidade de Stenius Lacerda Bastos, foi nomeada como administradora judicial. As devedoras têm 60 dias para apresentar o plano de reestruturação, sob pena de falência.

Novos negócios

Em 2024, o Grupo Empresarial AM Investimentos e Participações realizou uma reunião estratégica no Alta Vista Thermas Resort, em Caldas Novas, com a presença dos sócios André Ladeira, Marcos Freitas e Thiago Silva, além de representantes de empresas investidas.
O objetivo foi planejar novos negócios e expandir operações no setor imobiliário e turístico.

As operações na região estão sob o comando do Grupo Guarany, do qual a AM Investimentos é sócia, juntamente com Charles Kriunas e Alexandre Adailton. Procurado pela reportagem, Charles Kriunas não respondeu às perguntas encaminhadas.

O Grupo Guarany atua além do setor hoteleiro, com mineração de água termal (seis poços ativos), gestão imobiliária, loteamentos e construção de moradias populares. Durante o encontro, foram anunciados planos de construir 500 casas populares, um novo loteamento às margens do Lago Corumbá em uma área de 1 milhão de metros quadrados, e outras iniciativas com meta de faturamento de R$ 200 milhões em 2024.

Falta de transparência

Em entrevista ao Tudo OK Notícias, o Dr. Rildo Lasmar confirmou conhecer Marcos Freitas como sócio em uma empresa odontológica, mas negou saber se familiares também participam do quadro societário.
Sobre as suspeitas de desvios de recursos, afirmou “não ter conhecimento”.

Questionado sobre sua relação com André Luiz Garcia Ladeira e Marcos Freitas, disse apenas conhecer ambos, sem envolvimento direto. Declarou participar de três sociedades com o filho, justificando que “na época foi feito assim”.

Em 2024, a AM Investimentos e suas controladas — entre elas A&B (restaurantes em São Paulo), Rildo Lasmar (odontologia), Belato (nutrologia), Businessland (entretenimento) e uma incorporadora em Orlando (EUA) — projetaram receita de R$ 150 milhões em 2023 e R$ 500 milhões para 2024.

Os sócios André Ladeira e Marcos Freitas, fundadores da WAM Brasil (vendida em 2022), aplicam agora o know-how adquirido na antiga empresa à AM Investimentos, que mira R$ 1 bilhão em faturamento até 2026, com expansão prevista para Europa, Dubai e Miami.

Investigações em andamento

Apesar das projeções bilionárias e do discurso de solidez corporativa, crescem as suspeitas de que o grupo utiliza recursos de condôminos e empreendimentos em Caldas Novas para sustentar sua expansão em outros estados e países, deixando para trás fornecedores e investidores.

Os indícios apontam para um complexo esquema de gestão irregular e desvio milionário, que pode se tornar um dos maiores escândalos empresariais da história recente do turismo imobiliário em Goiás.

Cabe agora à Justiça de Goiás aprofundar as investigações e responsabilizar os envolvidos, garantindo transparência, proteção aos condôminos e a integridade de um setor que movimenta cifras bilionárias e atrai milhares de investidores de todo o país.

A reportagem tentou contato com o Dr. Marcos Freitas, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

Fonte: Tudo Ok Notícias

Foto: Reprodução/Google Imagens


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