De tanto encher a boca para acusar seus adversários políticos de praticarem atos de corrupção, o governador do estado de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, vai ter que medir bem as palavras antes de atirar pedras nos outros. A operação Sinusal, realizada pela Polícia Civil de Goiás (PCGO) na última quinta (26), que prendeu o irmão do ex-secretário de Saúde do governo Caiado e deputado federal eleito pelo PSD, Ismael Alexandrino, o também médico Daniel Alexandrino e mais duas pessoas por suspeitas de fraudes em contratos celebrados pela organização social (OS) que eles comandavam com a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO).
De acordo com a PCGO, as investigações apontam que a OS do irmão do então secretário de Saúde do governo Caiado teria simulado 11 subcontratações para a prestação de serviços médicos nas unidades hospitalares administradas pelo grupo.
A organização de Daniel Alexandrino foi contratada pela SES-GO para fazer a gestão de cinco unidades hospitalares de Goiás que são de responsabilidade do governo estadual.
Durante entrevista coletiva à imprensa, o delegado Francisco Lipari, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), responsável pela operação, revelou que a Justiça determinou o bloqueio de bens no valor de R$ 10 milhões.
Ainda conforme o delegado, a PCGO encontrou fortes indícios de que os investigados teriam apresentado declarações falsas no contrato social de uma das empresas subcontratadas, registrando-a em nome de testas de ferro, com o intuito de não caracterizar o vínculo familiar existente entre seu verdadeiro proprietário, Daniel Alexandrino e o gestor da pasta da Saúde à época, o deputado federal eleito, Ismael Alexandrino.
Outra evidência apontava é que essas subcontratações suspeitas foram realizadas visando driblar o impedimento legal de celebrar contrato entre o Estado e empresas de parentes de pessoas que ocupam cargos públicos e ocultar os verdadeiros proprietários dessas empresas.
Deputado em silêncio
O ex-secretário de Saúde de Goiás e deputado federal eleito, Ismael Alexandrino, até o momento não se pronunciou e está recolhido em silêncio. Na quarta (1º), ele é esperado em Brasília para tomar posse na Câmara dos Deputados.
Governo Caiado tenta se esquivar
Para tentar conter os estragos em seu governo, Ronaldo Caiado tem evitado se manifestar sobre o assunto. Quando esteve em Brasília, na última sexta (27), para a reunião com o presidente Lula, do PT, Caiado se fez de desentendido e quis transparecer que não estava acontecendo nada. Apenas a SES-GO divulgou nota sobre a operação.
Foto: Reprodução/Google Imagens
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