• 22 de novembro de 2024

JOSÉ HUMBERTO PIRES | “Vamos recuperar mil km de vias dentro do DF”

Mais de mil trabalhadores e 500 equipamentos estão todos os dias nas ruas do Distrito Federal para executar todo tipo de serviço. Este é o resultado das recentes mudanças feitas no programa GDF Presente, coordenado pela Secretaria de Governo do Distrito Federal (Segov). À frente da pasta, José Humberto Pires disse em entrevista à Agência Brasília que agora são 11 polos de atuação que cobrem todas as regiões do DF com agilidade para prestar os serviços.

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“O que queremos é uma capital renovada em que todos se sintam bem em viver nela. O espírito é geral. O governo todo trabalha com essa visão: entregar uma cidade muito melhor do que aquela que foi encontrada quando o governador Ibaneis Rocha tomou posse”, destaca o secretário.

Pires também mostra o que o governo tem feito para combater a pandemia do novo coronavírus ao mesmo tempo em que mantém a economia funcionando. “Fazemos a nossa parte na medida liberando as obras e gerando empregos. Hoje, temos em torno de 1.400 obras sendo executadas, de pequeno, médio e grande porte – essas últimas são cerca de 200. São 30 mil pessoas trabalhando direta e indiretamente no DF. O investimento é de R$ 2,6 bilhões”, informa.

O secretário adianta ainda que o governo lança em breve um programa específico de revitalização de vias, a ser realizado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) e Novacap. “O governador já liberou um lote de R$ 26 milhões para o DER e outro de R$ 100 milhões para a Novacap. Vamos recuperar mil quilômetros de vias dentro do DF nesses próximos anos desta gestão”, destaca.

Confira a íntegra da entrevista:

Em fevereiro deste ano, o governo anunciou a criação de três novos polos de atuação do GDF Presente. Qual o motivo da mudança?

Quando fizemos o planejamento para implantar o programa, identificamos que sete polos urbanos e um rural eram suficientes. Após um ano de funcionamento, verificamos que a medida foi assertiva com resultados bons. Para melhorar ainda mais, principalmente nas cidades mais populosas, optamos por aumentar para dez polos urbanos. Foi um trabalho baseado nas demandas da população.

Algum polo foi desativado?

Não. Não prejudicamos os polos que já existiam para criar esses. Ampliamos a estrutura tanto de maquinário quanto de material. Essa foi uma decisão tomada em conjunto com a Novacap [Companhia Urbanizadora da Nova Capital], as administrações regionais e os outros órgãos que participam do polo. Já são três meses com essa nova estrutura e estamos fazendo avaliação de desempenho mensal das atividades, assim como pesquisas para verificar como estão sendo as respostas de demandas via ouvidoria.

A pandemia influenciou de alguma forma na atuação do programa?

Com o esforço dos coordenadores de polo, das equipes que estão na rua e de todos os órgãos que participam do programa, o resultado tem sido muito bom, apesar da pandemia do coronavírus. O DF está limpo e organizado. Um detalhe importante e que mostra o acerto das medidas é a redução dos casos de dengue em mais de 80% porque o governo recolheu toneladas de lixo e entulho, reduzindo drasticamente os focos do mosquito.

Atualmente, o GDF Presente conta com quantos trabalhadores e quantas máquinas?

O número é muito grande. Temos mais de 500 equipamentos e mais de mil pessoas trabalhando nas ruas. São órgãos que participam e ajudam na solução dos problemas, como Novacap, SLU [Serviço de Limpeza Urbano], Caesb [Companhia de Saneamento Ambiental], CEB [Companhia Energética de Brasília], Detran [Departamento de Trânsito], DER [Departamento de Estradas de Rodagem], Funap [Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso] com o programa Mãos Dadas, que é fundamental para gente. Toda essa estrutura está a serviço do GDF Presente.

Qual a importância desse programa?

O GDF Presente não é um programa da Secretaria de Governo, mas sim do Governo do Distrito Federal. Foi pensado pelo governador Ibaneis Rocha na transição. Ele começou a campanha dele pela periferia e por lá viu que o governo funcionava razoavelmente no Plano Piloto e as pontas das cidades estavam muito enfraquecidas em termos de serviço para a população. A grande sacada dele foi fortalecer as administrações regionais e todas as cidades para terem condições de prestar um serviço à altura para o cidadão. O programa veio como instrumento de fortalecimento das cidades, da administração regional, que recebe a demanda do cidadão e representa o governo naquele local. A parceria com os gestores das secretarias e de todos os outros órgãos do GDF é muito importante. São eles que de fato realizam as obras.

Quando o programa Renova-DF, da Secretaria de Trabalho, vai conseguir colocar os mil aprendizes para ajudar no GDF Presente?

Tenho conversado muito com o secretário de Trabalho, Thales Mendes. Temos uma previsão para o final deste mês. Não colocamos antes porque estamos vivendo uma pandemia. Essas pessoas vão para a rua e farão o complemento dos trabalhos nas cidades. A ideia é criar condições para uma intervenção mais duradoura naquela região. Normalmente, o GDF Presente passa de uma a duas semanas em uma cidade. Não é possível reformar uma quadra, um parquinho em toda a extensão que é necessária.

O que é o programa?

O Renova-DF nasce com essa capacidade de levar o pedreiro, servente, eletricista, serralheiro para fazer esse conjunto de recuperação dos equipamentos públicos da maneira que é necessária. O governador pediu para que esse programa fosse desenhado como uma forma de trazer uma atividade e qualificação para essas pessoas enquanto estão prestando serviço para o GDF.

O GDF Presente tem tido uma atuação grande na área rural, principalmente com a manutenção das estradas de terra. Qual a importância dessa ação para a produção agrícola?

Quando falamos em área rural, temos que pensar em vários envolvidos. O cidadão que está na área rural está produzindo, sendo empregado ou dono e tem família, filhos na escola, precisa se abastecer no mercado, ir ao posto de saúde. Essas vias, que chamamos de vicinais e estão espalhadas em todo DF, sofrem demais com a chuva. Anualmente, gera uma demanda muito grande de melhoria. É um trabalho fundamental para dar condições de vida para aquelas pessoas que moram nessa região.

Esse trabalho já é sentido pela população?

Ele ajuda no escoamento da produção – fazendo com que o produto chegue melhor e mais rápido – na mobilidade das crianças que precisam ir para a escola e em casos de emergência, como algum problema de saúde. O polo rural está sendo reforçado com equipamentos da Codevasf [Companhia dos Vales do São Francisco e do Parnaíba]. O governador assinou termo de cooperação que destina R$ 6 milhões em equipamentos para a área da agricultura. Quem opera esses equipamentos é o DER e fazemos essa parceria interna com o GDF Presente.

O GDF Presente é um programa que veio para ficar? Ou o governo já vislumbra um novo projeto pela frente?

Junto com o GDF Presente há o Cidade Sempre Viva – coordenado pela Novacap por meio do diretor-presidente Fernando Leite – , que tem feito isso com muita eficiência. O GDF Presente sozinho não é suficiente. Ele também precisa de outro programa de revitalização de vias, do asfalto, que deve ser feito pelo DER e Novacap. O governador já liberou um lote de R$ 26 milhões para o DER e outro de R$ 100 milhões para a Novacap. Vamos recuperar mil quilômetros de vias dentro do DF nesses próximos anos desta gestão. Dessa forma, teremos condições de reduzir a atenção que o GDF Presente dá ao tapa-buraco e focar em outra área, como por exemplo, o saneamento e escoamento de águas pluviais.

É um programa de renovação para a cidade?

Também, sem dúvida. O programa é permanente e pode ser visto como um dos conjuntos e força de trabalho para renovar Brasília. O que nós queremos é uma cidade renovada e a cidade renovada que queremos é uma Brasília que todos se sintam bem em conviver com ela. No Plano Piloto, renovamos o Eixão, o Setor Hospitalar Sul e estamos com a Praça do Povo em obras e o Setor de Rádio e Televisão. Parte das tesourinhas estão resolvidas e a outra será licitada e a obra deve começar a partir de junho. Vamos renovar todas as passagens de pedestres subterrâneas também. Não para por aí. No Noroeste, a avenida W9 foi inaugurada. Em Taguatinga, estamos trocando o asfalto em toda região e no Gama também. O espírito é geral. O governo todo trabalha com essa visão: entregar uma cidade muito melhor daquela que foi encontrada quando o governador Ibaneis Rocha tomou posse.

Ao mesmo tempo que o governo local combate à pandemia também atua para melhorar a economia local. Quais são as ações do Executivo local que podemos destacar?

Estamos convivendo com o isolamento social, cuidando e zelando pela vida das pessoas. Isso está sendo feito com muita competência. Porém, temos o outro lado que é o das empresas. Precisamos de emprego e renda. O governo faz a sua parte na medida em que ele libera as obras. Hoje, temos em torno de 1.400 obras sendo executadas em Brasília, de pequeno, médio e grande porte – essas últimas são cerca de 200. São 30 mil pessoas trabalhando direta e indiretamente no DF. O investimento é de R$ 2,6 bilhões.

Quais são as áreas beneficiadas?

O governo está melhorando a cidade, criando outra capacidade de mobilidade, reformando escolas, hospitais, construindo UBSs [Unidade de Saúde Básica] e UPAs [Unidade de Pronto Atendimento], fazendo toda a recuperação de equipamentos que estavam estragados na área social. Estamos trabalhando em todos os sentidos para entregar equipamentos públicos para a população, como o MAB [Museu de Arte de Brasília], que foi entregue na quarta (21); e a sala Martins Penna do Teatro Nacional – que entre junho e julho devemos lançar a licitação.

Há dinheiro para tudo isso?

O secretário de Economia, André Clemente, está fazendo uma gestão de orçamento exemplar. Já fez o pagamento significativo de dívidas do passado, tem mantido toda a gestão de pessoas com seus pagamentos em dia, as empresas que trabalham para o governo estão recebendo em dia também. Isso cria um ambiente muito bom. O governo abre uma oportunidade de trabalho com as obras, as pessoas conseguem emprego, a economia gira. Essas pessoas vão para o comércio e gira a atividade também. Lá, começam a empregar e ter condições de faturar, melhorar e, esse é o ciclo virtuoso da economia.

Ou seja, é também uma forma de incentivo econômico para o DF?

Claro que sim. Fora isso, cria um ambiente de confiança, de segurança jurídica. Com um governo proativo, os investidores trazem em todas as áreas uma outra carga de obras e empregos. Essa contribuição é tão importante… Não tem como negar que houve um aumento significativo na pobreza por causa da pandemia. Tem uma quantidade de pessoas que estão desempregadas ou em subempregos, vivendo de uma maneira sub-humana para manter sua casa abastecida. Passando a pandemia, quem vai sair na frente é quem criou esse ambiente. Vejo isso com muito bons olhos para o DF.

O senhor citou a redução dos casos de dengue. O que o governo fez contra a proliferação do Aedes aegypti?  

Nos dois últimos anos aprendemos muito sobre a dengue. Temos que trabalhar na prevenção, na causa. O efeito já conhecemos. Eu diria que a dengue é quase endêmica, criou uma resistência que todo ano, na medida que muda o clima, o risco chega. Temos a Secretaria Executiva de Acompanhamento e Monitoramento de Políticas Públicas, comandada pela secretária Meire Mota que faz o acompanhamento desses programas direto com a comunidade. O primeiro ano foi complicado e o segundo ainda não foi o ideal. Neste ano, as ações que implantamos em anos anteriores estão surtindo efeito.

O GDF investe R$ 35 milhões para reformar as feiras da capital. Qual o status das obras?

As melhorias nas feiras são objeto de desejo expresso do governador Ibaneis Rocha. Ele começou sua campanha na feira e cobra todos os dias a solução dos problemas. São três formas de ver esses espaços. Há aquelas que estão implantadas, arrumadas, que precisam só melhorar a questão da gestão. Estamos trabalhando a questão da legislação. Existem outras que a estrutura ainda é boa, mas precisam de reforma – como fizemos na da Candangolândia e estamos fazendo na do Galpãozinho do Gama. Por último, temos aquelas que precisam ser estruturadas porque estão muito danificadas.

Será possível fazer tudo isso em todas as feiras?

Não são equipamentos baratos, pelo contrário, são caros. Chegamos à conclusão que dez delas precisam receber essa mudança mais estrutural. Estamos começando a reforma da feira do Núcleo Bandeirante, que será um modelo para as outras. Também já terminamos a do Riacho Fundo II.

E como ficam os feirantes?

Eles estão se cadastrando e serão selecionados para a ocupação. Por que isso é importante? A feira é um equipamento público onde a população vai e gosta de ir. Isso é uma cultura muito boa porque o recorte da população nordestina de Brasília é muito grande. Quem não é, é descendente. Aquele que não é nenhum dos dois incorpora os costumes. Tem que ter um ambiente agradável e que funcione bem.

Os atuais feirantes terão espaço garantido?

Se há feiras com 60% dos boxes ocupados e o restante fechado porque o feirante não quer ir lá, porque ele acha que lá é um patrimônio dele, abre e fecha na hora que ele quer, acaba prejudicando o atendimento à comunidade. Por isso temos que fazer o recadastramento e dar condições para funcionar. Estamos fazendo tudo isso com a associação dos feirantes e sindicato para que a gente tenha a garantia da revitalização desses espaços e do pleno funcionamento com segurança jurídica. Quem tem que estar ali é o feirante. Não pode ser um morador que colocou os móveis dele lá e virou um depósito da casa dele.

Dê um panorama das obras no DF por região

Oeste

A região Oeste cresceu. Taguatinga levou para lá outras cidades que aumentaram a população, como Ceilândia, Samambaia, Vicente Pires e Arniqueira. Essas pessoas necessitam demais das políticas públicas do governo. Há cidades que estão envelhecidas e outras que estão muito novas, como é o caso do Sol Nascente/Pôr do Sol. É um desafio do governo terminar a infraestrutura de lá. Isso vai acontecer, assim como tirou do papel a obra do Túnel de Taguatinga, que estava parada há mais de 20 anos. A cidade será renovada com o boulevard. Vamos revitalizar o Pistão Sul e Hélio Prates. Os serviços em Vicente Pires estão 92% executados – já é uma cidade de verdade.

Norte

A região Norte é outro vetor de crescimento. A qualidade de vida é invejável. Planaltina é uma cidade histórica e tem tido um carinho muito grande do governador. Sobradinho vai ganhar um viaduto na entrada. Haverá uma terceira faixa para melhorar o fluxo dessa região para Planaltina. Vamos inaugurar também o Trevo de Triagem Norte, batizado de Joaquim Domingos Roriz.

Leste

Já a região Leste, sempre foi tida como a mais pobre do DF, mas esse estigma está desaparecendo. A cidade do Paranoá é espetacular, Itapoã está se desenvolvendo cada dia a mais, São Sebastião e Jardim Botânico estão se desenvolvendo. O governador determinou a duplicação da DF-250, aliviando o trânsito e a construção do viaduto.

Sul

A região Sul é a mais próxima que temos do entorno. Santa Maria e Gama são cidades abastecedoras. São os polos urbanos que catalisam toda aquela região. O governador determinou a revitalização completa do Polo JK para atrair grandes empresas. Fica na entrada de Brasília, é um ponto estratégico para trazer empresas de pequeno, médio e grande porte. Santa Maria acabou de receber uma obra muito importante na VC-371. É uma via muito importante de ligação com a saída da cidade. O Gama também está passando por grande transformação. A Avenida dos Pioneiros foi reformada e vamos fazer o Centro de Saúde nº 8, além de entregarmos um novo setor de desenvolvimento econômico, a Ama Gama, toda pronta.

(Agência Brasília)

Foto: Acacio Pinheiro/Agência Brasília

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