Um sonho de mais de 30 anos dos moradores agora é realidade: a primeira etapa do Parque Urbano do Setor O — o primeiro parque urbano de Ceilândia — foi inaugurada neste sábado (26), em cerimônia que contou com a participação do governador Ibaneis Rocha.
“Hoje é um dia de muita alegria, mais uma promessa que foi feita durante a campanha. Eu estive aqui nas redondezas e recebi o pedido da comunidade, através de uma senhora, para que eu fizesse esse parque. E imediatamente eu determinei ao Fernando [Leite, diretor presidente da Novacap], juntamente com o Dilson [Resende, administrador de Ceilândia], que preparassem o projeto para que a gente pudesse fazer essa entrega mais do que merecida a essa população de Ceilândia”, apontou o governador.
Durante a cerimônia, o chefe do Executivo também assinou a ordem de serviço para execução da segunda etapa do parque. “As obras continuam, nós teremos aqui parque de skate, teremos a administração do parque, teremos área de quiosques para que as pessoas possam fazer seu lanche, tomar sua água de coco quando estiverem nas caminhadas, e eu tenho certeza que isso aqui vai fazer bem para a saúde e para a mente dos moradores”, ressaltou Ibaneis Rocha.
O evento teve, ainda, entrega de kits esportivos para projetos sociais da região. Após a cerimônia, o governador seguiu para a Feira Central de Ceilândia, onde participou de um almoço.
Estrutura
As obras no local começaram no primeiro semestre do ano passado, após assinatura do decreto que oficializou a criação do parque. Ao todo, foram investidos R$ 8 milhões na construção e reforma de equipamentos de esporte e lazer.
Agora, o parque conta, entre outras coisas, com gradil em todo o perímetro, quadra de areia, campo sintético, playgrounds, duchas, parcão (área para cachorros), mesas com bancos, banheiros e academia ao ar livre. Tudo isso em uma área de 103 mil metros quadrados, dividida em três zonas.
“Esse parque foi criado em 1995. Trinta anos depois, o governador Ibaneis determinou que se consolidasse o parque. Quando se cria um parque, você define uma área, mas o mais importante não está definido no decreto de criação, que são os usos. Então, através de uma parceria com a Administração Regional de Ceilândia, a Novacap implementou um programa que estava previsto para o parque, que nós chamamos de etapa 1”, afirmou o diretor presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Fernando Leite.
“Nós fizemos aqui um cercamento de alambrados, são 3 mil metros lineares de alambrados, gramamos uma área enorme aqui dentro do parque, plantamos aproximadamente 2,5 mil espécies de árvores nativas do cerrado e fizemos toda a infraestrutura para você ter um parque consolidado, para atender uma cidade onde está concentrada a maior população do DF”, destacou.
O cenário é totalmente diferente do de anos atrás. “Aqui era mato, lixo, estábulo de cavalo e muita coisa perigosa. Aconteciam muitos acidentes, por conta da iluminação, que não tinha. Era um deserto”, lembrou a comerciante Maria Inês Damasceno, moradora do Setor O há 34 anos. “Hoje, é um parque que está sendo conhecido pela infraestrutura que está chegando. Só melhorias. Vai ser ótimo para quem tira o sustento igual eu”, acrescentou ela, que tem uma loja em frente ao parque.
“Esse espaço aqui foi uma luta da comunidade, porque havia outras previsões de ocupação para essa área, chegou a ser até um lixão já, e a comunidade se uniu, brigou e o governador, quando assumiu, comprou a briga, tocou o projeto e estamos entregando a primeira etapa de uma longa caminhada dessa luta da comunidade de Ceilândia. O sentimento é de gratidão da grande maioria, principalmente dessa comunidade mais próxima, mas vem gente de todos os lugares, inclusive do Sol Nascente. Aqui todo fim de semana é cheio. E todo fim de tarde tem pessoal fazendo sua caminhada, crianças brincando, é muito legal, realmente é uma grande entrega, é qualidade de vida para a comunidade”, reforçou o administrador regional de Ceilândia, Dilson Resende.
Histórico
Criado em 1995, o espaço enfrentou diversos problemas até ser liberado para uso. Em 2019, o local passou a ser gerido pela Administração Regional da Ceilândia e, em maio de 2024, foi oficialmente instituído como Parque Urbano do Setor O, por meio do decreto nº 45.796, assinado pelo governador Ibaneis Rocha, que também aprovou o Plano de Uso e Ocupação do local e autorizou o cancelamento do registro do parcelamento dos lotes que interferiam em sua poligonal. Na prática, o decreto estabeleceu o perímetro da poligonal e os usos permitidos.
“Esse parque era lá em cima, na Quadra 1. A gente brigou, conversou e conseguimos essa área. Mal sabíamos que essa área também tinha problemas, um problema fundiário, vários lotes dessa Quadra 6 estavam adentrando a área do parque. Foi aí que a associação ficou mais junto da Administração e conseguiu reverter toda essa situação”, detalhou Alvaro Sergio Pinto, morador do Setor O e secretário executivo da Associação dos Amigos e Usuários do Parque Urbano do Setor O (APSO).
Após tantos anos de luta, a associação, agora, comemora a concretização do sonho. “É tudo o que a gente precisava”, resumiu Alvaro Sergio. “Isso aqui é uma qualidade de vida para todos nós, moradores de Ceilândia. Estamos muito gratos de ver o que está acontecendo aqui dentro hoje”, emendou Jânio Alves, presidente da APSO.
(Agência Brasília)
Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília
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