• 19 de setembro de 2024

PARALÍMPIADAS DE PARIS | Brasil encerra participação no top 5 e com recorde de 25 medalhas de ouro

Os Jogos Paralímpicos de Paris-2024 elevaram ainda mais o patamar do Brasil, que se despede com sua melhor campanha da história, em todos os aspectos possíveis. Até então com o top 7 como melhor colocação dentro do quadro de medalhas em uma edição de Paralimpíada, o País encerrou a participação na França como dono do inédito 5º lugar, com o recorde de 25 ouros e 89 do total de medalhas.

Campeã nos 100 metros costas e nos 100 metros livre na categoria S12 – destinada a atletas com deficiência visual pequena, mas significativa – e nos 50 metros livre da S13 – para casos de deficiência visual menos severa dentro da classificação, ela ainda faturou prata nos 100 metros peito (SB12) e no revezamento 4x100m livre misto.

Junto ao desempenho já histórico que havia apresentado nos Jogos de Tóquio, em 2021, a pernambucana de 39 anos tem agora dez medalhas paralímpicas. São seis ouros, três pratas e um bronze, que a tornam a quinta na lista de representantes do Brasil com mais pódios, atrás de Daniel Dias (27), André Brasil (14), Clodoaldo Silva (14) e Ádria Santos (13).

A natação brasileira, de forma geral, trouxe muitas alegrias e rendeu 25 medalhas. Além de Carol, o País teve grande destaque com Gabriel Araújo, vencedor de três medalhas de ouros 100 metros costas, 50 metros costas e 200 metros livres, todos na classe S2, para nadadores com falta de coordenação motora de alto grau no tronco, nas pernas e nas mãos, e de baixo grau nos braços.

Com o desempenho, Gabrielzinho bateu a marca de seis medalhas paralímpicas, pois já havia conquistado dois ouros e uma prata nos Jogos de Tóquio, há três anos. Outro nadador brasileiro que subiu no primeiro lugar do pódio foi Talisson Glock, campeão dos 400 metros livre S6.

Apesar do sucesso da natação, a principal fonte de medalhas do Brasil foi o atletismo, que teve 35 pódios de atletas brasileiros, dos quais dez subiram no primeiro lugar. Estrela paralímpica, Petrúcio Ferreira foi ouro nos 100m T47 e celebrou sexta medalha da carreira. Ele já tinha um ouro e duas pratas conquistadas no Rio-2016, além de um ouro e um bronze nos Jogos de Tóquio2020.

Uma das grandes estrelas brasileiras em Paris foi Jerusa Geber, de 42 anos, que foi ouro nos 100 metros e nos 200 metros da classe T11. Foi a primeira vez que ela se tornou campeã em Jogos Paralímpicos, após dois bronzes em Pequim-2008 e pratas em Londres-2012 e Tóquio-2020.

Os demais ouros do atletismo vieram de Júlio Agripino dos Santos (500m T1), Ricardo Mendonça (100m T37), Fernanda Yara (400m T47), Yeltsin Jacques (1500m T11), Rayane Soares (400m T13), Claudiney Batista (lançamento de disco F56) e Elizabeth Gomes (lançamento de disco F53).

Outra paratleta que se colocou em um patamar ainda mais alto foi a halterofilista Mariana D’Andrea. Com a medalha de ouro conquistada em Paris na categoria até 73 kg, ela tornou-se bicampeã olímpica, pois já havia ficado em primeiro lugar na Paralimpíada passada.

Por que o Brasil é uma potência paralímpica?

A resposta é, de fato, complexa. Mas é possível traçar um caminho feito pelas organizações e atletas paralímpicos ao longo das últimas décadas e que explicam o salto de qualidade que o Brasil teve e que foi obtido nas provas na capital francesa.

As principais razões que apontam o País como um dos destaques paralímpicos passam desde a lógica de que os investimentos geram resultados, principalmente a longo prazo, até um contexto social que é muito forte no Brasil.

Em um país onde as pessoas com deficiência encontram barreiras para praticar suas atividades mais simples do dia a dia nas ruas de quase todas as cidades, o esporte surge como uma realidade onde há, de fato, uma valorização diante do esforço e evolução constante de quem tem alguma limitação. E a combinação desses fatores com o talento de cada um dos atletas, vem colocando o Brasil como um destaque mundial.

De 2008, na edição de Pequim, para cá, o País sempre figurou no top 10 de melhores nações da competição. Mas o recorte de medalhas conquistadas evidencia um crescimento do esporte paralímpico a partir da realização dos jogos do Rio, em 2016. Nas duas últimas edições, o País levou 72 medalhas para casa. A título de comparação, em Londres, 2012, quando o Brasil também foi 7º colocado, foram “apenas” 43 pódios nos Jogos.

Hoje, a participação do Comitê Paralímpico Brasileiro está muito mais voltada para a formação de atletas e desenvolvimento das modalidades paralímpicas. Uma das heranças deixadas pela Rio 2016 foi justamente o centro de treinamento oficial do CPB, localizado em São Paulo. O espaço com mais de 100 mil metros quadrados é responsável por desenvolver 17 modalidades paralímpicas, tendo abrigado quase 1.500 eventos esportivos paralímpicos entre os Jogos do Rio e o começo de 2023.

No total, quase 90 mil atletas passaram pelas instalações, que custou R$ 264,2 milhões, investidos pelo Governo do Estado de São Paulo e pelo Governo Federal, por meio do Ministério dos Esportes. Mas os investimento não trariam os mesmos resultados se não houvesse, da parte do atleta, o foco e a vontade de se colocar em posição de destaque dentro de cada uma das modalidades.

Com informações da Agência Estadão Conteúdo

Foto: Divulgação/CPB

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