A população deve estar atenta ao descarte de resíduos sólidos. Além da coleta seletiva – em que os itens recicláveis são separados dos orgânicos –, é necessário ter cuidado com a destinação de alguns materiais.
Medicamentos vencidos, baterias e eletrônicos, além do lixo hospitalar, não podem ir para a coleta convencional. E, no caso de materiais perfurocortantes, como garrafas e até um copo quebrado, há uma maneira correta de descarte que não prejudica o meio ambiente ou a segurança dos profissionais de limpeza urbana.
“É muito importante que a população separe os resíduos pelo menos entre secos e úmidos, já que conseguimos mandar os materiais secos para as cooperativas e alimentar toda uma cadeia produtiva”, explica o presidente do SLU, Sílvio Vieira. “São detalhes muito simples. Exemplo: quando você vai descartar uma garrafa de iogurte, se ela estiver suja, não será aproveitada, e ainda contaminará os demais resíduos recicláveis. É importante passar uma água para tirar o resto de líquido.”
Além disso, vale prestar atenção ao descarte de itens cortantes, como copos quebrados e lâminas de barbear. Esses devem ser colocados em uma caixa (de papelão ou até mesmo embalagem de leite), ou embrulhados em folhas de jornal, antes de ir para o saco de lixo. Também é importante identificar a caixa ou embrulho com os dizeres “vidro quebrado”.
O resíduo de vidro pode ser colocado no tambor de lixo especial para recicláveis ou em um compartimento especialmente feito para o material, sempre seguindo os cuidados de descarte para garantir que a pessoa que manipula a embalagem possa trabalhar em segurança.
Outros itens
Remédios que passaram da data de validade ou que sobraram de algum tratamento devem ser levados a um ponto de coleta, disponível em farmácias e nas unidades de saúde, para que sejam recolhidos por empresa especializada e, então, incinerados. A orientação serve para pílulas, comprimidos, frascos de xarope, tubos de pomada, seringas e agulhas. No caso dos comprimidos, não devem ser tirados da cartela durante o descarte.
O Governo do Distrito Federal (GDF) mantém contrato com uma companhia para recolher e dar o fim correto ao material que chega às unidades de saúde. Para ter acesso ao serviço, basta perguntar a algum servidor onde descartar os itens. Já as farmácias, obrigadas pela Lei Distrital nº 5092/2013 a receber os medicamentos vencidos, devem contratar uma companhia especializada para concluir o descarte com a queima dos insumos.
O lixo hospitalar, alerta Vigilância Sanitária, pode trazer riscos à saúde humana e ao meio ambiente caso não seja manejado de forma adequada
Quando vazias, as cartelas, tubos e outras formas de embalagens que não sejam de vidro podem ir para descarte no lixo comum. O mesmo vale para as caixas de papel e bulas, que não têm contato direto com o medicamento. Já agulhas, seringas e outros itens perfurantes devem ser armazenados em recipientes resistentes, como latas ou potes, para que não haja descaracterização da própria embalagem ou acidentes.
O lixo hospitalar, também chamado de resíduo hospitalar e de resíduos de serviços de saúde, é todo tipo de descarte proveniente do atendimento a pacientes. Alguns exemplos de lixo hospitalar são materiais biológicos contaminados com sangue ou patógenos, peças anatômicas, seringas e outros materiais plásticos, além de uma grande variedade de substâncias tóxicas, inflamáveis e até radioativas.
“O lixo hospitalar pode representar risco à saúde humana e ao meio ambiente se não houver adoção de procedimentos técnicos adequados no manejo dos diferentes tipos de resíduos químicos gerados”, resume o diretor de Vigilância Sanitária da Subsecretaria de Vigilância à Saúde, André Godoy.
Proteção ao meio ambiente
O lixo eletrônico também não pode ir para a coleta convencional. A regra vale para notebook, teclado, mouse, modem, roteador, impressora, estabilizador, tablet, aparelho de televisão, bateria, cabo de força, carregador e adaptador, entre outros itens.
A pasta é responsável pela logística reversa dos resíduos gerados no DF. “É um conjunto de ações que buscam a destinação correta dos resíduos visando ao reaproveitamento e a recolocação nos ciclos produtivos”, explica o subsecretário de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos, Glauco Amorim da Cruz.
A política do descarte responsável tem como resultado benefícios sociais, com a geração de postos de trabalho na coleta seletiva, e econômicos, em que as embalagens retornam ao ciclo produtivo e movimentam a economia. Há ainda impacto ambiental, tendo em vista a redução da quantidade de resíduos aterrada.
“Em resumo, aumenta os indicadores de reciclagem, reduz a extração de matéria prima, e promove todo o ciclo de cadeia circular”, observa Amorim. “Quando a população decide não separar, certamente o resíduo chegará a um local inadequado, como um lixão ou aterro sanitário.”
(Agência Brasília)
Foto principal: Geovana Albuquerque/Agência Brasília
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